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Interferência de plantas daninhas ocasionam perdas na produtividade de abóboras híbridas

Antonia Mirian Nogueira de Moura Guerra

Professora de Olericultura – Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB campus Barra)

mirianagronoma@hotmail.com

Maria Gabriela Magalhães Silva

Graduanda em Agronomia – UFOB campus Barra

 Crédito Ana Maria Diniz
Crédito Ana Maria Diniz

As abóboras são amplamente cultivadas em todo o Brasil, tendo maior importância no Norte e Nordeste, onde seu cultivo desempenha um papel importante tanto no valor econômico quanto alimentar.

Em dados da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação),a produção mundial de abóboras, em 2010, foi de 22,4 milhões de toneladas, cultivadas em área de 1,67 milhão de hectares, proporcionando uma produtividade média de 13,4 t ha-1.

No Brasil, os dados referentes à comercialização são escassos, sendo a última informação disponível em 2006, com área colhida de 88.203 ha, 384.916 t produzidas, que proporcionaram uma produtividade média de 4,4 t ha-1, com valor da produção de R$ 1,52 milhões, cultivada em mais de 127 mil estabelecimentos agropecuários.

Os Estados do Nordeste representaram 24,1% da produção nacional, sendo os maiores produtores a Bahia, Maranhão e Pernambuco.

As abóboras são ricas em vitamina A, importante para o bom funcionamento do organismo, e contém o licopeno, um elemento essencial para a visão. A hortaliça também possui vitaminas do complexo B; sais minerais como o cálcio e o fósforo; além de ser provida de propriedades laxativas e diuréticas.

Um pouco sobre a cultura

Crédito Agristar
Crédito Agristar

De forma popular, é utilizado o termo “abóboras“ para designar plantas do gênero cucurbita, contudo, existem cinco espécies distintas neste gênero, sendo três delas amplamente conhecidas e cultivadas: Cucurbita moschataDuchesne (abóboras), Curcubitamaxima Duchesne (morangas ou jerimum) e CurcubitapepoL. (abobrinhas italianas).

Além dessas, existe a abóbora híbrida, também conhecida como “tetsukabuto, cabotiá, abóbora japonesa ou moranga japonesa“, um híbrido interespecíficooriginado do cruzamento entre linhagens selecionadas de abóboras (Curcubita moschata) e morangas (Curcubita maxima) obtidas no Japão.

A abóbora Tetsukabuto apresenta precocidade e estabilidade de produção, resistência à broca, uniformidade no tamanho e na coloração do fruto, sabor agradável, polpa enxuta e baixo teor de fibras.

Além disso, tem boa conservação pós-colheita, com casca resistente, o que facilita o transporte, comercialização e a resistência ao armazenamento.

Desempenho da cultura e interferência de daninhas

As abóborassão plantas de ciclo anual, em que ocorre o desenvolvimento simultâneo da parte vegetativa, da floração e da frutificação.Apresentam hábito de crescimento indeterminado, as ramas são alongadas, podendo atingir seis metros.Com essas características, é uma cultura que demanda amplo espaçamento entre as fileiras de plantio.

Apresentam, ainda, crescimento inicial lento até os 50 a 60 dias após semeadura/transplantio, baixa cobertura do solo,mesmo com o crescimento rasteiro, o que a torna suscetível à competição com plantas daninhas.

Controle do mato

O controle das plantas daninhas é fundamental para a produtividade da cultura, pois a comunidade infestante interfere quantitativa e qualitativamente na produção dos frutos, dificulta o manejo, além de hospedar e disseminar pragas e doenças.

A escolha do método de controle e quando ele deve acontecer é algo bastante discutido. O controle mecânico, com uso de enxada ou cultivadores, ainda é o método mais utilizado. Embora apresentando baixa relação custo/benefício, o controle mecânico pelas capinas ainda é amplamente adotado, pois temos as abóboras exploradas, na sua maioria, por pequenos ou médios agricultores em áreas inferiores a cinco hectares.

Um ponto ao qual o produtor deve estar atento na capina manual é que o sistema radicular se desenvolve superficialmente e tem dificuldades de se regenerar em casos de danos mecânicos. Danos à estrutura radicular afetam negativamente o desenvolvimento da planta e a formação dos frutos, devido ao comprometimento na absorção de água e nutrientes. Assim, executá-la com cuidado, de forma superficial, a fim de garantir a integridade das raízes, é uma das recomendações, de modo a minimizar danos.

No Brasil não há herbicidas registrados para o uso nas abóboras, embora existam alguns que são seletivos e utilizados em outros países, restando para os produtores a capina manual ou mecanizada, ou optarem pela utilização de herbicidas que não são registrados para a cultura, mas que exercem efeito seletivo.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de agosto de 2018 da Revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

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