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domingo, novembro 24, 2024
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Mitos e verdades sobre o cultivo de eucalipto

 

José de Castro Silva

Doutor em Engenharia Florestal e professor da Universidade Federal de Viçosa

Vinícius Resende de Castro

Doutor em Engenharia Florestal

 

Crédito Bruna Anair Souto Dias
Crédito Bruna Anair Souto Dias

No Brasil, as grandes culturas agrícolas são exóticas, mas não sofrem quaisquer contestações pelos mesmos leigos que contestam o exotismo do eucalipto. Além do exotismo dessas culturas, é importante observar quanto é elevada a necessidade de nutrientes minerais e de irrigação, do uso intensivo do solo, da perda de solo por erosão, do uso de agrotóxicos, da adoção de monoculturas extensivas, etc.

Com certeza, os países asiáticos não contestam a presença Hevea brasiliensis, genuinamente brasileira, até no nome científico, conhecida como seringueira, que faz a riqueza de muitos países, mas que é exótica para eles, como o eucalipto o é para o Brasil. O bom senso e o discernimento das pessoas recomendam que o conceito de espécie exótica não se restrinja a limites políticos e geográficos, mas tão somente a limites estritamente ecológicos.

Maior proveito

A agricultura e a silvicultura surgiram para cumprir a finalidade de se aproveitar mais da natureza, em quantidade e qualidade, do que dela se poderia extrair por puro extrativismo. Sabe-se que um hectare de florestas plantadas corresponde, em produtividade de madeira, a quinze hectares de florestas nativas.

Para isso, o fazendeiro ou empresário florestal precisam escolher corretamente as espécies, adotar técnicas corretas de implantação, manejo e colheita da madeira, bem como respeitar os componentes naturais que garantem a sustentabilidade da produtividade florestal.

Na maioria das vezes, os impactos ambientais negativos, resultantes das florestas plantadas, são decorrentes das práticas incorretas utilizadas no seu plantio e manejo. Segundo alguns pesquisadores, as alterações provocadas pelas atividades de reflorestamento são muito pequenas se comparadas às culturas de café, soja, arroz, milho, algodão, cana, etc.

Estas culturas são de ciclo curto, exigem preparação constante do solo e grande utilização de fertilizantes e defensivos. A movimentação excessiva do solo, a necessidade de irrigação e uso de biocidas colocam todas as culturas agronômicas tradicionais em evidente desvantagem, sob o ponto de vista ambiental, quando se compara com uma monocultura, envolvendo uma espécie florestal.

Além do mais, qualquer monocultura, seja ela de milho, laranja, café ou eucalipto, é seletiva quanto aos fatores ou componentes de um ecossistema, em razão de suas especificidades, no que tange às exigências nutricionais e hídricas, bem como suas relações com a fauna e a flora.

Demanda do eucalipto

A demanda por água e nutrientes nas plantações de eucalipto é relativamente alta, porém, da mesma ordem de grandeza daquela apresentada por plantações de outras espécies florestais de rápido crescimento, e muito menor do que a demanda normalmente apresentada por culturas agrícolas. Isto está comprovado cientificamente.

Uma floresta bem implantada e bem manejada nunca pode ser prejudicial ao solo, uma vez que as árvores o protegem da erosão mais do que qualquer outro tipo de cultura e os seus vastos sistemas radiculares retiram os nutrientes das camadas mais profundas do solo e os depositam na superfície, por meio da queda das folhas e dos demais componentes biológicos que constituem a manta florestal.

Fica, então, a dica!

Essa matéria você encontra na edição de outubro/novembro  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua.

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