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sábado, novembro 23, 2024
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Qual a ação e reação do silício nas plantas?

Autores

Rodrigo Vieira da Silva
Engenheiro agrônomo, doutor em Fitopatologia e professor – IF Goiano – campus Morrinhos
rodrigo.silva@ifgoiano.edu.br
Brenda Ventura de Lima e Silva
Engenheira agrônoma, mestra em Fitopatologia e servidora – IF Goiano – campus Morrinhos
Crédito Olimpio Filho

Para ser competitivo na agricultura moderna, o produtor rural necessita reduzir os custos de produção para se tornar mais eficiente. A melhor maneira de enfrentar este obstáculo é por meio da utilização de tecnologias geradas pela pesquisa científica aplicada. Dentre os fatores que afetam a produtividade estão a disponibilidade de nutrientes, que quando corretamente balanceados nos solos favorecem a nutrição e o controle de pragas, doenças e nematoides.

Resultados de pesquisas científicas realizadas em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, comprovaram que a aplicação de silício (Si) na nutrição mineral das plantas proporciona diversos benefícios, a saber: melhor crescimento e maior produtividade, aumento da resistência à seca e maior tolerância ao ataque de pragas e doenças.

Portanto, o Si melhora a qualidade nutricional e fitossanitária das plantas quando utilizado. Diante disso, vem despertando muito interesse entre pesquisadores, técnicos e agricultores, pelos diversos benefícios que traz às culturas.

Plantas beneficiadas

Diversos trabalhos comprovam que a suplementação com o Si é capaz de incrementar a produtividade, reduzir estresses abióticos e a severidade de doenças em um elevado número de espécies. Os resultados são mais evidentes em plantas da classe das monocotiledôneas, família Gramineae, atualmente denominadas de Poaceae, a exemplo da cana-de-açúcar, trigo, braquiária, milho, sorgo e arroz.

Por outro lado, também encontramos resultados positivos nas culturas da batata, tomate, melancia, quiabo, alface, cenoura, soja, pepino, melão, abóbora, videira, cafeeiro, eucalipto, entre outras, tendo sido observados resultados de eficiência de controle que variam de 20 até 90%.

Silício nas plantas

Plantas com níveis mais elevados de Si contêm mais nutrientes em seus tecidos. Como este nutriente aumenta a produção de fotoassimilados devido ao incremento na taxa fotossintética, há um aumento na incorporação de minerais que conferem mais resistência à parede celular das plantas, o que torna a planta mais resistente a situações de estresses.

E, ainda, a aplicação de Si deixa as folhas mais eretas, diminuindo o sombreamento e deixando a planta mais resistente a doenças.

Quando adicionamos um nutriente ao solo via adubação, ocorrem reações químicas que podem modificar, para mais ou para menos, os teores disponíveis de outros elementos. O caso do silício é interessante, pois ocorrem interações com vários elementos que favorecem a nutrição da planta.

Além disso, o silício atua diretamente na diminuição da taxa de incidência de doenças e até mesmo o ataque de insetos, devido à sua deposição abaixo da cutícula, o que faz com que a espessura da epiderme aumente e ele atue também como uma barreira mecânica contra patógenos e insetos.

Resultados em campo

Plantas mais produtivas, com menos doenças e mais vigorosas. Este é o resultado que muitos agricultores vêm obtendo ao utilizar o silício como mais um nutriente para a nutrição das plantas. No entanto, muitos agricultores e técnicos ainda desconhecem os efeitos e as vantagens do uso de fontes silicatadas nas suas lavouras.

Benefícios como a redução da toxicidade do manganês (Mn), ferro (Fe) e outros metais pesados, redução da transpiração e aumento da absorção e metabolismo de elementos, como o fósforo (P), são observados.

A utilização de fertilizantes silicatados aumenta a eficiência da adubação NPK. Os adubos silicatados normalmente apresentam boas propriedades de adsorção. Isto faz com que ocorra menor lixiviação de potássio e outros nutrientes móveis no horizonte superficial.

Com o aumento do teor de silicato no solo ocorrem reações químicas de troca entre o silicato e fosfatos, como os fosfatos de cálcio, alumínio e ferro. Portanto, há formação de silicatos de cálcio, alumínio e ferro com a liberação do íon fosfato, aumentando o teor de fósforo na solução do solo.

Aliado a isso, o silicato pode deslocar o fósforo dos sítios de adsorção na argila e nos sesquióxidos, ou ocupá-los preferencialmente. O silício também aumenta a translocação interna do fósforo para a parte aérea da planta.

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