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Ácidos húmicos – Mais retenção de água e nutrientes no limoeiro

 

Nilva Terezinha Teixeira

Engenheira agrônoma, doutora em Solos e Nutrição de Plantas e professora de Nutrição de Plantas, Bioquímica e Produção Orgânica do Centro Universitário do Espírito Santo do Pinhal (UniPinhal)

nilvatteixeira@yahoo.com.br

Fotos Shutterstock
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Os ácidos húmicos influenciam na dinâmica solo-planta por beneficiarem a atividade microbiana do solo; propiciarem maior retenção de água e de nutrientes, disponibilizando-os às plantas; favorecerem a fotossíntese e terem efeito estimulante sobre a planta.

O limão

Nos últimos anos, o limoeiro se tornou uma das frutíferas mais cultivadas no Brasil. Seus frutos adquiriram, inclusive, padrões de qualidade para mercado externo, o que tornou a cultura importante economicamente. Entre os limoeiros, duas espécies se destacam: o Siciliano (Citrus limon) e o Tahiti (Citrus latifolia).

O Siciliano é uma das espécies de citros mais cultivadas no País, sendo exportado principalmente para o mercado europeu. É utilizado na indústria de refrigerantes, que emprega o ácido cítrico, componente estrutural de alta concentração no fruto, além de outras substâncias utilizadas como matéria-prima. De sua casca se extrai o limoneno, pectina e farinha.

O Tahiti é muito utilizado in natura: na culinária e no preparo de bebidas. É o principal limão produzido em São Paulo, representando cerca de 90% do total, quando se incluem os outros limões.

As substâncias húmicas

Com a expansão de mercado, a introdução de novas tecnologias que visem o aumento de produtividade vem sendo objeto dos produtores. Entre as opções estão os produtos à base de ácidos húmicos e fúlvicos, que nada mais são do que materiais derivados da decomposição de sedimentos orgânicos.

As substâncias húmicas, ou seja, os ácidos húmicos e fúlvicos, quando aplicados nos solos ou diretamente sobre as plantas, podem provocar aumento de produtividade, devido aos benefícios que proporcionam às propriedades físicas, químicas e microbiológicas do solo e ao estímulo que promovem ao metabolismo da planta.

Considera-se que as substâncias húmicas aumentam o movimento e absorção iônica, a respiração das plantas e a velocidade das reações enzimáticas do ciclo de Krebs proporcionando, assim, alta produção de ATP, aumento nos níveis de clorofila e na síntese de ácidos nucleicos. Além disso, causam aumento ou redução da atividade de diversas enzimas vegetais.

Fotos Shutterstock
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Benefícios

As substâncias húmicas afetam positivamente, como já citado, as propriedades físicas de solo, pois, como são frações coloidais, atuam como agregantes de solo, favorecendo solos argilosos e arenosos. Ao melhorar a estrutura de solo, diminui-se a densidade deles, aumenta-se a porosidade do solo e, em consequência, a aeração, retenção de água e a resistência à erosão.

As propriedades químicas do solo também são influenciadas. As substâncias em referência incrementam os teores de matéria orgânica, o poder tampão, a capacidade de troca de cátions (CTC) e a disponibilidade de nutrientes, principalmente do fósforo, no solo.

Outra evidência importante é a ação dos ácidos húmicos sobre a dinâmica do nitrogênio amoniacal nos solos: tais ácidos promovem aumentos da concentração de amônio e redução dos teores de amônia, refletindo, dessa forma, na diminuição significativa da forma mais volátil do N (amônia) e no aumento da disponibilidade de nitrogênio para as plantas.

Como as substâncias húmicas contêm carbono, sua adição ao solo estimula a vida microbiana: os microrganismos são fundamentais para a qualidade do perfil, inclusive a microbiota libera auxinas que podem favorecer o desenvolvimento das raízes.

Refere-se, também, que o uso das substâncias húmicas potencializa a ação dos nutrientes de plantas pela possibilidade, das citadas substâncias, de transportá-los até a célula da planta e de aumentar a absorção dos mesmos.

Em resumo, a aplicação de formulados contendo ácidos húmicos e fúlvicos pode beneficiar os limoeiros e outras espécies vegetais:

ðNo solo: propicia maior porosidade, aeração e retenção de água, o que facilita a absorção de água e nutrientes;

ðNas plantas: ativando o metabolismo. Assim, a sua inclusão no processo de cultivo pode proporcionar maior produtividade.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de maio de 2018 da Revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

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