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Sombreamento para folhosas – Solução contra o calor

 

Rerison Catarino da Hora

Doutor em Agronomia e professor da Universidade Estadual de Maringá

rchora@uem.br

 

 Crédito Viverde Ktif
Crédito Viverde Ktif

O sombreamento é uma técnica que deve ser utilizada com muito cuidado, pois em determinadas regiões e épocas do ano a redução da luminosidade pode comprometer a qualidade das hortaliças.

Ao tentarmos reduzir o calor, consequentemente também reduzimos a incidência de radiação, fator que poderá ser prejudicial ao desenvolvimento e qualidade das plantas. Por exemplo, em casos severos de sobreamento aliado a vários dias nublados, as plantas sofrem estiolamento e aumento dos riscos de incidência de pragas e doenças, além de reduzir a qualidade e o tempo de prateleira dos alimentos.

Todo cuidado é pouco

As hortaliças, de modo geral, sofrem muito com as altas temperaturas, pois na maioria são originárias de regiões de clima temperado e temperatura amena. No entanto, quando utilizado de forma adequada o sombreamento permite às plantas serem cultivadas em regiões ou em condições de temperaturas mais elevadas, caso contrário, seu ciclo reduziria pelo estímulo ao florescimento.

No caso das alfaces, as exposições a temperaturas acima de 28 a 30ºC podem provocar, em algumas cultivares, o pendoamento precoce, aumento no teor de látex, sabor amargo e folhas mais duras, comprometendo a qualidade final do produto.

No caso dos chamados “cheiros verdes“, como a cebolinha, por exemplo, podemos aumentar a queimadura da ponta das folhas (característica esta também favorecida pelo ataque de doenças fúngicas).

Assim sendo, em períodos de calor e utilizado de forma correta, o sombreamento poderá contribuir para a qualidade do produto final e, em alguns casos, ser decisivo para a produção de algumas folhas.

Sombra e água fresca

O sombreamento pode ser provocado pelo uso de telados de diferentes cores e porcentagens de redução da luminosidade, partindo dos 18% até 80% de sombra, sendo que, para hortaliças, redução acima de 50% deve ser evitada.

Quanto às cores, podemos utilizar telas pretas, vermelhas, amarelas, azuis, brancas e aluminizadas, sendo que cada qual tem a sua importância e especificidade, ao ser recomendada.

O importante é que cada produtor consulte um engenheiro agrônomo que conheça as características climáticas da região onde será aplicada a técnica, pois assim haverá maiores chances de sucesso.

Outro fator a ser considerado é que, diante de tanta variação de produtos, não podemos nos esquecer de manejar os telados de acordo com a cultura, época do ano e região. Esse tripé é o que determinará o sucesso ou fracasso no uso da técnica.

Mais resultados

As telas brancas e as aluminizadas possuem vantagens sobre as demais telas coloridas por apresentarem menores índices de absorção de calor e, consequentemente, menor aquecimento do ambiente.

As brancas possuem menores riscos de redução da luminosidade; assim sendo, em dias nublados e em período de dias curtos elas favorecem a lavoura. Já as aluminizadas reduzem eficientemente o calor devido à reflexão dos raios solares, porém, podem diminuir a luminosidade em níveis críticos em determinadas épocas do ano.

Por isso a importância do manejo desse tipo de tela atuando como cortina, ou seja, deverá ser aberta sobre a lavoura apenas em horários críticos de temperatura e logo após realizar o seu recolhimento.

Benefícios

Como já foi dito, entre os benefícios do sombreamento das folhosas está a redução da incidência de radiação direta sobre as folhas, favorecendo o desenvolvimento das plantas e reduzindo os riscos de florescimento precoce.

As telas coloridas apresentam menores índices de absorção de calor - Crédito Ginegar Polysack
As telas coloridas apresentam menores índices de absorção de calor – Crédito Ginegar Polysack

Custo

O custo da técnica se mostra é bastante variável, pois dependerá da forma que o telado será manejado. Caso a tela seja fixa, o custo será menor, inclusive com mão de obra.

Caso a tela seja manejada durante o dia com abertura e fechamento, o produtor deverá incluir nos custos os equipamentos para automoção ou então escalar funcionários para fazer o manejo manual.

Outra variável é o tipo de telado (material) que será utilizado – telas coloridas são mais caras que as pretas e, por sua vez, as aluminizadas e brancas são mais caras que as demais.

Essa matéria completa você encontra na edição de maio da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira a sua para leitura integral!

 

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