Autor
Evaldo Tadeu Melo
Gestor de Agronegócio, mestre e doutor em Fitotecnia – Universidade Federal de Lavras (UFLA) e servidor público federal evaldo.melo@dag.ufla.br
As bananas nanicas pertencem ao subgrupo Cavendish. Elas são mais doces comparadas às do grupo prata e são as únicas exportadas pelo Brasil e as mais aceitas pelo mercado internacional. As principais cultivares plantadas deste subgrupo no Brasil são: Nanica, Nanicão, Grande Naine e Williams.
Essas cultivares são resistentes às raças 1 e 2 do Fusarium oxysporum, patógeno que causa o mal-do-panamá. As cultivares Nanica, Nanicão, Grande Naine e Williams não são só resistentes ao mal-do-panamá, como têm menor porte.
Em vista de suportarem plantios mais adensados, são mais precoces e muito utilizadas nas regiões de maior ocorrência de chuva. No entanto, são muito exigentes em termos de nutrientes, disponibilidade de água e técnicas de cultivo, quando se objetiva maior produtividade e qualidade do produto.
Seus frutos apresentam ponta ou ápice em forma de gargalo pouco acentuado e são delgados, longos, encurvados e, quando maduros, muito doces e verde-amarelados. Além de exportáveis, são bastante utilizados no processamento industrial.
Propagação
A propagação das mudas de bananeira do sub grupo Cavendish não diferem do processo das demais variedades. Há duas formas mais comuns para a obtenção de mudas de bananeira: no campo e in vitro. A técnica de hidroponia também começou a ser utilizada em mudas de bananeira, porém, só na fase de aclimatização.
A propagação no campo consiste basicamente na retirada de perfilhos (brotações), conhecidos popularmente como chifre, chifrinho ou chifrão, dependendo do porte, variando de 0,20 a 1,50 m de altura. Essas mudas apresentam folhas lanceoladas e um grande rizoma, o que proporciona boa reserva para o início do desenvolvimento a campo.
Também pode ser utilizado o rizoma de bananeiras adultas, que são fracionados em até seis partes, aumentando se assim o número de mudas, visto que na base de cada folha existe uma gema dormente, que é estimulada a brotar quando se faz este fracionamento (Santos-Serejo et al., 2016).
Entretanto, estas formas de propagação não produzem um grande número de mudas, sendo bastante utilizada apenas por pequenos produtores. Além disto, se o bananal que fornece as mudas estiver com alguma praga ou doença, estas serão transmitidas ao novo plantio.
Sendo assim, atualmente a maioria dos bananais tem sido implantados com mudas provenientes da propagação in vitro, ou micropropagação. Esta técnica possibilita a produção em larga escala, além de as mudas serem isentas de pragas e doenças.
Neste sistema, as matrizes que fornecerão as mudas são indexadas, ou seja, testadas para garantir sua sanidade. Após este teste é retirada uma gema do rizoma e levada para o laboratório, onde após seu estabelecimento in vitro são utilizados fitorreguladores à base de citocinina para estimular uma superbrotação.
Então, é feita a separação destes brotos e cada um será uma nova muda que voltará a se multiplicar, repetindo esse processo por até cinco ciclos. Em seguida, esses brotos são estimulados com fitorreguladores à base de auxina a emitirem raízes.
A próxima fase
Após a multiplicação em laboratório, as mudas são transferidas para bandejas com substrato esterilizado para aclimatização, onde permanecem por aproximadamente 40 dias, até atingirem cerca de 30 cm, quando são enviadas aos produtores.
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