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Pinta-preta arrasa lavouras de tomate e batata

Cristiane Bezerra da Silva

Bióloga, doutora em Ciências Farmacêuticas

cris.mpj@gmail.com

 

Crédito UFRGS
Crédito UFRGS

A pinta-preta é uma das principais e mais frequentes doenças fúngicas que atinge a cultura da batata, tomate, berinjela, mamão, laranja e limão, comprometendo as folhas, frutos e também os tubérculos da batata. São Paulo e o Sul de Minas Gerais, Sudeste, Paraná, Santa Catarina, Rio de janeiro, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, na região Sul, são os Estados mais afetados pela pinta-preta.

A doença pode causar perdas da ordem de 5 a 78%, com uma intensa redução da área foliar, queda do vigor das plantas e depreciação dos tubérculos. Nas plantações de laranja, esses prejuízos podem chegar a 80% de perda na produção.

Os frutos afetados, em geral, caem prematuramente, reduzindo a produtividade das plantas. Frutos com sintomas da doença são muito depreciados no mercado nacional de fruta fresca e são impróprios para exportação.

As perdas provocadas por esta doença variam em função de vários fatores, dentre eles, são conhecidos a época em que a doença se estabelece na cultura, taxa de progresso da doença, cultivar utilizado e condições ambientais.

A ocorrência de epidemias severas está associada a temperaturas na faixa de 25 a 32ºC e elevada umidade, sendo caracterizada por intensa redução da área foliar, queda do vigor das plantas, quebra de caules e depreciação dos frutos.

As perdas provocadas por esta doença podem chegar a uma lavoura inteira - Crédito Ricardo J. Domingues
As perdas provocadas por esta doença podem chegar a uma lavoura inteira – Crédito Ricardo J. Domingues

Favorecimento da doença

O tomateiro destaca-se por apresentar um amplo histórico de problemas fitossanitários, responsáveis por perdas significativas na produção. Por ser uma cultura que demanda grande quantidade de insumos durante todo o ciclo de cultivo, é uma das mais prejudicadas pela ocorrência de doenças, sendo, por isso, suscetível à pinta-preta.

Nas condições de alta temperatura e umidade, aumentam as lesões, que apresentam um crescimento aveludado negro composto por frutificações do patógeno. Sementes infectadas por Alternariaspp., quando semeadas podem resultar em plântulas com sintomas de podridão e anelamento do colo, tombamento em pré e pós-emergência e morte de plantas jovens.

Sintomas de pinta-preta em batata - Crédito Ricardo J. Domingues
Sintomas de pinta-preta em batata – Crédito Ricardo J. Domingues

Sintomas

Na cultura da batata, a doença é disseminada pelo vento, água, insetos, trabalhadores e implementos. Os sintomas surgem primeiro nas folhas mais baixas, próximas ao solo, e depois evoluem para as superiores. Com umidade livre sobre as folhas e temperaturas favoráveis, a germinação e a penetração do fungo ocorrem rapidamente e as lesões surgem após três e cinco dias.

É importante destacar que o fungo pode sobreviver no solo por um longo período. Na batata, apinta-preta se torna mais severa quando as plantas são submetidas a um estresse hídrico e/ou nutricional e estas se tornam mais suscetíveis à doença quando entram na fase de formação dos tubérculos e as primeiras folhas atingem a maturidade, entre 35 e 45 dias (início da formação dos tubérculos).

A partir desta fase, a demanda por nutrientes para a formação da batata é grande e sintomas de deficiências de magnésio podem surgir nas folhas mais velhas, tornando-as mais suscetíveis ao fungo. A falta de água e/ou nitrogênio também pode favorecer a propagação da doença nas lavouras.

 

Alerta

As altas temperaturas do verão trazem consigo excessivas chuvas que influenciam diretamente a incidência da pinta-preta. Além disso, a chuva pode carregar conídios do patógeno para outras culturas, o que dificulta o seu controle.


Manejo

A adoção integrada de diferentes práticas é fundamental para um controle eficiente da pinta-preta. Os métodos de controle preventivo devem ser priorizados sempre que possível, pois após o estabelecimento da doença o controle é mais difícil e os prejuízos podem ser maiores.

Além disso, com o alto potencial destrutivo do patógeno, consagrou-se a utilização de fungicidas como uma das principais medidas de controle, em condições ambientais favoráveis à doença.

A primeira e fundamental medida de controle é a escolha da área e época de plantio. Locais onde há possibilidade de acúmulo de umidade, ventos fortes e constantes e épocas do ano de maior precipitação são mais propensos à ocorrência da doença.

 

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