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Os piscinões são alternativas encontradas por produtores rurais para utilizar a água de forma mais racional e com maior versatilidade
Os piscinões são reservatórios construÃdos em locais próximos às áreas de produção, que servem como um estoque regulador para água de irrigação e também para que se possa realizar uma distribuição melhor desta água, uma vez que, ao captar a água diretamente do riacho, poderemos alimentar apenas um equipamento de irrigação.
Já no caso dos piscinões, pode-se instalar mais bombas na piscina (que seriam de tamanho menor pela proximidade do pivô), aumentam as opções de irrigação, irrigando com mais pivôs ao mesmo tempo ou escolhendo o melhor horário de irrigação.
“Tendo como exemplo um reservatório de 20.000 m2 e uma profundidade de 10 m, é possível armazenar 200 milhões de litros d’água, sendo este volume suficiente para atender um pivô de 50 ha por um período de 52 dias. Este estoque regulador traz segurança na produção de frutas e hortaliças que são extremamente exigentes em água (para se ter uma ideia, a cenoura tem em sua composição 90% de água)“, esclarece Eduardo Sekita de Oliveira, diretor agrícola da Sekita Agronegócios, onde os piscinões já estão instalados.
Ainda segundo ele, utilizando este estoque de água pode-se utilizar os equipamentos de irrigação no período noturno, tendo mais eficiência na irrigação pelo fato da perda por evaporação ser menor no período da noite, e também aproveitando uma tarifa de energia com um custo menor.
Independente da cultura, há ganhos, mas, segundo Eduardo Sekita, os cultivos de alto valor agregado trazem um retorno do investimento mais rápido.
Como construir
Os sistemas de construção dos piscinões podem ser os mais variados possÃveis, tendo vários graus de investimento. “No nosso caso, optamos por trabalhar com uma profundidade maior, tendo assim um espelho de água pequeno em relação ao volume de água, e com isso uma perda por evaporação menor. O uso de lona também foi uma opção para evitar a perda de água por infiltração. Com isso, chegamos a um investimento próximo de R$ 370 mil, para uma piscina de dois hectares, com profundidade de 10 m“, calcula Eduardo Sekita.
Atualmente, o custo das culturas trabalhadas na região de São Gotardo (MG), que adota alta tecnologia, é alto – alho em torno de R$ 75 mil, e cenoura R$ 30 mil. Assim, levando em consideração que a lona tem garantia de 10 anos, então, no exemplo de 50 hectares, o investimento no piscinão seria, para cenoura, em torno de 2,5%, e para o alho 1% do custo de produção.
Essa matéria você encontra na edição de março da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira a sua.