Autor
Fernando Simoni Bacilieri
Engenheiro agrônomo e doutor em Agronomia – Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
ferbacilieri@zipmail.com.br
A cultura do algodão (Gossypium hirsutum L.) é de extrema importância pelo seu valor comercial, bem como pela multiplicidade de produtos que dela se originam. Trata-se de uma planta de porte arbustivo ramificado, de ciclo perene, conduzida como cultura anual, que apresenta desenvolvimento e crescimento estrutural com muitos elementos e/ou ainda, com diferentes formas de inter-relação, por vezes de difícil compreensão.
Desta forma, faz-se necessário o uso de agrupamento de informações, entre elas a exigência dos nutrientes essenciais ao crescimento e desenvolvimento das plantas.
Grupos
Os elementos essenciais para a nutrição de plantas são divididos em dois grandes grupos, dependendo das quantidades exigidas em macronutrientes (nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre) e micronutrientes (boro, cloro, cobre, ferro, manganês, molibdênio, níquel e zinco), sendo eles indispensáveis ao desenvolvimento das plantas em suas funções, pois o crescimento e a produção podem ser limitados.
Os micronutrientes, muito embora sejam requeridos pelas plantas em pequenas quantidades, são elementos essenciais. São imprescindíveis para que a planta consiga completar seu ciclo vegetativo e, por isso, não podem faltar durante o processo de nutrição das plantas.
A resposta das plantas quanto à aplicação dos micronutrientes é muito variável, mas o aumento da produtividade e, por consequência, a diminuição do custo relativo tem motivado produtores a utilizá-los.
As necessidades nutricionais de qualquer planta são determinadas pela quantidade de nutrientes que ela extrai durante o seu ciclo. Esta extração total dependerá do rendimento obtido e da concentração de nutrientes nos grãos e nas partes que compõem a planta, ou seja, raiz, caule, folhas, etc.
O boro (B) é um micronutriente necessário para a nutrição de todas as plantas. No caso do algodão, é o segundo micronutriente mais exigido, atrás somente do ferro. O B está diretamente ligado ao crescimento meristemático, à biossíntese da parede celular, ao funcionamento da membrana celular, transporte de auxinas (AIA) e metabolismo de carboidratos.
As funções deste micronutriente são fundamentais para os tecidos meristemáticos; consequentemente, a deficiência de B é predominantemente prejudicial nos tecidos vegetais em crescimento.
Demanda
A literatura cita que a quantidade exigida para produção de 1,0 tonelada de algodão em caroço é de 118 gramas. Embora sintomas graves de deficiência de boro possam não ser encontrados frequentemente, sabe-se que a deficiência de boro sem o surgimento de sintoma visível nas folhagens e nas flores pode limitar a produção de pluma e caroço de forma significativa.
Um dos sintomas mais característicos é o desenvolvimento de estrias e os pecíolos das folhas unidos. Em casos de deficiência severa, o desenvolvimento anormal de nervuras resulta no encurvamento da folha e em formatos de folhas irregulares.
Absorção
A forma de absorção do boro (B) pelas plantas é como ácido bórico (H3BO3) e em alguns casos, possivelmente como ânion borato (B(OH)4), tanto por via radicular como foliar. Trata-se de um processo passivo (não metabólico), em que o B é transportado nos vasos do xilema (fluxo de transpiração) de todas as espécies de plantas, portanto, é considerado móvel no sistema do xilema de todas as plantas.
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