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Os fertilizantes são, em geral, sais. A salinidade pode ser medida com o auxÃlio de um condutivÃmetro para identificar a Condutividade Elétrica (CE). Para isso, já estão disponíveis kits rápidos voltados à identificação dos principais nutrientes que compõem a CE na solução do solo.
A primeira relatividade é comparar cada nutriente contra ele próprio em sequência de duas coletas da solução do solo em intervalo, por exemplo, semanal, e comparar o cálcio da semana atual contra o da semana passada, idem para o potássio da semana atual contra o potássio da semana passada e para os demais nutrientes.
Em seguida está a segunda relatividade, que compara a contribuição de cada nutriente dentro da salinidade total de CE, identificando quanto o cálcio contribuiu na CE da semana passada em relação à semana atual. O mesmo acontece ao identificar a contribuição do potássio na CE da semana passada e da semana atual.
Assim se identificam duas relatividades que geram um delta (∆): a do nutriente individual contra ele próprio e cada elemento na sua contribuição na CE. Esse ∆ é importante para saber se há perdas ao longo do ciclo de cultivo e efetuar as correções nas fertirrigações seguintes de doses compatÃveis, evitando erros grosseiros, seja por falta ou excesso.
Vantagens
A teoria da dupla-relatividade para fertirrigação traz como principal vantagem a economia de fertilizantes, além de o desempenho das plantas ser otimizado pela nutrição ideal.
Temos já bem definidos os níveis de CE adequados para os vários cultivos ao longo das fases de desenvolvimento, como também os níveis desejados de cada nutriente que compõe a CE por fase fenológica em que as plantas passam (vegetativo, floração, frutificação e maturação). Os testes rápidos levam entre um e dois minutos para identificar os níveis de cada nutriente em ppm ““ parte por milhão, na solução do solo.
Sabemos que cada equivalente contribui com 0,1 na CE. Um equivalente é o peso molecular dividido pela valência: para potássio, que é monovalente, 39/1 = 39; e para cálcio, que é bivalente, 40/2 = 20. De fato, o potássio contribui com 0,1 na CE para cada 39 ppm identificados nos testes rápidos, ao passo que, para o cálcio, 0,1 na CE para cada 20 ppm.
Importante saber
Premissas para interpretações dos nutrientes na solução do solo com a dupla- relatividade do próprio nutriente comparado entre os intervalos de coletas e sua contribuição na CE:
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Ao tomar como exemplo o potássio, que tem o peso molecular 39, e sendo cátion monovalente, o equivalente é igual ao seu próprio peso molecular, sendo que cada equivalente contribui na CE total com 0,1 mS/cm.
Desse modo, se a CE da solução do solo for de 2,5 mS/cm e o K+ contribuir com 10 equivalentes, teremos outros 15 equivalentes no coquetel da solução do solo formados com outros cátions. A concentração do K+ em ppm na solução nutritiva do solo, nesse exemplo de 10 equivalentes, seria de 10 x 39 = 390 ppm de K+, e a sua contribuição na salinidade total seria de 1 mS/cm dentro dos 2,5 mS/cm de todo o coquetel de cátions.
Em paralelo, a mesma solução nutritiva do solo com CE = 2,5 mS/cm deve ter também outros 25 equivalentes de ânions. Somando todos os equivalentes de cátions + ânions do exemplo, teremos 50 equivalentes.
A concentração de K+ na solução do solo é apresentada em ppm, mg/L ou mg/kg (todas essas unidades são similares). Vamos considerar que 1 equivalente de K+ = 39 ppm K+ e contribui para salinizar a solução do solo com CE = 0,1 mS/cm. Proporcionalmente, para 2 equivalentes de K+ teremos 39 x 2 = 78 ppm, e a salinidade originada pelo K+ contribui na CE com 0,2 mS/cm.
Considerando o cátion Ca++, que tem peso molecular 40, mas bivalente, terá o equivalente a 40/2 = 20. Portanto, cada 20 ppm de Ca++ na solução do solo contribui na CE com 0,1 mS/cm, e ao identificar, por exemplo, em uma análise da solução do solo 80 ppm de Ca++, sabemos que a CE tem 0,4 mS/cm originada desse Ãon catiônico.