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Mulching contra plantas daninhas do tomateiro

Elisamara Caldeira do Nascimento

Talita de Santana Matos

Doutoras em Agronomia – UFRRJ

Rafael Campagnol

Professor de Olericultura – UFMT

Glaucio da Cruz Genuncio

Professor de Fruticultura – UFMT

glauciogenuncio@gmail.com

 

Crédito-Agristar
Crédito-Agristar

As plantas daninhas, ou ervas invasoras, são todas as espécies vegetais que ocorrem em local indesejado. Para seu desenvolvimento, necessitam dos mesmos fatores exigidos pelas culturas comerciais, como água, luz e nutrientes.

Por esse motivo, quando incidem em uma lavoura, como a do tomateiro, estabelecerão um processo competitivo, que pode ser maior ou menor, dependendo da espécie invasora, do grau de infestação, do período de convivência e das condições de cultivo.

Além de causarem efeitos diretos, também causam danos indiretos, pois podem hospedar insetos-pragas e vetores de viroses, serem fontes de inóculo de diversos fitopatógenos (fungos, bactérias e vírus) e apresentarem efeito alelopático.

Outro efeito negativo causado pela incidência de plantas daninhas é que elas podem favorecer a formação de um microclima (umidade, luminosidade e temperatura) adequado para o desenvolvimento de doenças. Na cultura do tomateiro, a ocorrência de plantas invasoras pode afetar severamente a produtividade, chegando, em alguns casos, a reduzi-la em mais de 50%.

            O mulching reduz a evaporação de água do solo, o que aumenta a eficiência das irrigações e do uso de água pelas plantas e permite turnos de regas mais longos, muito importante para regiões com pouca disponibilidade de água. Também conserva a umidade na camada mais superficial do solo, o que força as raízes a se concentrarem na porção mais fértil do perfil.

A manutenção da umidade constante nessa região (rizosfera), além de aumentar a solubilidade de íons, favorece a atividade microbiana e, consequentemente, eleva a mineralização da matéria orgânica do solo, disponibilizando uma maior quantidade de nutrientes às plantas.

No caso do mulching vegetal, deve-se atentar à relação C/N do material utilizado, pois caso ela seja elevada, pode haver imobilização de nitrogênio pelos microrganismos do solo, reduzindo sua disponibilidade às plantas.

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Recomendações

Devido aos benefícios proporcionados pelo mulching à cultura do tomateiro, seu uso é recomendado em praticamente todas as situações, tanto em cultivos em campo aberto quanto em ambiente protegido. Contudo, quando se opta pelo seu uso, é recomendado que a irrigação seja preferencialmente via gotejamento, uma vez que o solo ficará coberto, o que pode reduzir a eficiência e uniformidade da distribuição de água quando esta é aplicada, por exemplo, por aspersores.

Em locais ou períodos quentes com elevada incidência de sol, deve-se atentar ao tipo de filme plástico usado, pois pode promover o aquecimento excessivo do solo ou substrato. Nesse caso, deve-se evitar o uso de filmes plásticos de coloração escura, como o preto.

Crédito Luize Hess
Crédito Luize Hess

Manejo ideal

No caso de mulching vegetal, o material de cobertura pode ser cultivado no próprio local de cultivo, anteriormente ao cultivo de interesse econômico. Para isso, há diversas espécies vegetais, chamadas de adubos verdes, que, além de proporcionarem palhada para o cobrimento do solo, podem apresentar outros benefícios, como, por exemplo, descompactação do solo, reciclagem de nutrientes e ação contra nematoides.

Os resíduos vegetais podem ainda ser produzidos em outros locais e posteriormente cortados e aplicados sobre o solo que será cultivado. Por ser um material que sofrerá decomposição, em cultivos mais longos, como o do tomateiro, que pode ultrapassar seis meses (média de cinco a seis meses), deve ser reposto para manter seu efeito contra as plantas daninhas.

Quando o material de cobertura são filmes plásticos, geralmente não há necessidade de reaplicação. Ele deve ser aplicado após o preparo do solo e, quando a irrigação é via gotejamento, depois de instalação das mangueiras. Sua aplicação pode ser manual, estendendo o filme sobre o solo e cobrindo as extremidades com terra.

Geralmente, para o cultivo de tomate, são levantados canteiros de 0,3 a 0,5 m de largura para cultivos em linhas simples e de 1,0 a 1,2 m de largura para cultivos em linhas duplas, com 15 a 20 cm de altura, sendo o filme plástico aplicado sobre eles.

Em grandes áreas de cultivo, sua aplicação pode ser mecanizada com equipamentos específicos para esse fim. Independente da forma de aplicação, se manual ou mecânica, as extremidades devem ser bem fixas ao solo para evitar o desprendimento pelo vento. Deve-se, ainda, evitar o trânsito de pessoas sobre o material para não causar rasgos.

Os orifícios para o transplante das mudas podem ser feitos com qualquer objeto cortante de seção circular, como tubo de aço (aquecidos ou não), ou mesmo de PVC. Há também mulching plástico, que já vem com os orifícios feitos. Para o cultivo de tomate, recomenda-se que as aberturas para o transplante das mudas tenham cerca de 10 cm de diâmetro.

Essa matéria completa você encontra na edição de maio de 2018 da Revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

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