Carlos Antônio dos Santos
Engenheiro agrônomo e doutorando em Fitotecnia ““ Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro(UFRRJ)
Evandro Silva Pereira Costa
Engenheiroagrônomo e doutor em Fitotecnia – UFRRJ
O Brasil tem se destacado mundialmente como referência na produção de hortaliças visando, principalmente, o abastecimento do mercado interno e parte para exportação. A produção intensiva de hortaliças, porém, está sujeita a interferências de uma série de fatores que podem afetar negativamente o desempenho e o retorno econômico das lavouras.
Dentre estes fatores estão adversidades e ataque de pragas e doenças que podem trazer prejuízos e limitar a produção de diferentes culturas. A observação das recomendações técnicas e a constante busca de novas tecnologias que possam otimizar ou melhor adequar as condições do ambiente às necessidades das culturas e reduzir as perdas causadas pelos problemas fitossanitários são essenciais para reduzir os riscos, otimizar a produção e qualidade dos produtos, além de melhorar a rentabilidade e segurança do produtor.
Nesse contexto, as doenças, que podem ser causadas por diferentes agentes etiológicos, interferem na produção agrícola ao produzirem danos diretos e/ou indiretos às plantas, prejudicando o seu desenvolvimento e, como consequência, reduzindo a produção final.
Dentre esses agentes estão os oomicetos (também conhecidos como falsos fungos), que são microrganismos pertencentes ao reino Chromista, e muitas vezes chamados de fungos.
Prejuízos à vista
Alguns oomicetos causam doenças de grande importância para diferentes culturas. A mais conhecida é o míldio, mela ou requeima da batata e do tomate, causada por Phytophthora infestans. Além desta, temos os míldios da cebola (Peronosporadestructor), pepino, melão e melancia (Pseudoperonosporacubensis) e alface (Bremialactucae).
Diferentes espécies de míldios podem ocorrer e causar prejuízos em HF’s, em especial aquelas pertencentes aos gêneros Plasmopora, Peronospora e Pseudoperonospora, que são os mais importantes.
Sintomas
Os míldios causam, inicialmente, lesões foliares sobre as quais se forma uma fina camada branca, ou mofo esbranquiçado, devido à esporulação do patógeno. Este mofo esbranquiçado é normalmente observado na parte de baixo das folhas, onde ficam mais bem protegidos da luz e da dessecação.
Estes esporos são facilmente dispersos pela água e vento. Com o aumento do número e do tamanho das lesões há uma redução da área foliar e um comprometimento da atividade fotossintética das hospedeiras, limitando seu crescimento e produção.
Os sintomas da requeima do tomateiro, em condições favoráveis, iniciam-se por manchas verde-claras, com aspecto úmido. Posteriormente, Ã medida que o tecido é afetado, as lesões se tornam necróticas e ressecadas, apresentando um aspecto de queima generalizada.
No tomateiro e na batateira, a requeima, além de lesionar as folhas e hastes, também pode prejudicar os frutos e tubérculos de forma direta, depreciando-os, além, evidentemente, das consequências indiretas em função da desfolha e dos prejuízos ao crescimento das plantas.
Condições para as doenças
Essas doenças são favorecidas por temperaturas amenas (12 a 20°C), elevada umidade (>90%) e ocorrência de molhamento foliar, seja por irrigação demasiada ou até mesmo pelo orvalho sobre as plantas. Nessas condições, caso não sejam adotadas medidas de controle, os riscos de ocorrência de epidemias são eminentes.
No caso da requeima, em especial, destaca-se a alta agressividade do patógenoPhytophthora infestans e o rápido progresso da doença, que pode causar destruição total das lavouras em menos de uma semana, sob condições favoráveis.
Relatos de perdas por essas doenças são frequentes nas principais regiões produtoras no Brasil, o que torna as estratégias de controle ferramentas essenciais para a produção.
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