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Tela antiafídeo requer pé direito da estufa mais alto

 

Edvar de Sousa da Silva

Doutor em Agronomia ““ Horticultura e professor do Instituto Federal do Acre

edvardasilva@gmail.com

 

Tela antiafídeo requer pé direita da estufa mais alto - Crédito Edvar de Sousa
Tela antiafídeo requer pé direita da estufa mais alto – Crédito Edvar de Sousa

O uso de tela antiafídeo com pé direito convencional, de 2,5 a 3 m de altura, faz com que a temperatura dentro da estufa vá a 40ºC, visto que é uma tela mais fechada para impedir a entrada de tripes e mosca-branca. Por isso, o aumento da altura do pé direito em até 6m é uma tendência, para aumentar a circulação dentro da estufa mesmo com o uso de telas antiafídeo.

Os insetos geralmente perfuram e/ou cortam as folhas, caule e flores das hortaliças para se alimentar e acabam ocasionando danos econômicos consideráveis. A lagarta mandarová é um exemplo dos mais agressivos, pois quando aparecem no cultivo destroem completamente as folhas das hortaliças.

A lagarta-rosca corta o caule das mudas. As lagartas conhecidas como “brocas“ perfuram e penetram em frutos como abobrinha, tomate, berinjela e pepino, causando enormes perdas a estas culturas, e após penetrarem nos frutos fica difícil o controle.

As populares larvas minadores (pequenas lagartas ou larvas de moscas) abrem canais (minas) nas folhas, que quando muito atacadas secam e caem. As formigas cortam as folhas das hortaliças e carregam esses pedaços para os seus ninhos.

Um grande problema para as hortaliças são os insetos mosca-branca e tripes, que além de danificarem as folhas, também podem transmitir os vírus Geminivirus (mosca-branca) e vira-cabeça (tripes). Essas viroses são muito difíceis de controlar depois de instaladas nas lavouras.

Entre as culturas mais atacadas estão: alface, berinjela, abobrinha, tomateiro, pimenteiro, pepineiro, brócolis, repolho, batata, melancia e melão.

As telas antiafídeos

Finalidade:

üFechamento de viveiros de mudas de hortaliças, flores e citros;

üFechamento de ambientes protegidos de cultivo de hortaliças e flores;

üProteção contra insetos, principalmente os vetores e transmissores de vírus, como por exemplo, mosca-branca e tripes;

üProteção de mudas para transporte.

Vantagem:

üAlta restrição à entrada de insetos e diminuição no uso de agrotóxicos, no caso, inseticidas.

Além de insetos maiores, as telas antiafídeos podem inibir a entrada de insetos menores, porém, é importante observar a abertura da malha da tela, que não pode ser maior que 1 mm. Existem tripes de até 0,5 mm de comprimento, sendo necessário uma tela antiafídeo com abertura da malha ainda menor.

Adaptações das estruturas

Na verdade, a função das telas antiafídeos é evitar a entrada de insetos, até mesmo os menores. E a isto elas respondem bem, porém, elas podem contribuir para o acúmulo de calor e a elevação da temperatura dentro do ambiente protegido (estufas agrícolas). Claro que isto depende da época e da região.

É importante ressaltar que temperaturas acima de 35°C são um dos fatores limitantes para boa parte das plantas cultivadas, dentre elas, as hortaliças.Na região Sul do País e/ou em regiões com climas de altitude, principalmente, o acúmulo de calor e elevação da temperatura, proporcionado pelos ambientes protegidos, viabiliza a produção fora de época, além de abreviar o ciclo das culturas. Mas, em regiões quentes este acúmulo de calor e elevação da temperatura pode ser um problema para o desenvolvimento das culturas.

Primeiramente, é recomendado que os produtores tenham sempre em seus ambientes protegidos equipamentos que meçam e/ou registrem pelo menos temperatura e umidade relativa do ar. Isso auxilia no manejo do ambiente interno e no momento correto para utilização e manuseios das sugestões. Destaco isso porque muitos produtores investem em tecnologias curativas das lavouras, enquanto poderia ser mais barato investir, antes, em tecnologias preventivas, como por exemplo, os equipamentos citados anteriormente.

Fique atento

Ao construir ambientes protegidos fechados com telas antiafídeos, é importante que eles tenham pé-direito mais alto, pelo menos a partir de três metros, pois quanto mais alto o pé-direito, maior será volume de ar em relação à superfície do ambiente protegido, que auxilia na inibição da elevação exagerada da temperatura.

No entanto,é preciso estar atento à incidência de ventos na região, pois estruturas mais altas e, dependendo do material utilizado, podem ser mais suscetíveis aos ventos.

Além disso, é importante fazer janelas superiores no teto dos ambientes protegidos, as chamadas janelas zenitais. Estas janelas devem também ter telas antiafídeos, para que não haja entrada dos insetos aqui citados.

Essa matéria completa você encontra na edição de março da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira a sua para leitura completa.

 

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