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José de Castro Silva
Doutor em Engenharia Agrícola e professor da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF)
 VinÃcius Resende de Castro
Doutor em Recursos Florestais
Começaremos este artigo trazendo os “˜Mandamentos do Fazendeiro Florestal’:
Primeiro: Preservarás a terra que herdaste dos teus antepassados, conservando os recursos e sua produtividade, de geração em geração.
Segundo: Preservarás a pureza e abundância das águas e a limpeza do ar, a fim de que todas as criaturas possam usufruÃ-las.
Terceiro: Cuidarás para que o solo não venha a perder a sua fertilidade, para que nunca falte o alimento a ti e a teus descendentes.
Quarto: Pouparás os bens da Terra, tomando para ti e para tua descendência somente o necessário.
Quinto: Não destruirás os refúgios dos animais e reservarás para eles uma parte das terras que ocupares.
Sexto: Cuida para que não venha a desaparecer nenhuma das espécies de animais e plantas criadas, para que não diminua o patrimônio original da criação.
Sétimo: Deus te fez herdeiro da Terra e seu administrador, que foi criada para ti como único refúgio onde podes viver em todo o universo.
Oitavo: Mais do que as leis e preceitos criados pelo homem, respeita a natureza como obra-prima criada por Deus.
Nono: Jamais usarás o fogo como instrumento de limpeza do solo, pois ele é sinônimo de morte e destruição.
Décimo: Jamais desafies os princÃpios impostos pela natureza. Lembra-te de que Deus perdoa sempre; o homem perdoa, às vezes, a natureza não perdoa nunca.
(Autor Desconhecido)
Mitos e verdades
Seria fora de propósito proibir a derrubada de matas nativas se não houvesse a alternativa de utilizar a madeira oriunda de reflorestamento. Além de ser uma atividade lucrativa, o reflorestamento possibilita usos alternativos na composição de uma propriedade rural e evita o corte de madeiras nativas.
São cada vez mais crescentes as necessidades de madeira na propriedade rural ou nas indústrias. A alternativa é utilizar a madeira dos plantios florestais, seja por meio de iniciativa das empresas, seja dos proprietários rurais.
Por restrições legais e aumento da consciência ambiental por grande parte da sociedade, está ficando cada vez mais difícil tirar madeira dos poucos remanescentes nativos. Por isso, falar da importância do eucalipto para a economia florestal do Brasil é falar do óbvio, porque a sua madeira é utilizada no abastecimento da maior parte do setor industrial de base florestal.
Nenhuma outra árvore consegue reunir tantas vantagens, quando se fala de produtividade, precocidade de produção e usos alternativos da madeira. Mas é preciso que qualquer empreendimento sustentável que envolva plantios de eucalipto seja orientado para a adoção de práticas corretas de manejo, sempre preservando os ambientes naturais.
Não basta plantar; é preciso que a atividade seja sustentável, com práticas corretas de implantação e manejo, resultando em produtividade e qualidade dos produtos. A silvicultura ou plantio de árvores é uma atividade que implica na diversificação da propriedade, com inúmeros benefícios para o ambiente, bem como uma excelente oportunidade de renda para o produtor rural.
As árvores no contexto social
As árvores são muito importantes para a manutenção da quantidade e qualidade da água, proteção dos rios e nascentes, manutenção do ambiente agradável para o homem, pássaros e animais, além de proteção do solo das enxurradas e renovação do ar que respiramos.
É bem fácil imaginar a quantidade de produtos e subprodutos que a madeira pode servir como fonte de matéria-prima. Dos móveis ao papel, das construções aos carros, a madeira está sempre presente na nossa vida.
Com um mercado sempre crescente e cada vez mais exigente em qualidade, seria fora de propósito proibir a derrubada de matas nativas se não houvesse a alternativa de se utilizar a madeira oriunda de reflorestamento.
A decisão polÃtica de dinamizar o aproveitamento florestal para fins produtivos é uma opção técnica e ecologicamente viável, sem prejuízo para os demais serviços da floresta. A expansão da área florestal produtiva diminuirá, com certeza, a pressão sobre as florestas nativas.
O reflorestamento é considerado uma atividade lucrativa, porque funciona como uma caderneta de poupança verde, apresenta uma receita líquida maior que outras atividades rurais e pode virar dinheiro quando o proprietário dele precisar. Além disso, o plantio de árvores exige pouca mão de obra, é de fácil manutenção e a colheita da madeira pode ser feita a qualquer tempo, sem ter uma época determinada do ano.