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Fosfitos como fonte de fósforo para a cultura da goiaba

Saullo Monteiro Gomes

saullomgomes@gmail.com

Mauro Henrique Poczynek

mauropoczynek@gmail.com

Graduandos em Agronomia – Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro)

Fabiano Pacentchuk

Engenheiro agrônomo, mestre em Produção Vegetal e doutorando em Agronomia ““ Unicentro

fabianopacentchuk@gmail.com

ItacirEloiSandini

Engenheiro agrônomo, doutor e professor de Agronomia ““ Unicentro

isandini@hotmail.com

 Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

A cultura da goiaba tem sua importância no mercado nacional e internacional. Com origem na América Tropical, apresenta boa adaptabilidade em diversas regiões do País, e por sua popularidade apresenta vários derivados.

Apesar de seu maior consumo ser in natura, ainda existem compotas, doces, sucos, geleias e outros derivados no mercado. Para ilustrar a importância desse fruto, dados de 2016 demonstram que a área colhida de goiaba no Brasil foi de 17.119 hectares, com produção de 414.960 toneladas do fruto (IBGE).

Nutrição de qualidade

Um dos fatores essenciais que influenciam de forma direta a cultura da goiaba e a sua produção é a nutrição de plantas, em que se deve manejar bem o solo de forma que ele possa suprir as exigências nutricionais da planta, refletindo positivamente em vários aspectos, inclusive produtividade.

Dentre os três elementos mais requeridos pelas plantas têm-se nitrogênio, fósforo e potássio. Segundo Aiyelaagbe (1989), a organização desses elementos, levando em conta a quantidade exigida para a goiabeira de forma crescente é: P, K e N.

Assim, nota-se que o fósforo é exigido em menores quantidades, quando comparado com o potássio e o nitrogênio. Apesar de o P ser requerido em menores quantidades pela planta, tem grande importância nas atividades fisiológicas, participando de açúcares fosfato, que atuam na respiração e fotossíntese.

Também devem-se evidenciar as funções estruturais na planta, já que está presente no DNA e RNA, fosfolipídios que compõem a membrana celular, e no metabolismo energético das plantas como elemento formador da ATP, uma das formas que a planta tem de obter energia (Taiz, et al. 2017).

Embasado nisso, pode-se inferir que o crescimento vegetativo é muito influenciado pela quantidade de fósforo disponível.

Nutrição equilibrada garante maior floração - Crédito Shutterstock
Nutrição equilibrada garante maior floração – Crédito Shutterstock

Importância do fósforo

O fósforo é um elemento que nos solos do Brasil naturalmente é escasso, e apresenta grande fixação com o solo (Faquin, 2005), motivo pelo qual, via de regra, as adubações de fósforo são sempre em elevadas quantidades. Dentre as formas de se disponibilizar fósforo às plantas tem-se o fosfito, podendo ser aplicado via foliar (líquido) ou via solo (sólido).

Os fosfitos (PO3-3) são sais de metais alcalinos derivados do ácido fosforoso. Os mais comuns no mercado são fosfito de potássio e fosfito de cálcio, geralmente recomendados para aplicações de fósforo suplementar.

Benefícios

A aplicação de fosfitos, de acordo com Pacentchuk (2016), induz a produção de substâncias de defesa das plantas e ainda fornece nutrientes, principalmente o fósforo. O controle de doenças se deve pela inibição do crescimento micelial e esporulação.

Também induz a síntese de fitoalexinas, fenilanina-amônia-liase, lignina e etileno, o que contribui para aumentar a defesa natural da planta (Nemestothy&Guest, 1990) e é caracterizado como indução de resistência.

Ofosfito é uma alternativa para a indução de resistência - Crédito Embrapa
O fosfito é uma alternativa para a indução de resistência – Crédito Embrapa

Indução de resistência

A indução de resistência consiste no aumento da capacidade de defesa da planta contra um amplo espectro de organismos fitopatogênicos, incluindo fungos, bactérias e vírus (Van Loon 1997; Oliveira et al., 1997).

De acordo com Dallagnol et al. (2006), a indução de resistência em plantas pode ser definida como a capacidade da planta em se defender contra fitopatógenos após um estímulo apropriado. Isso envolve a ativação de mecanismos de defesa latentes existentes nas plantas em resposta ao tratamento com agentes elicitores, os quais são capazes de ativar mecanismos de defesa na planta, protegendo-a contra infecções subsequentes por patógenos (Stangarlin et al., 1999).

Ainda, os fosfitos fornecem nutrientes para a cultura da goiaba, que pode diminuir ou aumentar a predisposição da planta ao ataque de patógenos. As interações entre os nutrientes e suas funções peculiares nas plantas são complexas, de modo que estes podem atuar direta ou indiretamente na ativação de mecanismos de defesa (Vieira et al., 2010).

O estado nutricional da planta tem relação direta com seu crescimento e desenvolvimento, além de ser considerado um dos principais fatores responsáveis pelos mecanismos de defesa em relação aos fatores bióticos (patógenos e insetos-pragas) (Colhoum, 1973).

 Os fosfitos, como os fosfatos (PO4-3), são derivados do ácido fosforoso, porém, os fosfitos não são absorvidos pelas plantas em sua forma natural via solo, por isso devem passar por um processo de redução no solo para virarem fosfato, uma forma passível de absorção pela planta (McDonald et al., 2001). Só assim o fósforo contido no solo em forma de fosfito poderá ser absorvido e utilizado pela planta em suas funções metabólicas e estruturais.

Manejo

A adubação deve ser feita com base numa análise química de solo, de onde devem-se considerar os teores de nutrientes já presentes no solo e seu pH. A cultura da goiaba não é exigente em questão de pH, porém, o recomendado para a cultura é entre 5,0 e 6,5 (Silva, A. L. et al., 2010).

Como recomendado por Silva, A. L. et al., (2010) a quantidade ideal de P2O5 (forma padrão para representação de fósforo no solo) no plantio é, em média, de 70 g planta-1 de P2O5 e na fase de produção no primeiro ciclo de 60 g planta-1 de P2O5, no segundo ciclo 77,5 g planta-1 e no terceiro ciclo em diante de 85 g planta-1 de P2O5.

Essa matéria completa você encontra na edição de julho de 2018 da Revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

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