José Geraldo Mageste
Engenheiro florestal, MS em Soil and Plant Nutrition, Ph.D e professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
Fernando Simoni Bacileri
Luara Cristina de Lima
Mestres e doutorandos em Agronomia ““ UFU
Renato Azevedo da Silva
Graduando em Engenharia Ambiental ““ UFU
O monitoramento nutricional deve ser rotina, realizado por meio da análise quÃmica foliar das árvores da espécie florestal do seu povoamento. Também pode ser realizadopor meio de análises do solo.
Quanto mais rapidamente houver a recomendação de uma adubação corretiva, menores serão os prejuízos para o crescimento, desenvolvimento e para a produtividade como um todo nos diversos segmentos florestais. A este procedimento chamamos de monitoramento do estado nutricional dos povoamentos.
O produtor pode lançar mão de ferramentas que indiquem o nível de fertilidade no site e o atual aproveitamento feito pelo material genético que está sendo cultivado. O mais desejável é que este monitoramento inicie com o conhecimento ou levantamento do histórico do site cultivado.
Assim, é importante conhecer a produtividade dos cultivos anteriores, deficiências observadas, correções realizadas, etc. Estes conhecimentos permitirão o uso de ferramentas que demonstrem a condição nutricional das plantas, corroborando com a diagnose visual, complementando-se com os resultados da análise quÃmica de folhas e do solo.
Este procedimento tem permitido uma melhor condição nutricional para os diferentes tipos de materiais genéticos usados neste setor, podendo contribuir para a maior resistência ao déficit hídrico, assunto que muito agrada aos silvicultores brasileiros e quem tem se mostrado um grande desafio para a sobrevivência ou para a manutenção de produtividade num nível satisfatório.
Vantagens
É possível inferir que a técnica auxilia a elevar a produtividade para Ãndices acima do IMA (Incremento Médio Anual) almejado pela maioria das organizações nacionais, ou seja, em torno de 45 m3/ha/ano.
Costumeiramente, não se tem dado a merecida importância a este assunto no meio silvicultural brasileiro. Mas, um número é muito animador quando se trata de monitoramento nutricional: é possível conseguir uma mesma produção cultivando-se apenas 70% de uma área com monitoramento, quando comparada a outra sem.
O maior segredo é estar preparado tecnologicamente para usar esta ferramenta tecnológica e associar a correção adequadamente. Não se trata apenas de análises químicas de folhas. Elas devem estar associadas à análise de solo, que é o instrumento básico de diagnose dos padrões físico-químicos do site.
Não se deve esquecer que também precisa ser feito um programa de utilização adequada de corretivos e fertilizantes indicados para os povoamentos, seja de eucalipto, seringueira, mogno, guanandi, etc. A tomada de decisão tem que levar em consideração a adoção de práticas para aumentos da produtividade e qualidade dos produtos colhidos.
Sintomas de deficiências
Existem vários sintomas de deficiências para as árvores no Brasil. Deve ser lembrado que os povoamentos florestais em nosso país foram relegados a solos marginais em termos de fertilidade natural.
Infelizmente, cada site possui suas particularidades neste quesito e a presença do engenheiro florestal com bons conhecimentos em termos de nutrição florestal é primordial para o êxito nutricional dos povoamentos.
A melhor diagnose acontecerá quando se tem consciência e conhecimento dos sintomas mais evidentes do elemento limitante da produtividade para a cultura em foco. É preciso recordar, também, que o aparecimento de sintomas de deficiência ou toxidez já implica que existem sérios danos às plantas. Isto é expresso na Lei de Liebig, que é representada por este barril, com tábuas de diferentes tamanhos.