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Mudas sadias – O início do sucesso no cultivo de morango

Michél Aldrighi Gonçalves

Engenheiro agrônomo, doutor e bolsista Capes/Embrapa

Luis Eduardo Corrêa Antunes

Engenheiro agrônomo, doutor e pesquisador da Embrapa Clima Temperado

luis.antunes@embrapa.br

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

A utilização de mudas com comprovada origem genética e com estado fisiológico e fitossanitário adequado (certificadas) é fundamental para a obtenção de frutas de qualidade.

É importante salientar, entretanto, que a utilização de mudas de qualidade não é garantia de elevadas produtividades e qualidade da fruta, sendo necessários alguns pré-requisitos, como: escolha de cultivares adaptadas à região de cultivo, manejo adequado do sistema adotado, assim como plantio em local de baixa potencialidade de inóculo de fungos e bactérias que sejam agressivos ao morangueiro.

Mudas pequenas, com idade fisiológica avançada e sistema radicular suberizado terão seu desempenho prejudicado durante o período produtivo, com impacto negativo na produtividade. Mudas grandes e vigorosas se estabelecem mais facilmente e exigem cuidados menos intensivos em relação à irrigação e ao manejo de doenças.

A qualidade da muda está diretamente relacionada com a concentração de carboidratos em seus órgãos de reserva (coroa e raízes), sendo o diâmetro da coroa o principal indicador de qualidade da muda, este influenciado principalmente pelo local de produção e a época de plantio das matrizes.

Critérios para a produção de mudas

Os seguintes passos podem garantir a produção de mudas:

ð Escolher o local adequado para a instalação do viveiro, dando preferência para regiões de elevada altitude que apresentem temperaturas amenas durante o outono;

ðUtilizar terrenos que não foram cultivados anteriormente com morangueiro e solanáceas, devido ao acúmulo de doenças no solo;

ðUtilização de plantas matrizes de qualidade comprovada, com adequada caracterização quanto à fidelidade genética e ausência de patógenos;

ðUtilizar sistemas de irrigação eficientes devido à alta probabilidade de ocorrência de déficit hídrico nos períodos de produção das mudas, aliado ao pequeno tamanho do sistema radicular das novas plantas;

ð Realizar um efetivo controle de plantas invasoras da área de produção de mudas, evitando-se a concorrência por nutrientes e posteriores dificuldades na retirada das mudas;

ð Garantir que as mudas não apresentem problemas fitossanitários motivados por imperícias durante o processo produtivo, independente do sistema de produção de mudas adotado;

ð Realizar o arranquio das mudas no viveiro (muda de raiz nua) ou a comercialização (mudas com torrão) no momento adequado, ou seja, quando as mudas atingirem a maturação, esta obtida geralmente com a exposição de 150 a 200 horas de frio (< 7 °C), exigência mínima das principais cultivares de morangueiro exploradas no País;

ðRealizar o transporte das mudas entre o viveiro e o produtor o mais rápido possível e sempre utilizar veículos adequados que minimizem a desidratação das mudas durante este transporte, principalmente quando se tratar de mudas frescas de raízes nuas.

Entre um e outro

A escolha da cultivar a ser propagada em um viveiro deve ser baseada no mercado que o viveirista pretende atender. Regiões onde os agricultores cultivam o morangueiro no sistema de túneis baixos utilizam predominantemente cultivares sensíveis ao fotoperíodo (dias curtos), como ‘Camarosa’ e ‘Oso Grande’, enquanto produtores que cultivam morangueiro fora do solo utilizam predominantemente cultivares sensíveis ao fotoperíodo (dias neutros), como ‘Albion’ e ‘San Andreas’, entre outras.

Cultivares classificadas como de dias neutros normalmente apresentam rendimento de viveiro inferior, quando comparadas com cultivares classificadas como de dias curtos, sendo este um ponto importante para o cálculo de custo de produção de cada material.

Propagação das mudas

A propagação do morangueiro pode ocorrer nas formas sexuada e assexuada, sendo a propagação sexuada (sementes) utilizada por programas de melhoramento genético visando à obtenção de variabilidade genética dos materiais em estudo.

Já a propagação comercial do morangueiro se dá de maneira assexuada, por meio de estolões emitidos pela planta, podendo os mesmos ser enraizados no solo ou em substratos e comercializados como muda de raiz nua ou com torrão.

A muda de raiz nua produzida diretamente no solo é denominada de sistema convencional. As mudas assim produzidas são amplamente utilizadas em todas as regiões produtoras de morango do País. O cultivo é feito diretamente no solo, onde as plantas-matrizes são cultivadas normalmente em canteiros, onde se desenvolvem e emitem os estolhos que, ao entrarem em contato com o solo, enraízam, produzindo novas mudas.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de junho de 2018 da Revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

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