Mauro Henrique Poczynek
Saullo Monteiro Gomes
Graduandos em Agronomia – Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro)
Fabiano Pacentchuk
Engenheiro agrônomo, mestre em Produção Vegetal e doutorando em Agronomia ““ Unicentro
Itacir Eloi Sandini
Engenheiro agrônomo, doutor e professor de Agronomia ““ Unicentro
A população mundial está em constante crescimento – segundo dados da ONU, em 2050 seremos mais de 09 bilhões de pessoas no planeta. Com isso, a demanda de alimentos é cada vez maior, principalmente os mais presentes no dia-a-dia da população, como cereais, frutas e hortaliças.
Nesse contexto os “hortifrútis (HF’s)“ se destacam, pois são muito mais rentáveis em pequenas áreas, quando comparados a culturas como as plantas de lavoura. Dentre as principais HF’s, a cenoura se destaca pela produtividade e pela qualidade nutricional. Segundo Lima et al. (2004), a cenoura é uma das grandes fontes vegetais de α e β-caroteno, razões que justificam sua importância em âmbito nacional.
Conforme dados do Cepea Hortifrúti, no Brasil na safra de verão de 2017/18, a cenoura possui cerca de 09 mil hectares de área cultivada, com produtividade estimada em 50.000 kg ha-1, a qual poderá ser elevada, devido às limitações das fronteiras agrícolas.
Em meio às várias práticas que podem ser utilizadas para maximizar a produtividade, o mulching é uma escolha interessante, pois ampara o desenvolvimento da cultura em muitos aspectos.
Entenda melhor
O mulching, como seu significado em inglês, nada mais é do que cobrir com folhas a superfície do solo, porém, não se restringe apenas a coberturas orgânicas como restos de culturas, podendo ser também de polietileno (amplamente usado em cultivos de HF’s) e detendo variadas cores, como o preto, prata, verde, transparente, entre outras, as quais variam de acordo com a finalidade do mulching.
Os mulchings, com suas variadas cores e diferentes materiais, podem proporcionar vários benefícios à cultura da cenoura em relação à temperatura do solo. Como a cenoura, na maioria das regiões produtoras pode ser cultivada o ano todo, esta sofre interferência das mudanças de temperatura.
Ao passo que as estações mudam, a importância do mulching é aumentada. Como exemplo, no cultivo de inverno as baixas temperaturas afetam a germinação e a emergência da cultura.
Sem erros
Uma escolha acertada para que não ocorram perdas devido às baixas temperaturas seria a utilização de mulching preto, já que o mesmo poderia aumentar a temperatura do solo devido à sua capacidade de absorção de radiação solar (Hanada, 1991).
De maneira semelhante acontece no cultivo de verão, quando as temperaturas muito elevadas são prejudiciais. Assim, o mulching plástico branco e o capim elefante fresco triturado não deixam a temperatura do solo se elevar tanto.
Ainda, estudos apontam um maior acúmulo de umidade no solo ao longo do desenvolvimento inicial da cultura da cenoura em solos cobertos por mulching, quando comparados a solos descobertos, além de evitar a oscilação da umidade contida no solo sob a cobertura.