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Baculovírus – Controle eficiente da Spodoptera frugiperda

Fernando Hercos Valicente

Pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo

fernando.valicente@embrapa.br

Fotos Luize Hess

A área cultivada com milho no Brasil está em torno de 16 milhões de hectares, e o gasto anual com inseticidas químicos nesta cultura ainda é muito alto, mesmo com o uso de transgênicos.

A lagarta-do-cartucho, Spodoptera frugiperda, ainda é a principal praga do milho no Brasil, e há registro do ataque desta praga em mais de 100 culturas, incluindo sorgo, soja, algodão, arroz, feijão e até maçã, uva, goiaba, etc.

O ataque deste inseto pode reduzir a produção de grãos entre 34 e 50%, e em alguns casos o dano pode ser mais intenso. As larvas mais novas consomem tecidos de folha de um lado, deixando a epiderme oposta intacta. Neste ponto é importante o monitoramento, porque é difícil ver o dano na folha.

Depois do segundo ou terceiro instar, as larvas começam a fazer buracos nas folhas, se alimentado, em seguida, do cartucho das plantas de milho, produzindo uma característica fileira de perfurações nas folhas.

O ciclo de vida deste inseto é completado em 30 dias em condições de laboratório, e o número de ovos pode variar de 100 a 200 por postura/fêmea, sendo que no total de 1.500 a 2.000 ovos podem ser colocados por uma única fêmea. Observa-se, deste modo, o potencial de dano que esta praga pode causar.

Os prejuízos causados pela lagarta-do-cartuchosão grandes porque vão desde as folhas até os grãos de milho. No caso do milho, a lagarta entra pela base da espiga.

 

Controle químico

Sintomas da lagarta-do-cartucho na folha do milho

O controle químico desta praga não pode ser descartado. Há vários produtos químicos que têm uma ação imediata e controlam com eficiência a praga. Mas, deve-se seguir as recomendações do fabricante para o uso correto desses produtos.

O uso de uma quantidade errada do agrotóxico pode levar à resistência por parte da praga. E a cada ano o agricultor necessitará de uma quantidade maior de inseticida químico.

 

Importância do combate biológico

 

O controle biológico é uma ferramenta importante no Manejo Integrado de Pragas (MIP). A técnica não causa desequilíbrio ao meio ambiente, não contamina rios e nascentes, muito menos o produto a ser consumido, e não mata os inimigos naturais (benéficos) presentes em todas as culturas. Por isso, deve ser usado e incentivado.

O controle biológico deve se iniciar assim que se fizer a amostragem e for verificada a presença da praga na cultura. No caso do milho, nas regiões com histórico de ataque o controle pode ser iniciado no máximo 10 dias depois da germinação. Não se pode perder a primeira aplicação para o controle da lagarta-do-cartucho, ou haverá uma sobreposição de tamanhos de lagartas, mariposas e ovos.

 

 

Essa matéria completa você encontra na edição de dezembro de 2018 da Revista Campo & Negócios Grãos. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

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