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Condições favoráveis: Estufas plásticas para cultivos diversos

Autores

Carlos Reisser Júnior
Pesquisador da Embrapa Clima Temperado – Pelotas (RS)
carlos.reisser@embrapa.br
Bernadete Radin
Professora do Departamento de Plantas Forrageiras e Agrometeorologia – Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
bernaradin@gmail.com
Crédito Shutterstock

As estufas plásticas foram introduzidas no Brasil nos anos 1980 pela Petroquímica Triunfo, com a intensão de difundir o uso do filme de polietileno de baixa densidade aditivado anti-UV. Esse filme tinha como principal qualidade a durabilidade, quando exposto ao sol. O aditivo permitia que ficasse exposto durante períodos de até quatro anos, desde que não houvesse outros danos físicos.

O modelo de estufa inicial proposta para difusão do plástico foi construído com madeira, em sua maioria com toras de eucalipto, e com alguns caibros e ripas para fixação do filme plástico. A construção era simples e rústica, tendo sido bastante difundida pelos vários órgãos de extensão rural, especialmente na região sul do Brasil.

Expectativa x realidade

Dessas estufas se esperava que influenciassem nas condições ambientais sob o filme, especialmente nas temperaturas internas do ar, para que fosse possível cultivar, durante os períodos frios, espécies que não produziam nessas condições.

Com os primeiros testes foi verificado que o esperado não ocorria. Muitos produtores que participaram dos testes iniciais não obtiveram êxito pois, especialmente hortaliças que produzem frutos não frutificavam ou a produtividade era muito baixa.

Tentativas de fechamento hermético das estufas na intensão de “guardar o calor” gerado durante o dia foram fracassadas e o objetivo inicial não obteve sucesso.

Com o levantamento das condições meteorológicas internas às estufas pela pesquisa, observou-se que as temperaturas eram aumentadas somente quando a luz solar era presente, fazendo que o aprisionamento de energia e as temperaturas mínimas ocorridas durante a noite fossem semelhantes e até inferiores às ocorridas fora da estufa.

Ainda, notou que que a umidade relativa do ar era mais elevada internamente, principalmente quando a ventilação era restringida com o fechamento das cortinas ou com a presença de telas laterais e a radiação solar era reduzida pela sua opacidade e ampliada devido à condensação de água na superfície do plástico ou poeiras que se acumulavam em sua superfície.

Pretensões

Com esses conhecimentos houve intensão de não se chamar as estruturas de estufas, visto que o chamado ‘efeito estufa’ não ocorria, pois a cobertura de plástico é transparente em mais de 90% e a radiação de onda é longa (radiação que aquece o ar). Outras nomenclaturas foram tentadas, como ‘ambiente protegido’, porém, o nome estufa plástica se manteve forte e é utilizado até hoje.

Apesar de não ter obtido sucesso com a redução do frio interno, muitos locais de pesquisa e produção verificaram que outras qualidades e benefícios a estrutura proporcionava, como redução de danos pelo vento, chuva ou granizo, aumento da taxa de crescimento vegetal (área foliar e altura de planta), características de sabor beneficiadas, além de outras vantagens.

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