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A escolha do clone de eucalipto para o sucesso florestal

Escolha do clone de eucalipto define sucesso florestal - Crédito Luize Hess
Escolha do clone de eucalipto define sucesso florestal – Crédito Luize Hess

Quando se fala em plantar clones de eucalipto, fala-se do topo do que existe em melhoramento genético e desenvolvimento tecnológico para a formação de florestas plantadas. Glêison dos Santos, engenheiro florestal, doutor em Melhoramento Genético e coordenador de Tecnologia do grupo CMPC Celulose Riograndense, explica que a clonagem é apenas uma maneira de propagar em escala comercial os melhores frutos (produtos) do melhoramento genético.

“O melhoramento genético é o aperfeiçoamento das características do eucalipto ao longo dos anos, sendo que algumas espécies já estão em seu terceiro ciclo de melhoramento no Brasil. Para a evolução dos materiais genéticos de interesse são feitos cruzamentos controlados entre o pai e a mãe de interesse, sejam cruzamentos híbridos (entre duas espécies diferentes) ou entre espécies puras“, avalia Glêison dos Santos.

 

Análises

Para chegar ao melhor material são feitas diversas análises buscando aproveitar a variação genética que existe entre osindivíduos de uma população. No geral, os indivíduos dentro de uma população seguempara determinada característica a variação de uma curva de distribuição normal.  “O que fazemos é selecionar os indivíduos superiores, o mais próximo possível do lado direito da curva de distribuição, onde estão os melhores indivíduos para essa característica. O próximo passo é transformar esses indivíduosem clones“, explica o especialista.

A clonagem, portanto, permite trabalhar com os melhores indivíduos da população de melhoramento, com valores superiores à média.“Se propagássemos por semente, sempre teríamos a média da curva de distribuição normal, porque quando se planta semente, a média é uma mescla dos diversos indivíduos a serem plantados“, esclarece Glêisondos Santos.

Para o clone, as características mais buscadas são:

“¢Crescimento volumétrico, pois é necessário ter uma produtividade florestal acima de 40 m³ por hectare por ano;

“¢Resistência a doenças e pragas, pois é possível conseguir indivíduos resistentes a diversas doenças, como ferrugem, Ceratocystise até mesmo mais recentemente a bactériaErwinia. Atualmente, podem-se fazer testes em laboratórios antes da recomendação comercial e separar os clones um dos outros, de acordo coma resistência presente ou não em cada material genético, em relação a essas doenças. No plantio de sementes, isso não é possível porque existe um grande número de indivíduos, sendo impossível testar todos e posteriormente plantar somente os resistentes.

“¢ Qualidade da madeira:o trabalho com clones também se justifica para melhorar a qualidade do produto final. Se o cliente quiser uma madeira com densidade básica alta,é possível selecionar os melhores materiais para essa característica, ou com rendimento de celulose mais alto, ou no caso do carvão vegetal, com rendimento gravimétricomelhor.

“¢O clone ainda faz com que a matéria-prima produzida seja homogênea e aderente à demanda dos clientes, diferente do plantio por semente,que gera heterogeneidade e variações desnecessárias no produto final.

Adaptação

Existem vários tipos de clone, cada um específico para uma região do Brasil, em especial para condição de solo e clima. “Existem os clones que chamamos de clone de mercado, desenvolvidos há mais tempo, que estão disponíveis para compra em viveiros particulares. E mais recentemente, desenvolveram-se novos clones que agora podem serprotegidos, o que permite ao melhorista e ao desenvolvedor que investiu naquele material genético proteger esse clone dentro da lei brasileira de proteção de cultivares, o que pode gerar o pagamento de royalties para seu uso“, detalha o especialista.

Qual escolher

Para escolha do clone ideal, é preciso primeiro determinar o objetivo final de uso, seja para energia, serraria, carvão, celulose, entre outros. Há, portanto, uma gama de clones desenvolvidos para cada uma dessas finalidades, sendo necessário observar se o material se adapta à região de plantio.Para a melhor informação sobre quais são os melhores clones para determinado produto, é sempre importante consultar um engenheiro florestal.

Riscos

A seleção errada de clones pode ser arriscada, pois um clone não adaptado pode gerar baixas produtividades e, por consequência, prejuízos ao investidor florestal. Enfim, a produção de madeira da área pode não pagar o investimento feito na implantação da floresta.

É importante não ter precipitação quando da escolha dos clones. Fatores como a idade correta de seleção, a análise exaustiva da qualidade da madeira, a sua capacidade de enraizamento e a tolerância a fatores adversos do ambiente, devem ser seriamente considerados.

Cuidados

Os cuidados necessários para o desenvolvimento de um clone são os mesmos para fazer uma boa silvicultura. É preciso controlar a matocompetição e a presença de formigas na área einvestir nas fertilizações adequadas, o que pode variar por clone, já que alguns podem ser mais exigentes que outros. Por exemplo, clones de E. dunnii, E. benthamii e híbridos de E. globulus são mais exigentes em comparaçãoa clones de E. saligna e E. urograndis, por exemplo.

Essa matéria completa você encontra na edição de abril/maio da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira a sua para leitura completa.  

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