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Cultivo de abacaxi rende frutos para consumo in natura ou industrialização

José Roberto Silva

Engenheiro agrônomo, coordenador técnico regional da EMATER-MG, pós-graduado em Fruticultura Comercial e especialista em abacaxi

jroberto@emater-mg.gov.br

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

O cultivo do abacaxi está disseminado por vários países, dentre os quais se destaca o Brasil, seu local de origem. Dentre as variedades de abacaxi existentes, a “Pérola“ é a mais cultivada no país.

O fruto é utilizado tanto para o consumo in natura, como na industrialização, em diferentes formas: pedaços em calda, suco, pedaços cristalizados, geleias, licor, vinho, vinagre e aguardente, ressaltando que o mais indicado para a industrialização é a cultivar SmoothCayenne (abacaxi havaiano), também de dupla aptidão, bastante consumido ao natural em São Paulo e nos estados do Sul do país.

Como subproduto desse processo industrial, pode-se obter ainda: álcool, ácidos cítrico, málico e ascórbico, rações para animais e a bromelina, substância de alto valor medicinal.

Destaque

 

Entre as duas variedades mais plantadas, visando atender as exigências do mercado (in natura ou indústria), o Pérola é muito produzido para o consumo in natura, por ser mais doce. No entanto, a exemplo do Pará, ele também é utilizado para fazer suco concentrado. Já o havaiano é o mais indicado para fazer suco industrial, por ter um rendimento maior, ou ainda para a fabricação de compotas, doces e geleias.

Embora o havaiano tenha dupla aptidão, os consumidores do Sul, boa parte descendentes de européus, dão preferência ao fruto mais ácido para mesa, sendo que nas demais regiões ele só entra na ausência do Pérola.

As novas variedades que estão entrando no mercado também possuem dupla aptidão. Já foram testadas para a indústria, podem ser fatiadas, para a produção de compotas, doces e geleias, de maneira geral, e tem atraído os consumidores pela doçura. Isso porque não são tão ácidas como as demais variedades.

 

Destino

No Brasil, das duas variedades mais plantadas, 60% da produção é destinada para a mesa e 40% para a indústria. Entretanto, o abacaxi de mesa tem maior valor agregado. Se o produtor for plantar no Sudeste, Nordeste ou Norte do País, é mais vantajoso optar pelo plantio de abacaxi de mesa, que é a preferência local, a exemplo do Pérola.

Com esse abacaxi o produtor terá condições de colocá-lo mais facilmente no mercado. Por outro lado, plantando o havaiano nessas regiões o produtor já fica com restrição de mercado para mesa e preso à indústria.

A região Sul tem os dois mercados, embora lá não seja tradição produzir as duas variedades, com exceção do Paraná, que está em uma microrregião que investe muito nessa fruta, principalmente a cultivar SmoothCayenne (havaiano).

É importante que o produtor, antes de plantar, se atente ao mercado que irá atender.

Os principais polos industriais do abacaxi, além da região do Triângulo Mineiro, estão em São Paulo e no Rio Grande do Sul. Muitas vezes as fábricas de pêssego, que fazem compota, param na entressafra e usam o abacaxi para continuar o movimento da fábrica, absorvendo a produção de fruta principalmente, de Minas Gerais, Paraná e São Paulo.

Assim, ganham os dois lados, pois o que o produtor não consegue vender para a mesa, ele entrega para a indústria. Lembrando que, no mercado in natura o preço pago pelo abacaxi é de até 20% a mais.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de julho da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira a sua para leitura completa.

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