Camila Kaminski de Agostinho
Bruno Sbardelotto Deparis
Graduandos em Agronomia – Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro)
Fabiano Pacentchuk
Engenheiro agrônomo, mestre em Produção Vegetal e doutorando em Agronomia ““ Unicentro
Itacir Eloi Sandini
Engenheiro agrônomo, doutor e professor de Agronomia ““ Unicentro
A alface (Lactuca sativa L.) pertence à família Asteraceae, originária da Ásia, e foi trazida para o Brasil pelos portugueses no século XXI. É uma planta tÃpica de clima temperado, porém, com cultivares geneticamente melhoradas para melhor tolerância a temperaturas elevadas, ao pendoamento precoce e às doenças de determinadas épocas, o que possibilita o seu cultivo durante todo o ano no Brasil (Monteiro et al., 2005).
Está entre as hortaliças folhosas mais importantes do mundo, destacando-se o Brasil como maior consumidor da América do Sul (Pinto et al., 2010).
Existe uma vasta gama de sistemas de cultivo dessa hortaliça, cada um com suas particularidades e similaridades. Talvez a principal similaridade seja a busca por produtividades elevadas com qualidade e baixo custo. Neste contexto, o uso de biorreguladores é umaimportante alternativa para que esse objetivo seja alcançado.
Entenda melhor
Biorreguladores ou reguladores vegetais são compostos orgânicos, naturais ou sintéticos que em pequenas quantidades inibem ou modificam de alguma forma processos morfológicos e fisiológicos do vegetal (Caldas et al., 1990; Castro; Vieira, 2001).
Essas substâncias podem ser aplicadas diretamente nas plantas (folhas, frutos e sementes), provocando alterações nos processos vitais e estruturais com a finalidade de incrementar a produção, melhorar a qualidade e facilitar a colheita.
Com inúmeros benefícios obtidos a partir da aplicação de reguladores vegetais, combinações desses produtos têm sido estudadas. A mistura de reguladores vegetais com outras substâncias (aminoácidos, nutrientes, vitaminas), é chamada de estimulante vegetal ou bioestimulante. Essas substâncias são eficientes quando aplicadas em pequenas doses, favorecendo o bom desempenho dos processos vitais da planta, permitindo obter maiores e melhores colheitas, mesmo sob condições ambientais adversas (Casillas, et al., 1986).
Do que são feitos
 Os componentes principais de bioestimulantes comercialmente disponíveis podem incluir materiais húmicos (ácidos húmicos e ácidos fúlvicos), hormônios de crescimento de plantas, vitaminas e vários outros elementos (Kelting, et al., 1997). Podem também conter outras substâncias provenientes de algas. Destaca-se, também, a presença de aminoácidos nas formulações dos bioestimulantes.
Os aminoácidos são moléculas de características estruturais em comum, formados por um carbono central, quase sempre assimétrico, ligado a um grupamento carboxila (COOH), um grupamento amino (NH2) e um átomo de hidrogênio.
Além destas três estruturas, os aminoácidos apresentam um radical chamado genericamente de “R“, que diferencia os mesmos. Várias hipóteses são atribuÃdas aos efeitos dos aminoácidos nas plantas.
Funções
As principais funções dos aminoácidos seriam a síntese de proteínas, compostos intermediários dos hormônios vegetais endógenos, efeitos complexantes em nutrientes e outros agroquímicos, maior resistência a estresse hídrico e altas temperaturas, maior tolerância ao ataque de doenças e pragas (Castro e Carvalho, 2014).
Segundo Brandão (2007), a aplicação de aminoácidos em diversas culturas tem como objetivo ativar o metabolismo fisiológico das plantas, melhorando a fotossíntese, diminuindo a fitotoxidade de alguns defensivos, conferindo às plantas maior tolerância às pragas e doenças e promovendo uma melhor absorção e translocação de nutrientes aplicados via foliar, o que torna o sistema radicular mais desenvolvido e com mais vigor.
Desta forma, o uso de aminoácidos e bioestimulantes tem ganhado destaque em pesquisas, devido ao fato de serem moléculas essenciais para o desenvolvimento da planta, atuando no metabolismo, estrutura, sistema radicular e metabolismo oxidativo das plantas.
Quando atuam no metabolismo oxidativo, os aminoácidos podem tornar as plantas mais resistentes a condições de estresse, pois aumentam a eficiência do sistema antioxidante da planta, reduzindo os efeitos causados por estresses, como déficit hídrico, por exemplo.