Autor
Lafayete Gonçalves Campelo Martins
Engenheiro florestal, doutor em Solos e Nutrição de Plantas e consultor
lafayetecampelo@gmail.com
Na sua forma orgânica, o fósforo é componente dos fosfolipídeos que fazem parte das membranas celulares, participa de processos metabólicos como transferência de energia, é importante para a respiração, para a síntese de glicose e de ácidos nucléicos, dentre outras funções vitais para as plantas.
Para o eucalipto, considerando uma árvore adulta, a concentração de fósforo nos tecidos, em geral, é de aproximadamente 0,05% (média entre os componentes folhas, galhos, casca e lenha).
É uma concentração relativamente baixa, quando comparada à de outros macronutrientes, como o potássio, o cálcio e o nitrogênio, cujas médias de concentrações nos tecidos variam de 0,5 a 0,8%.
Apesar disso, as doses de fósforo que normalmente são adicionadas ao solo via fertilizantes são bem superiores às quantidades que são efetivamente exigidas e absorvidas pelas plantas. Isso decorre das características dos nossos solos brasileiros, especialmente aqueles mais usados para os plantios florestais.
Tais solos são predominantemente pertencentes à classe dos Latossolos, que são muito antigos, intemperizados e cujas argilas são predominantemente formadas por óxidos de ferro e de alumínio. Além de serem solos de baixa fertilidade, não possuem minerais primários, ou seja, minerais com capacidade de liberação de nutrientes para o solo e, ainda, seus componentes (os óxidos) reagem com as formas solúveis de fósforo e transformam esse fósforo antes disponível para as plantas em formas não mais disponíveis.
Dessa maneira, o solo passa a ser um dreno de fósforo e compete com a planta pelo nutriente que é aplicado via fertilizantes, o que ocorre principalmente quando a aplicação não é feita de maneira adequada. É exatamente para compensar esse tipo de perda que as quantidades adicionadas ao solo são superiores às efetivamente exigidas pelas plantas.
Opções em nutrientes
São várias as fontes de fósforo disponíveis no mercado. Há as fontes naturais, que podem ser aplicadas diretamente sem um processamento industrial mais elaborado, neste caso, as rochas são apenas moídas e aplicadas; há as fontes industrializadas que utilizam as fontes naturais como matéria-prima para a sua fabricação – as rochas são tratadas com ácidos e o resultado são os fertilizantes solúveis; e há também os fertilizantes com tecnologias diversas que aumentam a eficiência no fornecimento do nutriente para as plantas com o uso de componentes orgânicos ou de alguma proteção que impede ou retarda reações indesejáveis no solo que tornam o nutriente indisponível.
Normalmente, estes últimos utilizam como matérias-primas os fertilizantes solúveis, e a tecnologia é adotada para reduzir perdas e aumentar a sua eficiência. Dentre as fontes naturais, há as provenientes de rochas fosfatadas de baixa reatividade (de origem ígnea ou metamórficas), que possuem estrutura cristalina, compacta e de baixa solubilidade.
Este conteúdo é restrito a membros do site. Se você é um usuário registrado, por favor faça o login. Novos usuários podem registrar-se abaixo.