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sábado, setembro 21, 2024
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Algas – Mais estímulo ao pegamento de frutos no pimentão

Autores

Elisamara Caldeira do Nascimento
elisamara.caldeira@gmail.com
Talita de Santana Matos
Doutoras em Agronomia/Ciência do solo
Rafael Campagnol
Professor de Olericultura – Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
Glaucio da Cruz Genuncio
Professor de Fruticultura – UFMT

Crédito Ana Maria Diniz

As algas geram um faturamento a nível mundial de, aproximadamente, US$ 6 bilhões anualmente, e são utilizadas comercialmente desde da década de 50. Possuem várias aplicações nas seguintes áreas: medicinal, indústria de alimentos e, mais recentemente, na alimentação animal e na agricultura.

A origem

As algas são retiradas de depósitos marinhos situados entre 10 e 20 m de profundidade, pois precisam de radiação solar incidente. As regiões sudeste e nordeste configuram-se como os principais depósitos destas biomassas ou bioextratos, destacando-se a região de Cabo Frio (RJ).

A Lithothamnium se destaca como a alga mais pesquisada na obtenção de ganhos na produção, na produtividade e na qualidade de frutos da cultura do pimentão, por ser constituída de mais 80% da sua biomassa de carbonato de cálcio e magnésio, além de ser fornecedora de mais de 20 microelementos essenciais e benéficos ao crescimento vegetal.

Por serem fotossintetizantes, possuem características importantes na regulação do crescimento vegetal, pois seu bioextrato fornece também hormônios e aminoácidos que alteram beneficamente a fisiologia das culturas comerciais, como o caso das auxinas e citocininas, que a caracterizam com alto potencial fisioregulador.

Ressalta-se que os hormônios supracitados são responsáveis pelo crescimento, divisão celular, absorção de nitrogênio, formação da clorofila, pegamento de flores e frutos, além da regulação da relação fonte e dreno, que é fundamental para o enchimento do fruto e melhoria das características organolépticas dos mesmos, tais como a ajuste adequado da concentração dos sólidos solúveis totais, pH e acidez titulável.

Ainda sim, o uso de Lithothamnium vem se destacando como condicionador de solo, por ser fonte de cálcio e magnésio, refletindo um potencial fertilizante destes macronutrientes.

Mais produtividade

De acordo com diversos autores, a aplicação de bioextrato Lithothamnium como condicionador de solo tem favorecido a acréscimos em produtividades entre 11, 15 a 30% para as culturas de tomate, milho e pimentão, respectivamente.

Ao se aplicar o bioextrato têm-se relatos de melhorias nas características físicas do solo, dada a elevada porosidade do produto, favorecendo uma maior capacidade de retenção de água do solo e melhor ajustamento hídrico das culturas, com significativa redução do estresse hídrico.

Resultados para o pimentão

A regulação hormonal é a principal variável responsável pela manutenção das flores e frutos do pimentão. Assim, a atuação da auxina/citocinina, seja de forma direta ou por meio do triptofano (aminoácido percursor da auxina), pode garantir o pegamento do fruto.

Fatores associados como o manejo adequado da irrigação, a poda bem realizada, evitando-se a escaldadura e o aporte adequado de Mg, K e B, também são garantidores do pegamento de frutos da cultura do pimentão.

Vantagens

Entre as vantagens das algas para o pimentão estão: maiores crescimento vegetativo, resistência a pragas e doenças, tolerância ao estresse hídrico, massa de fruto, melhores características organolépticas (flavor, por exemplo) e, principalmente, ganho em produção e produtividade, com valores superiores a 20% relatados por diversos autores com o uso de bioextrato de Lithothamnium na cultura do pimentão.

Segundo André (2016), em sua dissertação de mestrado intitulada: “Irrigação e adubação com Lithothamnium no cultivo do pimentão orgânico”, existe uma correlação positiva quanto ao ganho de biomassa de fruto por planta, sendo que o uso de 1,0 g de bioextrato da alga marinha Lithothamnium possibilita o ganho de 900 g de fruto por planta em um ciclo e a aplicação de 1,0 t/ha de bioextrato de Lithothamnium configura-se como a dose econômica recomendada para a elevação da produtividade do pimentão em até 30%.

Por outro lado, alguns autores relatam que a aplicação entre 0,1 a 0,3 t/ha é a faixa de dose que favorece resultados positivos para a produção e produtividade na cultura do pimentão.

BOX

Recomendações

A aplicação pode ser feita na adubação de cova, visando não somente o beneficio fisiológico do produto, mas como um corretor de solo e fertilizante à base de Ca e Mg enriquecido com micronutrientes. Além da melhoria física do solo, observa-se aumento da capacidade de retenção de água.

O bioextrato também é amplamente recomendado na formação das mudas, em associação com aminoácidos, e também como produto de acabamento via adubação foliar, pois devem-se considerar os benefícios fisiológicos. A dose recomendada é de 1 a 1,5%, aplicadas no intervalo de 15 dias, com início de aplicação aos 30 dias antecedentes ao florescimento e término próximo à colheita.

Custo da aplicação

As algas representam entre 1 a 3% do custo total de produção, com efeitos significativos em ganhos de produtividade (entre 20 a 30%, conforme o relatado). Assim, evidencia-se um excelente custo-benefício com o uso do bioextrato de Lithothamnium.

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