Autora
Nilva Terezinha Teixeira
Engenheira agrônoma, doutora em Solos e Nutrição de Plantas e professora de Nutrição de Plantas, Bioquímica e Produção Orgânica do Centro Universitário do Espírito Santo do Pinhal (UniPinhal)
nilvatteixeira@yahoo.com.br
Apesar dos vegetais não terem um aparato imunológico como os mamíferos, contam com processos de defesa, a exemplo da síntese de compostos em seu metabolismo secundário, como proteínas e peptídeos, como as quitinases, defensinas, tioninas, derivados da proteína Harpin, “Killer” proteínas, proteínas ricas em glicina que dificultam o ataque dos microrganismos fitopatogênicos e dos insetos-praga.
Entretanto, com a evolução, os vegetais tiveram diminuída a produção dos metabólitos protetivos. Então, uma nova linha de estudos surgiu: o estudo de como agem tais substâncias naturais das plantas e os efeitos na resistência de plantas.
O mecanismo de ação de tais substância é muito variável, atuando na degradação de polímeros (como as quitinases), na formação de canais e de poros nas membranas, na inibição da síntese do DNA e na destruição de ribossomos, etc. As defensivas agem como barreiras de proteção dos tecidos, diminuindo a infecção fúngica e/ou bacteriana. Já as quitinases promovem a hidrólise da quitina (componente estrutural de insetos).
As defensivas são peptídeos ricos em aminoácido cisteína e compostos de 43 a 50 aminoácidos. Os peptídeos derivados da Harpin ácida, estáveis ao calor e ricos em glicina, são capazes de provocar resistência sistêmica adquirida e de reduzir os danos causados por bactérias e fungos fitopatogênicos.
Foi demonstrado que a Harpin desencadeia uma variedade de respostas celulares, como a ativação de espécies ativas de oxigênio e a despolarização da membrana celular, conhecidas por estarem envolvidas nos mecanismos de resposta à resistência da resistência sistêmica, além de estimular o crescimento de plantas e revelar correlações estruturais com resistência.
Quem são eles
Os derivados da proteína Harpin foram os primeiros desencadeadores de respostas hipersensitivas de plantas descobertos. São materiais não tóxicos identificados desde 1992 na Universidade de Cornell nos E.E.U.U.
A proteína Harpin ativa sistemas de crescimento e foi isolada a partir de Erwinia amylovora, que incide sobre peras, maçãs e outras plantas rosáceas. Subsequentemente, proteínas de Harpin ou similares têm sido isoladas e sintetizadas de muitos outros patogênicos bacterianos das plantas.
A proteína Harpin ativa rapidamente as reações na planta após ser reconhecida por seus receptores. Esses receptores respondem enviando um sinal e iniciando, assim, uma sequência de reações bioquímicas e fisiológicas.
Essas reações ativam as vias naturais de desenvolvimento de defesa contra o estresse e, simultaneamente, propicia maior vigor, maior resistência e saúde às plantas, o que, por sua vez, reforça a capacidade da planta de gerar respostas de crescimento.
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