Alfredo Junior Paiola Albrecht
Leandro Paiola Albrecht
Professores da UFPR ““ Setor Palotina e supervisores do Grupo Supra Pesquisa
Fábio Henrique Krenchinski
Vinicius Gabriel Caneppele Pereira
Acadêmicos de Agronomia da UFPR ““ Setor Palotina e Integrantes do Grupo Supra Pesquisa (www.supra.ufpr.br)
Efeitos negativos no crescimento, desenvolvimento e produtividade de uma cultura, devido à presença de plantas daninhas, não são atribuÃdos unicamente à competição imposta por elas, mas são resultantes de um conjunto de pressões ambientais que estão direta ou indiretamente ligadas à presença delas no agroecossistema.
Assim, é classificada como interferência este somatório de ações negativas impostas à cultura de interesse, em decorrência da presença de plantas daninhas no ambiente agrícola.
Tipos
Em se tratando da ciência das plantas daninhas, existem cerca de 30.000 espécies que causam danos às culturas comerciais, como a soja, por meio da competição por nutrientes, água, espaço físico e luz, ou ainda liberando substâncias alelopáticas, impossibilitando que as culturas expressem todo seu potencial produtivo.
Isso ocorre devido à agressividade destas plantas infestantes, que apresentam características adaptativas para suportar condições adversas e se propagar, enquanto as culturas como a soja, por meio do melhoramento genético, perderam esta “agressividade“ para ganhar em produtividade, ficando mais vulneráveis aos efeitos deletérios causados pelas plantas daninhas.
O manejo das plantas daninhas de forma sustentável deve ser buscado nas áreas de produção agrícola com o intuito de aumentar o rendimento das culturas, mantendo a qualidade do produto final. Para isso, é necessária a pesquisa constante na área de biologia e manejo de plantas daninhas, objetivando alicerçar uma agricultura que vise sistemas de cultivo cada vez mais produtivos e rentáveis, respeitando os aspectos sociais, econômicos e ambientais.
Nesse contexto, ressalta-se que o manejo de plantas daninhas é uma prática de fundamental importância para a obtenção de altos rendimentos em qualquer exploração agrícola, e é tão antiga quanto a própria agricultura. Conforme a espécie, a densidade e a distribuição da infestante na lavoura, as perdas são mais significativas, sendo que para a soja pode chegar a 90%.
Controle
Os métodos normalmente utilizados para controlar as infestantes são o preventivo, mecânico, físico, biológico, químico e o cultural. É recomendável a utilização de mais de um método, para que ocorra um manejo integrado e eficiente das plantas daninhas.
Segundo especialistas, a grande aceitação do método químico está vinculada ao fato de que o controle das plantas daninhas por herbicidas proporciona várias facilidades e vantagens. Entre elas destacam-se: menor dependência da mão de obra, que é cada vez mais cara e difícil de ser encontrada; mesmo em épocas chuvosas, o controle químico das plantas daninhas é eficiente na linha de plantio e não afeta o sistema radicular das culturas; permite o cultivo mÃnimo ou plantio direto das culturas; pode controlar plantas daninhas de propagação vegetativa; permite alteração no espaçamento, quando necessário; e com as cultivares de soja, milho e algodão transgênicos tolerantes a herbicidas foi proporcionada uma série de facilidades e benefícios aos agricultores.
Eficiência
A prática da dessecação na pré-semeadura da cultura da soja é uma técnica amplamente adotada pelos agricultores, com o intuito de iniciar as atividades de condução da cultura com o campo livre das plantas daninhas. Tendo em vista a dificuldade no controle de algumas espécies em aplicações de pós-emergência da cultura, o manejo pré-semeadura aparece como uma ótima forma para o controle destas plantas.
O principal objetivo desta ferramenta é eliminar as plantas daninhas ou, no mÃnimo, retardar seu desenvolvimento, a fim de facilitar e complementar o manejo por meio de aplicações em pós-emergência da cultura.
No sistema de manejo convencional de solo, que era muito empregado no passado, as plantas daninhas presentes eram controladas mecanicamente pelos implementos que realizam o preparo do solo, e era comum durante essa etapa a utilização de herbicidas pré-emergentes.
Atualmente, com a semeadura direta, esse trabalho é realizado por herbicidas dessecantes, que consistem na eliminação de toda a vegetação existente antes da semeadura das culturas. Para essa finalidade são utilizados herbicidas de ação sistêmica ou de contato e normalmente não seletivos, apresentando amplo espectro de controle.