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Calda cúprica é eficiente no controle do cancro cítrico

 

Franklin Behlau

Pesquisador do Fundecitrus

 

Calda cúprica é eficiente no controle do cancro cítrico - Créditos Fundecitrus
Calda cúprica é eficiente no controle do cancro cítrico – Créditos Fundecitrus

Com a publicação da Resolução SAA-147, entraram em vigor no Estado de São Paulo as novas regras para a supressão ou erradicação do cancro cítrico, doença causada pela bactéria Xanthomonas citri subsp. citri.

No caso do cancro cítrico, a determinação legal da resolução SAA-147 é que as plantas doentes sejam erradicadas. A diferença em relação à resolução anterior é que não é mais obrigatória a erradicação de plantas sem sintomas ao redor das plantas doentes (raio de 30 km), mas apenas a aplicação de bactericida à base de cobre nestas plantas a cada brotação, como forma de prevenção.

Além disso, todos os pomares devem ser inspecionados a cada três meses para detecção e remoção das plantas doentes.

O que levou à mudança

A Secretaria de Agricultura de São Paulo procurou seguir as mesmas diretrizes estabelecidas para outra importante doença dos citros, o HLB (greening), para o qual o produtor já tinha que realizar inspeções trimestrais e relatar à Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) semestralmente.

Assim como para o HLB, as inspeções de cancro e eliminação das plantas doentes são responsabilidade do citricultor. Além disso, a nova resolução do cancro cítrico objetiva reduzir o número de árvores destruídas e dar mais agilidade ao processo, uma vez que o citricultor não é mais obrigado a reportar a doença no momento na detecção, somente nos relatórios.

Ou seja, não é mais necessária a emissão de laudo oficial de confirmação da doença para a eliminação da planta. O produtor pode eliminar o foco assim que for detectado, com base na experiência e conhecimento prévio da doença.

De lá pra cá

Até 2009, a inspeção e erradicação de plantas doentes era feita pela Secretaria da Agricultura, por meio de uma parceria com o Fundecitrus. Ao ser detectada uma planta com suspeita de cancro cítrico, era coletada uma amostra e enviada a um laboratório conveniado ao governo, e somente após a emissão de um laudo positivo para a doença as plantas eram eliminadas.

As pulverizações

As pulverizações devem ocorrer sempre que houver brotação nas plantas e devem ser utilizadas como medida complementar a inspeção e eliminação de plantas doentes. Aplicações de cobre não garantem a proteção do pomar contra o cancro cítrico, mas diminuem o potencial de infecção de plantas vizinhas.

O produto utilizado para a prevenção de cancro cítrico são os cobres fixos, como oxicloreto de cobre, hidróxido de cobre e óxido cuproso. Os últimos estudos do Fundecitrus apontam que a dose de 1kg de cobre metálico  por hectare é eficiente.

As pulverizações devem ocorrer sempre que houver brotação nas plantas.

Sintoma de cancro em fruto de laranja - Créditos Fundecitrus
Sintoma de cancro em fruto de laranja – Créditos Fundecitrus

Eficiência

Quando o foco do cancro cítrico é detectado logo no início e a quantidade de plantas doentes é baixa, a eliminação das plantas com sintomas e a aplicação de cobre ao redor (30 metros) tem boa probabilidade de sucesso na supressão da doença, mas para que isso aconteça deve haver uma frequência intensa de inspeção, de preferência mensal.

Para situações em que o número de plantas afetadas é grande, além das medidas citadas o ideal é ir além, e realizar um raio de erradicação para auxiliar na eliminação de plantas doentes escapes normalmente não detectadas nas inspeções.

Custo

É difícil estabelecer um custo comparativo, devido à variabilidade de idade das plantas e nível de infestação dos pomares. No entanto, podemos afirmar que o custo de inspeção de área sem cancro é de cerca de R$350,00/ha/ano (considerando uma inspeção a cada três meses como determina a legislação), onde não há a doença, e de R$2.000,00/ha/ano para áreas que têm ocorrência da doença.

Neste caso, recomenda-se a intensificação das inspeções para uma por mês. O aumento do custo se deve não somente ao aumento da frequência, mas também ao menor rendimento dos inspetores em áreas com a doença, uma vez que as árvores têm que ser mais detalhadamente inspecionadas.

É importante ressaltar que, para ter sucesso, em algumas situações de maior infestação o produtor deverá adotar medidas mais rigorosas que aquelas estabelecidas na lei, tal como a realização de um raio de erradicação e inspeções mais frequentes.

Essa matéria você encontra na edição de abril da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira a sua.

 

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