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Manejo de broqueadores e minadores de frutos no tomateiro

 

Eduardo Domingos Grecco

Pesquisador de Campo – empresa Koppert Biological Systems

Dirceu Pratissoli

Professor de Entomologia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espírito Santo

 Créditos Eduardo Grecco
Créditos Eduardo Grecco

Cultivado em todas as regiões brasileiras, o tomateiro (Lycopersicon esculentum Miller) se destaca como a mais importante hortaliça em área cultivada, volume produzido, consumo e valor econômico.

Porém, o cultivo dessa hortaliça é uma atividade de alto risco e de grande aplicação de capital por unidade de área, devido à grande variedade de ambientes e sistemas de cultivo, alta suscetibilidade às desordens fisiológicas, infestação de pragas, infecção por fitopatógenos e da exigência em insumos, serviços e logística.

Controle

O controle químico é o principal método empregado para manejo da população de insetos broqueadores de frutos e minadores. O uso contínuo desses produtos aumenta a pressão de seleção, propiciando a ressurgência de pragas, aumentando a importância de pragas secundárias, contaminando o ambiente e os trabalhadores, além da presença de resíduos nos alimentos.

Para minimizar o uso excessivo de agrotóxicos, o manejo fitossanitário tem o objetivo de reunir várias formas de manejo de pragas e doenças, levando em consideração a preservação dos agroecossistemas.

O planejamento do plantio é de suma importância para se verificar quais serão as possíveis táticas que poderão ser implementadas para que a cultura futuramente tenha uma população de insetos-praga em equilíbrio com o meio ambiente, possibilitando maior rentabilidade ao agricultor, meio ambiente e saúde humana.

Integração de métodos

Um manejo alternativo é o ensacamento de frutos visando ao controle da broca-pequena e brocas-grande - Créditos Eduardo Grecco
Um manejo alternativo é o ensacamento de frutos visando ao controle da broca-pequena e brocas-grande – Créditos Eduardo Grecco

A associação de métodos de controle é fundamental para a implantação de programas de manejo de pragas. No entanto, essa não é a realidade, uma vez que o controle de broqueadores e minadores de frutos é realizado quase que exclusivamente com o uso de produtos químicos.

No entanto, esse cenário vem mudando na cultura do tomate, sendo que agora se podem empregar outras táticas não convencionais, como o controle biológico com o uso de liberações semanais do parasitoide Trichogramma pretiosum associado ao uso de outros métodos, como o da bactéria entomopatogênica Bacillus thuringiensis (Agree), visando o manejo da broca-pequena (Neuleocinodes elegantalis), brocas-grandes (Helicoverpa zea, Helicoverpa armigera, Spodoptera eridania e Trichoplusia ni) e traça-do-tomateiro (Tuta absoluta).

Outra forma de manejo alternativo é o ensacamento de frutos visando ao controle da broca-pequena e brocas-grande, a qual consiste no envolvimento de cachos quando os frutos apresentarem ±20mm de diâmetro.

Pesquisas

O Núcleo de Desenvolvimento de Manejo Fitossanitário de Pragas e Doenças (NUDEMAFI) do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espírito Santo (CCA-UFES) vem desenvolvendo pesquisas em parceria com a Fazenda Vale do Sol no município de Venda Nova do Imigrante (ES), em plantios comerciais de tomateiro.

O objetivo do estudo foi testar as associações de diferentes métodos, tais como: (1) T. pretiosum + Agree + MP (monitoramento com aplicação de inseticidas seletivos quando se atingiu o nível de ação; (2) T. pretiosum + ensacamento das 3as pencas + MP; (3) T. pretiosum + MP; (4) Convencional (sistema adotado pelo produtor com pulverizações de 3-5 dias) avaliando a infestação de ovos/lagartas de broqueadores de frutos brocados nas safras 2012 e 2013).

O uso de T. pretiosum + Agree + MP reduziu mais de 50% a infestação de pencas com ovos e redução de 128% o número de frutos brocados/planta comparado ao convencional.  Na associação T. pretiosum + ensacamento das 3as pencas + MP houve uma redução de 225% de pencas com ovos e cinco vezes menos frutos brocados/planta que o cultivo convencional.

No manejo T. pretiosum + MP a redução de pencas com ovos foi de 93% e o número de frutos brocados caiu mais de 151%. Nos três sistemas de manejo de broqueadores a redução de inseticidas foi de 86,67% frente ao plantio convencional adotado pelo produtor.

Essas reduções de pulverizações, infestações e número de frutos brocados estão associadas ao correto manejo do tomateiro com o emprego do parasitoide T. pretiosum, bactéria entomopatogênica B. thuringiensis (Agree), ensacamento de frutos e monitoramento com aplicação de inseticidas seletivos quando se atingia o nível de ação.

 

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