Autores
Jade Cristynne Franco Bezerra
Engenheira florestal e mestranda em Agronomia/Produção Vegetal, Universidade Federal do Paraná (UFPR)
jadefranco9@gmail.com
Samia Rayara de Sousa Ribeiro
samiaribeiro.ufra@gmail.com
Lorena Karine Gomes Noronha
lorekare@yahoo.com.br
Engenheiras agrônomas e doutorandas em Agronomia/Produção Vegetal – UFPR
Débora Monteiro Gouveia
Engenheira florestal e doutoranda em Ciências Florestais – UNICENTRO
deboramgouveia@yahoo.com.br
Os bioestimulantes são misturas de compostos de natureza química diferente, como sais minerais, aminoácidos, nutrientes e vitaminas, além de serem similares aos hormônios conhecidos que estão naturalmente presentes na planta (auxinas, citocininas, giberelinas), porém, em concentrações mínimas.
É uma tecnologia que tem sido empregada subsidiando o incremento principalmente de culturas agrícolas. Estes são capazes de atuar nos processos fisiológicos da planta, consequentemente no seu adequado desenvolvimento, que está relacionado à produtividade, aumentando assim a absorção de nutrientes e favorecendo o desenvolvimento do sistema radicular.
Esses compostos podem ser aplicados diretamente nas plantas ou em tratamento de sementes, de modo que alguns estudos verificaram que quando os bioestimulantes são aplicados via sementes, estes são capazes de originar plântulas mais vigorosas com maior altura, destacando-se o tamanho de suas vagens e maior porcentagem de emergência de plântulas, propiciando plântulas mais vigorosas (Milleo, 2000).
Culturas beneficiadas
No Brasil, algumas culturas se destacam por obter os melhores resultados com o uso desta tecnologia, como soja, milho, arroz e feijão e tomate. Sementes de algodão que receberam a aplicação de um bioestimulante em diferentes doses mostraram área foliar e altura das plantas maior, além do crescimento inicial, que foi mais acelerado (Santos, et al 2005). Em grãos de trigo constatou-se o aumento da resistência às pragas e doenças, diminuindo, assim, as aplicações de fertilizantes e fungicidas.
Já em milho, a aplicação de bioestimulante foi mais eficiente quando realizada nas sementes, em comparação com a aplicação via foliar, diferentemente da soja, em que foi observado que houve aumento do vigor, da área foliar e radicular, uniformidade na emergência e melhor desenvolvimento inicial.
Entretanto, a produtividade foi maior quando a planta de soja recebeu a maior dose do produto via foliar. Esse aumento foi cerca de 92% maior em relação às plantas que não receberam a aplicação (Braccini et al. 2005; Castro, 2006; Dourado Neto et al., 2004).
Qual escolher?
A escolha do bioestimulante deve ser feita em função da espécie cultivada, pois a resposta da planta ao seu uso pode variar de acordo com as características próprias do vegetal. Ademais, deve ser levado em consideração a escolha da sua forma de aplicação, que pode ser via tratamento de sementes ou foliar.
Como alternativa, os resíduos orgânicos agrícolas e urbanos podem ser encarados como fontes potenciais de nutrientes para a agricultura moderna, mais baratas e de menor impacto ambiental, tanto como fonte de nutrição como de substâncias promotoras de crescimento.
Apesar dos fatores positivos no uso dos bioestimulantes, deve-se atentar para algumas desvantagens ocasionadas pelo uso destes compostos. A aplicação de bioestimulantes com apenas um princípio ativo também pode proceder resultados imprecisos do produto nas plantas. Geralmente é mais efetivo logo na emergência das plântulas e no desenvolvimento inicial. Portanto, deve-se evitar a aplicação dos bioestimulantes em épocas incorretas.
Fatores ambientais também podem influenciar no efeito dos bioestimulantes. Para evitar erros e aumentar a qualidade no seu uso, é importante o desenvolvimento de novas pesquisas com diferentes espécies e variedades, condições ambientais e de manejo, bem como a dosagem e a mistura de produtos, uma vez que o sucesso do uso de bioestimulantes depende destas condições de produção.
Custo
Quando se trata de custo, os bioestimulantes são uma tecnologia eficiente e de baixo custo, que contribui para o aumento de produtividade de diversas culturas, a exemplo da soja. A partir da avaliação da viabilidade econômica obtiveram-se ganhos variando de R$ 188,76 a R$ 242,43 por hectare quando a saca da soja (60 kg) estava a R$ 54,85, sendo que o custo por hectare do bioestimulante variou de R$ 9,10 a R$ 33,60, proporcionando um índice de produtividade e lucratividade (Santini et al. 2015).
Nesse sentido, para que se tenha uma gestão eficiente da propriedade rural, torna-se necessário gerenciar os custos de produção. Para obtenção da lucratividade, não se deve analisar apenas a produtividade física das culturas, mas agregá-la à análise econômica, por existirem variáveis fundamentais à tomada de decisão por parte de produtores e técnicos.