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domingo, novembro 24, 2024
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Mecanização chega ao café conillon

 

Ricardo Nascimento Lutfala Paulino

Thales Lenzi Costa Nascimento

Graduandos em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras ““ UFLA e membros do Grupo de Estudos em Herbicidas, Plantas Daninhas e Alelopatia ““ GHPD

Giovani Belutti Voltolini

Graduando em Agronomia ““ UFLA e coordenador geral do GHPD

giovanibelutti77@hotmail.com

 

Crédito José Augusto Rizental
Crédito José Augusto Rizental

Entre as espécies comercialmente utilizadas, o Coffea canephora é o que mais sofre com a demanda excessiva de mão de obra, pois devido ao modo de condução e arquitetura da planta a mecanização se torna muito difícil. Nesta espécie, as variedades mais utilizadas são o Conillon e o Robusta.

No entanto, está para ser lançada uma colhedora mecanizada para auxiliar na colheita do Conillon, visando viabilizar este manejo, reduzindo a demanda de mão de obra e otimizando o processo de colheita.

Importância nacional

A produção do Conillon é elevada quando comparada às cultivares de Coffea arabica, visto ser a primeira mais rústica, resistente a alguns patógenos que afetam a produção, assim como mais tolerante a solos com baixa fertilidade. Também possui um sistema diferente de condução da lavoura, em que um grande número de hastes (ramos ortotrópicos) é conduzido na mesma planta.

O café Conillon tem grande importância no segmento comercial da cadeia produtiva do café, visto que os blends comercializados nas cafeterias possuem em sua composição cerca de 50% deste tipo de café.

O Brasil se destaca como um dos maiores produtores de Conillon, sendo o Espírito Santo o maior produtor, seguido pelo estado de Rondônia. A produção nacional está em torno de 14 milhões de sacas de café de 60 kg beneficiadas. No entanto, a produção vem aumentando, isto porque surgem frequentemente novos plantios devido às condições propícias para a produção citadas anteriormente e também crescente demanda deste café no mercado internacional.

Restrições à mecanização

A mecanização sempre foi o principal objetivo dos produtores de café Conillon, pois devido à dispendiosidade do serviço, associada à mão de obra escassa, o custo final do processo produtivo era muito elevado, comprometendo cerca de 50% da renda bruta obtida ao término da safra.

O principal impedimento à mecanização nestas lavouras está no sistema de condução empregado, assim como na arquitetura das plantas. Sabe-se que o café Conillon tem condução de múltiplas hastes (ramos ortotrópicos), onde as mesmas se distribuem lateralmente.

Esta distribuição espacial das hastes faz com que o processo de colheita mecanizada não seja possível, pois o número excessivo de hastes e também a desuniformidade das mesmas na extensão da rua de café fazem com que o processo de colheita tenha baixa eficácia, e que boa parte dos frutos permaneça na planta.

Outro problema da utilização de máquinas na colheita do café Conillon são as hastes vegetativas, que só produziriam no ano seguinte e, de modo geral, também sofreriam o estresse da “passagem“ da colhedora pela lavoura, podendo afetar, de algum modo, a produção do ano seguinte.

Nova máquina

Entretanto, algumas empresas do segmento agrícola investiram em pesquisas a cerca da mecanização do café Conillon, e recentemente chegaram a alguns resultados que prometem revolucionar a cadeia produtiva da produção destes cafés.

A primeira etapa da colheita mecanizada é o corte das hastes produtivas presentes na lavoura cafeeira, que em seguida recebe a máquina responsável por toda a otimização agregada ao processo de colheita. O modo de ação destas máquinas é composto, na maioria das vezes, de mecanismos que separam os frutos das varas, em que os resíduos vegetais retornam à lavoura e os frutos são direcionados para o depósito da máquina.

Alguns trabalhos avaliando a eficiência do uso destas máquinas apontam para uma viabilidade de uso muito grande, que em alguns casos chega a suprir a mão de obra de 100 homens.

A colheita mecanizada para o café Conillon é uma inovação para o conillon - Crédito Miriam Lins
A colheita mecanizada para o café Conillon é uma inovação para o conillon – Crédito Miriam Lins

Vantagens da colheita mecanizada

Ao comparar a colheita mecânica com a manual, observa-se que a manual, além de escassa e cara, pode acarretar em uma operação demorada e incompleta, podendo prejudicar safras futuras, além de ter o risco de colher o café desuniforme.

Já com a utilização de máquinas para a colheita do café Conillon, o fator que mais irá impactar o produtor rural é a diferença no custo de produção, podendo chegar a uma redução de até 69%.

Essa matéria completa você encontra na edição de junho da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira a sua para leitura completa.  

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