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Bactérias fixadoras de nitrogênio fazem sucesso na agricultura brasileira

Alice de Sousa Cassetari

Engenheira agrônoma, doutora e diretora científica da C&L Biotech

alicecassetari@hotmail.com

Crédito Embrapa Agropecuária Oeste

Uma das mais importantes técnicas agrícolas sustentáveis do Programa Agricultura de Baixo Carbono do governo federal (ABC), a Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) é um dos processos naturais mais importantes do planeta e aplicado com sucesso na agricultura brasileira.

A FBN é um processo realizado por microrganismos que conseguem converter o N atmosférico (N2) a amônia (NH3), podendo então ser absorvido pelas plantas. As bactérias diazotróficas são os microrganismos responsáveis por esse processo na natureza, e podem tanto formar simbiose com as leguminosas quanto fazer associações com gramíneas e outras plantas.

Em leguminosas, a FBN ocorre a partir de uma simbiose da planta hospedeira com bactérias diazotróficas do gênero Bradyrhizobium, popularmente conhecidas como rizóbios.

Neste processo ocorre uma interação muito específica entre planta e bactéria, sendo que a bactéria diazotrófica se beneficia do suprimento de fotossintatos fornecidos pela planta hospedeira, e a mesma recebe o N fixado pelo microrganismo na forma amoniacal.

Neste caso ocorre a formação de estruturas diferenciadas nas raízes das leguminosas, chamadas de nódulos, local onde ocorre a FBN. Já em gramíneas não ocorre a formação de nódulos, mas sim uma associação entre planta e bactéria. Bactérias diazotróficas associativas podem se localizar no interior ou na superfície das raízes, caules e folhas e, da mesma forma, conseguem fixar e disponibilizar o nitrogênio para as plantas.

 

Tecnologia

Alice de Sousa Cassetari, engenheira agrônoma, doutora e diretora científica da C&L Biotech – Crédito Arquivo pessoal

Por muitos anos os esforços se concentraram em identificar a melhor maneira de aplicar essa tecnologia na agricultura. Uma forma bastante difundida e conhecida na agricultura brasileira atualmente é a aplicação de inoculantes, que são produtos comerciais contendo microrganismos diazotróficos benéficos para as plantas, desenvolvidos para serem aplicados tanto na semente, no sulco do plantio ou via pulverização.

Para leguminosas, os microrganismos são misturados com turfas, ou mesmo são aplicadas na forma líquida, forma mais comumente encontrada no mercado devido à facilidade de aplicação.

 

Benefícios

 

São inúmeras as culturas que podem ser beneficiadas pela utilização de inoculantes, porém, estima-se que mais de 95% dos inoculantes comercializados atualmente no Brasil são destinados à cultura da soja.

Segundo dados da Associação Nacional dos Produtores e Importadores de Inoculantes (ANPII), foram comercializados 35 milhões de doses de inoculante líquido e 11 milhões de inoculante turfoso somente para a cultura da soja, colocando o Brasil em posição de destaque no uso dessa tecnologia.

Inúmeros trabalhos de pesquisa comprovam a eficiência da aplicação dos inoculantes, mostrando incrementos consistentes de produtividade. Dentre os benefícios que os mesmos podem trazer, destacam-se sua relação custo/benefício e redução da poluição do meio ambiente, ambas devido à redução do uso de fertilizantes nitrogenados, responsáveis pela elevação dos custos de produção, emissão de gases de efeito estufa e contaminação de águas subterrâneas.

Segundo recomendações da Embrapa, algumas medidas devem ser tomadas para obter melhores resultados com a utilização dos inoculantes, tais como: observar se o produto tem registro no Ministério da Agricultura (MAPA), se está dentro do prazo de validade, e ainda se o armazenamento e o transporte são feitos em locais frescos e arejados.

Essa matéria completa você encontra na edição de outubro de 2018 da Revista Campo & Negócios Grãos. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

 

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