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sábado, setembro 21, 2024
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Silício reduz oídio na seringueira?

Autores

Bruno Nicchio
Pós-doutorado em Agronomia – Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
bruno_nicchio@hotmail.com
Marlon Anderson Marcondes Vieira
Mestrado em Agronomia – UFU

A espécie arbórea com maior potencial de produção de látex é a seringueira, amplamente cultivada em regiões quentes e úmidas dos países tropicais. No Brasil seu cultivo representa importante fonte de recurso econômico. A relevância comercial da borracha natural é justificada pelo fato de ser a matéria-prima estratégica para mais de 40.000 produtos em função de tamanha versatilidade e uso em virtude de sua estrutura lhe conferir: elevada resiliência, elasticidade, resistência à abrasão e ao impacto, maior resistência à ruptura e menor aquecimento interno por esforço mecânico, características que não podem ser obtidas em polímeros produzidos artificialmente a partir de combustíveis fósseis (Embrapa, 2012).

No entanto, um dos maiores desafios no cultivo e multiplicação desta cultura é o ataque de doenças. A seringueira pode ser afetada pelo fungo fitopatogênico Oidium heveae (oídio), uma das mais importantes doenças da seringueira, o qual ocorre com maior intensidade nos países asiáticos, mas com incidências no Brasil.

Ataque

A enfermidade afeta folhas, hastes jovens, inflorescência e frutos tenros, e em condições favoráveis pode causar sucessivos desfolhamentos das plantas numa estação, ocorrendo esgotamento das reservas da planta, que resulta na morte descendente dos brotos e ramos, no retardamento da renovação da casca e até na morte da planta.

As folhas maduras ficam enrugadas e distorcidas por causa da infecção. As colônias do fungo podem esporular intensamente por diversas semanas e as lesões adquirem aparência marrom-avermelhada.

A disseminação desta doença ocorre principalmente pelo vento e chuvas leves em locais com umidade entre 75 – 81% e temperaturas entre 13,3 e 16,7°C, mas condições extremas de seca ou umidade são desfavoráveis ao seu desenvolvimento.

No geral, o microclima da copa das plantas apresenta temperatura diária máxima do ar menor que 32° e a umidade relativa acima de 90%, no mínimo, durante pelo menos 13 horas, o que pode favorecer o desenvolvimento da doença.

Controle

A melhor medida recomendada para controle da doença é o método cultural por meio do cultivo de clones resistentes. Além disso, outro método eficiente em viveiros é o controle químico com uso de enxofre na forma de pó molhavel, em pulverizações.

Para plantas adultas, recomenda-se a aplicação de 11 a 13 kg ha-1 de enxofre seco, de três a seis aplicações com intervalos de quatro a 10 dias, dependendo da intensidade da doença. Uma das desvantagens do controle cultural é que não se pode realizar este manejo em estandes já estabelecidos. No caso do controle químico, o custo de aplicação é a maior desvantagem.

Por isso, a busca de técnicas alternativas é de suma importância. O uso da defesa vegetal na resistência a doenças deve ser considerado, apesar de ser uma técnica complexa em função de diversos fatores. Potencializar a defesa vegetal das plantas pode ser de grande vantagem aos produtores de seringa.

Importância do silício

Os nutrientes minerais apresentam funções importantes no metabolismo vegetal e o silício (Si), apesar de ser considerado elemento benéfico, tem-se demonstrado como alternativa viável no controle de doenças (Figura 1) em culturas como cana-de-açúcar, sorgo, milho, pastagens, soja, hortaliças, arbóreas e etc.

Figura 1. Efeito visual da aplicação de Si no controle de Oídio em trigo e pepino (Foto: Menzies et al. 1991; Bélanger et al. 2004).

O Si absorvido pode apresentar muitos benefícios às plantas, pois sua deposição foliar promove melhoria do posicionamento das folhas para maior interceptação da luz solar, aumentando a capacidade fotossintética e a produtividade das culturas (Camargo, 2016). O Si pode ser muito efetivo em doenças que atacam principalmente área foliar como o oídio, já que este nutriente pode promover proteção química e física contra com patógenos (Figura 2).

Figura 2. Representação esquemática da penetração de uma hifa na camada epidérmica foliar, e alguns fatores que afetam a penetração e colonização do fungo (Foto: Marchner, 1995/Fonte Adaptado: Lima Filho; Lima; Tsai, 1999).

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