17.5 C
Nova Iorque
domingo, novembro 24, 2024
Início Revistas Hortifrúti Ácidos húmicos melhoram o enraizamento das hortaliças

Ácidos húmicos melhoram o enraizamento das hortaliças

Nilva Teresinha Teixeira

Engenheira agrônoma, doutora em Solos e Nutrição de Plantas e professora do Curso de Engenharia Agronômica do Centro Regional Universitário de Espírito Santo do Pinhal (UNIPINHAL)

nilva@unipinhal.edu.br

 

Ácidos húmicos são solução para salinização - Créditos Shutterstock
Ácidos húmicos são solução para salinização – Créditos Shutterstock

Já existem no mercado nacional inúmeros produtos que contêm ácidos húmicos e fúlvicos extraídos de depósitos minerais (leonardita, lignita, etc.), solos orgânicos (turfeiras) ou obtidos por humificação de resíduos vegetais.

 

Benefícios

Os ácidos húmicos e fúlvicos podem influenciar diretamente o metabolismo das plantas por meio de mecanismos ainda não muito claros. São efeitos positivos no transporte de íons, na absorção de nutrientes, na respiração e na velocidade das reações enzimáticas do ciclo de Krebs, resultando assim em maior produção de energia metabólica, com o que concordam.

Consideram, ainda, que tais substâncias promovem incremento no conteúdo de clorofila, de ácidos nucleicos e de proteínas. Acredita-se, ainda, que os ácidos húmicos absorvidos pela planta, em estágios avançados do seu desenvolvimento, são uma fonte de polifenóis, que funcionam como catalizadores da respiração.

O resultado é o aumento da atividade metabólica do vegetal; aceleração dos processos enzimáticos e da divisão celular, crescimento mais rápido da raiz e aumento de matéria seca.

Considera-se, ainda, que os ácidos húmicos interferem diretamente na qualidade física do solo, por promoverem uma aproximação das partículas e, consequentemente, sua união, gerando, dessa forma, uma maior agregação dos solos, o que influi, diretamente, em outras características do solo como, por exemplo, a densidade, porosidade, aeração, capacidade de retenção e infiltração de água no solo.

Crescimento e desenvolvimento vegetal

As substâncias húmicas, ao alterarem diretamente o metabolismo bioquímico das plantas, podem influenciar seu crescimento e desenvolvimento. Tal fato pode estar relacionado com o aumento da absorção de nutrientes pelas plantas devido à influência das substâncias húmicas na permeabilidade da membrana celular, dentre outras.

Os principais sítios de complexação são os grupamentos carboxílicos e fenólicos. As interações possíveis entre o complexante e os metais podem ter a forma de uma reação de adsorção catiônica via atração eletrostática (esfera externa, mantendo a camada de hidratação), como aquelas entre os grupamentos carboxílicos carregados negativamente (dissociados) e um cátion monovalente, ou interações mais complexas.

 Há inúmeros relatos na literatura pertinente de que os ácidos húmicos e fúlvicos exercem forte estímulo no crescimento radicular em plântulas de várias espécies vegetais (como milho, feijão, alface), aumentando o número de sítios de mitose e de raízes laterais emergidas e a área superficial. Especificamente com cebola, há relatos de que o uso de ácidos húmicos + fúlvicos promove acréscimos de até 58% no desenvolvimento de raízes.

Outra observação é de que aplicação de formulados com ácidos húmicos e fúlvicos pode proporcionar aumentos de até 17% na produção de cebola.

Outras observações disponíveis dão conta de que a adição de tais insumos promove ganho substancial de desenvolvimento e produção em culturas como rúcula, café, alface, feijão e tomate.

A salinização dos solos é um sério problema, que pode ser amenizado com o uso de ácidos húmicos - Créditos Shutterstock
A salinização dos solos é um sério problema, que pode ser amenizado com o uso de ácidos húmicos – Créditos Shutterstock

Problema: salinização

A salinização dos solos é um sério problema na agricultura: limita a absorção de água e de nutrientes, o desenvolvimento das raízes e da parte aérea das plantas, a produtividade das culturas e a qualidade dos produtos. A salinidade traz sérios prejuízos para a produção agrícola, principalmente nas regiões áridas e semiáridas e, também, ao cultivo em ambientes protegidos ““ nas estufas.

Considere-se, agora, o cultivo de cebola. Trata-se de espécie onde o uso de fertilizantes minerais é pesado, o que pode provocar aumento de condutividade elétrica da solução do solo, ou seja, a salinização do solo.

É corrente na literatura que o aumento da condutividade elétrica da solução do solo inibe o desenvolvimento radicular e vegetativo da cebola. Reduz o enfolhamento, o diâmetro do pseudocaule, a altura da planta e o peso e diâmetro dos bulbos, independente do nível de umidade do solo.

Solução

Como resolver o problema de salinidade? Uma das possibilidades é o uso de produtos contendo ácidos húmicos que, ao analisar a sua estrutura, percebe-se a existência dos mais variados grupos químicos ““ como os fenólicos e ácidos ““ que complexam com os íons no solo, diminuindo, assim, a sua presença e, consequentemente, a condutividade elétrica, melhorando o ambiente para as raízes.

Ao melhorar o ambiente radicular, as raízes podem se desenvolver, e, portanto, explorar novas camadas de solo, entrar em contato com nutrientes e água ali presentes, o que, certamente, aumenta a absorção de tais materiais e redunda em maior produtividade.

Essa matéria completa você encontra na edição de março da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira a sua para leitura completa.

 

- Advertisment -

Artigos Populares

Chegam ao mercado sementes da alface Litorânea

Já estão disponíveis no mercado as sementes da alface SCS374 Litorânea, desenvolvida pela Estação Experimental da Epagri em...

Alerta: Patógenos de solo na batateira

Autores Maria Idaline Pessoa Cavalcanti Engenheira agrônoma e Doutoranda em Ciência do Solo – Universidade Federal da Paraíba (UFPB) idalinepessoa@hotmail.com José...

Maçãs: O que você ainda não sabe sobre a atividade

AutoresAike Anneliese Kretzschmar aike.kretzschmar@udesc.br Leo Rufato Engenheiros agrônomos, doutores e professores de Fruticultura - CAV/UDESC

Produção de pellets de última geração

AutorDiretoria Executiva da Brasil Biomassa Pellets Brasil Crédito Luize Hess

Comentários recentes