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Petrolina e Vale do São Francisco se destacam na exportação de frutas

O Submédio do São Francisco é uma das regiões mais adequadas do mundo para a produção de frutas, em função das suas condições climáticas: sol praticamente o ano inteiro, baixa umidade e as abençoadas águas do “˜Velho Chico’ para irrigar as lavouras

 

O Vale do São Francisco, que movimentou no ano passado US$ 213 milhões com a exportação de 150 mil toneladas de manga para países como a Holanda, Estados Unidos e Espanha, vai ampliar esses números muito em breve com a conquista do mercado da África do Sul.

O Vale do São Francisco está localizado na região semiárida do nordeste brasileiro. As cidades com maior destaque na produção de uva são Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), além de Lagoa Grande, que fica a 50 km de Petrolina, do lado pernambucano.

A produção no Vale do São Francisco se destaca da seguinte forma:

† Manga: 39,30%

† Uva: 23,48%

† Coco verde: 11,12%

† Banana: 8,18%

† Acerola 4,47%

† Pupunha 0,65 %

† Mandioca 0,60%

† Outras culturas 12,2%

Segundo o diretor de Marketing da Valexport ““ Associação dos Produtores e Exportadores de Hortigranjeiros e Derivados do Vale do São Francisco, Caio Coelho, a fruticultura irrigada regional já está se preparando para atender a contento a nova demanda. “Produzimos anualmente 700 mil toneladas de manga numa área de 30 mil hectares, a maioria com as variedades Tommy Atkins, Palmer, Kent e Keitt. Vamos começar bem com o mercado sul-africano, principalmente pela logística que será viabilizada por via marítima, a um custo bem mais econômico“, destacou Caio Coelho.

O produtor Daniel Briso recebeu com bastante entusiasmo a notícia. “O mercado sul-africano tem duas grandes vantagens. A primeira é que se trata de um país que, além de produzir, também é forte consumidor de manga. A segunda grande vantagem é que eles consomem bem a variedade Tommy Atinkins, que temos dificuldade de comercialização para países da Europa, que vem migrando o consumo para variedades sem fibras“, diz.

 

Potencial

 

Segundo Carlos Augusto de Carvalho Prado, engenheiro agrônomo, consultor e especialista em produção de uvas de mesa, nos 2.200 ha em que ele presta consultoria na região do Vale do São Francisco não dá dúvidas quanto à qualidade das frutas: “Há um enorme potencial de produção de frutas frescas, como uva e manga, devido à possibilidade de atender o mercado sempre que necessário e no momento da demanda. Isto em função das condições climáticas, com a temperatura média anual em torno de 26°C e chuvas concentradas de janeiro a abril, em uma média de 450mm/ano. Outro fator importante, por ser uma região não tradicional de produção de uvas de mesa, é que os produtores são muito receptivos a mudanças, e isto faz a diferença“, avalia.

Naquela região, auva de mesa ocupa em torno de 10.000 ha, com produtividade média de 35 t/ha/ano, as quais possuem um alto teor de grau brix (unidade para medir o teor de sólidos solúveis – “açúcar“), são bastante crocantes, com boa qualidade pós-colheita e pouco uso de defensivos agrícolas.

Os produtores de uva investem em tecnologia, uso de estações meteorológicas para recomendações de irrigação, como também para definição de condição propícia para doenças, fazem análises de solo e folhas, fertirrigação, análises de resíduos das frutas para monitorar a utilização e definir produtos mais seguros para o consumo, bem como fundamentar as recomendações, além de usarem produtos biológicos com o objetivo de resíduo zero.

 

Obstáculos

 

O Vale do São Francisco é responsável por 350 mil toneladas de exportação de frutas, o que não representa mais que 20% do volume total produzido na região. “O grande volume fica no mercado interno, que é o nosso principal cliente. E para conseguir sobreviver a consumidores cada dia mais exigentes, precisamos ter uvas de excelência, em alguns aspectos melhores que a exportação. Por exemplo, o consumidor nacional é muito mais exigente em alto grau brix (uva mais doce), com baixa acidez“, esclarece Carlos Prado.

Ainda segundo ele, o desafio para o futuro é saber equalizar os altos custos que a atividade demanda. “Temos um custo direto de produção em campo ao redor de R$ 100 mil/ha/ano. A produção de uva de mesa é totalmente artesanal, demandando em média 3,5 pessoas por ha/ano. Nosso objetivo é atender o melhor possível, fidelizar e conquistar novos consumidores de uva, garantindo o sabor especial de uma uva feita para cada um“, ressalta Carlos Prado.

Essa matéria completa você encontra na edição de novembro de 2018 da Revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

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