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Produtos Florestais Não Madeireiros ““ PFNMs

Arthur Netto

Consultor florestal InvestAgro

arthur@investagro.com.br

Produtos florestais não madeireiros - Crédito Arquivo
Produtos florestais não madeireiros – Crédito Arquivo

Atualmente, a produção florestal limita-se a um único produto: a madeira. Mas não podemos desconsiderar o restante do ecossistema florestal, que oferece uma enorme variedade de produtos e benefícios representando importantes recursos socioeconômicos por meio dos potenciais alimentícios, oportunidades de emprego, turismo e outros produtos, além dos madeireiros.

Segundo a Organização das Nações Unidas para o Combate à Fome (FAO), produtos florestais não madeireiros são definidos como: “Todos os bens de origem biológica, assim como os serviços derivados da floresta e terra sob uso similar e exclui a madeira em todas as suas formas“.

Os produtos florestais não madeireiros (PFNMs) podem ser classificados em categorias como:

“¢ Alimentares: frutas silvestres, sementes, palmitos, cogumelos, mel, nozes;

“¢ Medicinais: ginkgo biloba, fáfia, espinheira santa, chá de bugre;

“¢ Materiais estruturais: bambu, ratam, cipós;

“¢ Bioquímicos: látex, resinas, tanino, óleos essenciais, corantes;

“¢ Forragens: folhas de palmeiras;

“¢ Plantas ornamentais: orquídeas, bromélias, samambaias;

“¢ Combustíveis: metanol, lenha, nó de pinho;

“¢ Vida animal: pássaros, répteis, peixes insetos (alimentação, penas pele). Esta classificação é utilizada pela FAO na Europa;

“¢ Conservação ambiental: lazer, recreação (turismo ecológico), proteção dos solos e das águas (serviços).

Entre as plantas ornamentais, as orquídeas compõem os PFNM - Crédito Roberto Takane
Entre as plantas ornamentais, as orquídeas compõem os PFNM – Crédito Roberto Takane

Mercado para PFNMs

Os produtos madeireiros apresentam, hoje, um dos grupos mais desafiadores do ponto de vista mercadológico graças a seu número, versatilidade, variedade de usos e diferenciação de outros produtos básicos.

O mercado de produtos não madeireiros que são utilizados como matéria-prima para a indústria é normalmente qualificado em duas categorias principais: o mercado da matéria bruta, não beneficiada, e o mercado dos produtos semimanufaturados, tanto para o consumidor final como o fornecimento para a utilização em outras indústrias.

Hoje existe uma grande carência de informações no que se refere ao mercado de produtos não madeireiros. Alguma difusão de informação e oferta de cursos relacionados a produtos não madeireiros têm sido oferecidos aos países em desenvolvimento, mas não por iniciativas governamentais.

Esforços em diversos âmbitos por meio de ONGs e outras fundações têm sido realizados com o objetivo de oferecer treinamentos aos interessados em trabalhar com produtos não madeireiros, em função de um manejo sustentado.

Relevantes materiais para treinamento têm sido produzidos pela FAO e pelo ITC (International Trade Center), e por outras organizações, para seminários e workshops de marketing de produtos não madeireiros.

Conservação ambiental: lazer, recreação (turismo ecológico), proteção dos solos e das águas (serviços) - crédito SXC
Conservação ambiental: lazer, recreação (turismo ecológico), proteção dos solos e das águas (serviços) – crédito SXC

Mercado mundial de PFNM

Segundo a FAO, pelo menos 150 PFNMs apresentam significativa participação no mercado internacional, chegando a US$ 10 bilhões ao ano. Países com China, Índia, Indonésia, Malásia, Tailândia e Brasil são grandes players de exportação de produtos florestais não madeireiros para países como Estados Unidos, União Europeia e Japão.

Consumidores nos Estados Unidos e na Europa cada vez mais optam por cosméticos naturais e por medicamentos fitoterápicos. A Europa possui um mercado melhor regulado e estabelecido, sendo a Alemanha o principal país consumidor, seguida pela França e pela Itália.

Por outro lado, é preciso lembrar que apesar da maior parte dos fitoterápicos ser classificada como produto florestal não madeireiro (extrativismo), o seu sucesso comercial, em parte, estimulou o seu cultivo e produção por sistemas agrícolas.

Mercado brasileiro

Segundo o IBGE, a produção florestal brasileira somou R$ 18,4 bilhões em 2012. Desse total, 76,9% são do cultivo de florestas com espécies exóticas ou nativas e 23,1% de produtos simplesmente coletados em áreas florestais naturais.

Dentre os produtos florestais não madeireiros, durante o ano de 2012, destacou-se o açaí (fruto) totalizando 7,9% de participação (R$ 336,2 milhões).

Piaçava

Utilizada na fabricação de vassouras, escovas, cobertura de quiosques, cordas para amarrar navios, cordões, cestos, alçapões de pesca, balaios, etc., funcionando também como excelente isolante térmico.

Castanha do Pará

 

Árvore de grande porte, de ocorrência natural na região Amazônica, produz amêndoa, que é muito rica em gorduras e proteínas: verdadeira “carne vegetal”, a proteína contida em apenas duas de suas amêndoas equivale à de um ovo de galinha.

Além de poder ser consumida fresca ou assada e ser um tira-gosto muito apreciado em todo o mundo, a castanha-do-brasil, como também é conhecida, participa como ingrediente da composição de inúmeras receitas de doces e de salgados.

 

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