Antonia Mirian Nogueira de Moura Guerra
Professora de Olericultura – Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB campus Barra)
Para o bom desempenho produtivo de uma lavoura, é necessário a adoção de mudas de qualidade, vigorosas, livre do ataque de pragas e doenças, com sistema radicular bem formado, preferencialmente envolvido por um torrão para assegurar a manutenção da umidade e evitar lesões.
Atividade comum e rotineira ao olericultor é o transplantio das mudas, realizada na grande maioria das vezes de forma manual. E muitas vezes, a falta de precisão no transplantio pode ocasionar desuniformidade no estande e produção que leva à perda de qualidade das hortaliças, pois o tamanho da planta, da raiz, do bulbo ou do fruto é um elemento que define o valor comercial do produto final.
Tratos culturais
O espaçamento entre plantas apresenta forte influência sobre aqueles parâmetros anteriormente mencionados. A competição entre as plantas geradas a partir da desuniformidade de espaçamento compromete seu desenvolvimento individual, com consequente queda do rendimento e/ou qualidade do produto.
Quando adotado espaçamento entre plantas menor que o recomendado (altas densidades populacionais), devido à falta de uniformidade, a chance de competição intraespecífica é ainda maior, ocasionando o aparecimento de plantas dominadas e dominantes.
Nessa condição, os indivíduos tendem a acentuar as desigualdades de crescimento, tornando os dominantes maiores e os dominados menores, ao longo do seu ciclo produtivo. Por outro lado, quando adotado o espaçamento entre plantas maior que o recomendado, a perda de produção se dá pelo não aproveitamento de toda área que poderia ser plantada, além de produtos de qualidade inferior, por exemplo, permitir raízes de cenoura e de beterraba de maior diâmetro e mais fibrosas, fora do padrão comercial.
Maior eficiência
O transplantio manual é desgastante para o trabalhador devido às condições ergonômicas, o que pode comprometer a qualidade final do serviço. As transplantadoras têm a finalidade de aumentar o rendimento e a uniformidade na hora do transplante. No caso da máquina, sua eficiência é constante e independe de fatores como desgaste físico, devido a certas horas do dia ou até mesmo dias da semana.
Transplantio mecanizado
Podem ser transplantadas por máquinas todas as espécies hortÃcolas que permitem a produção de mudas, como as hortaliças do tipo folhosa (alface, rúcula, couve-manteiga, repolho), hortaliças-fruto (tomate, pimentão, berinjela, pepino, melão, melancia) e algumas tuberosas (rabanete, beterraba, cebola).
Temos disponíveis no mercado alguns modelos de diferentes marcas disponíveis aos produtores de hortaliças. As transplantadeiras da marca Ferrari têm a capacidade de transplantar até 140.000 mudas/dia, contando com quatro operadores, com a vantagem de apresentar um sistema de regulagem com o qual é possível plantar diversas culturas com a mesma máquina, trazendo flexibilidade ao produtor por permitir o uso da máquina para implantar outras culturas.
É incontestável que as transplantadeiras trazem rapidez e uniformidade para o plantio, associado à redução dos custos com mão de obra.
A plantadeira de precisão da marca Inglesa Stanhay é a solução para a semeadura direta de cenoura, beterraba e cebola. Essas culturas apresentam sementes muito diminutas que conferem problemas quanto à desuniformidade em profundidade e densidade populacional.
A plantadeira opera em linha com espaçamento uniforme entre as sementes, resultando em um plantio sem sementes duplas e com população adequada de plantas. Com a plantadeira o produtor pode reduzir seus gastos com sementes e não necessita de realizar o desbaste da lavoura.