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A escolha acertada do híbrido de milho

Thiago HideyoNihei

Mestre em Genética e Biologia Molecular, doutorando em Agronomia emelhorista de milho

thiagonihei@hotmail.com

Créditos Shutterstock
Créditos Shutterstock

A semente é o principal insumo de uma lavoura, e a escolha correta do híbrido de milho a ser plantado deve merecer toda a atenção do produtor que deseja obter altas produtividades. Aspectos como a adequação à região a ser plantada e a finalidade de uso, o potencial produtivo, a resistência às doenças e pragas, a adequação ao sistema de produção e as condições climáticas deverão ser observados na escolha do material genético.

O advento do milho híbrido teve início nos EUA por volta de 1905, e contribuiu para um espetacular aumento de produtividade, sendo o exemplo mais significativo da aplicação da genética no aumento da produção de alimentos.

As sementes híbridas proporcionaram tetos produtivos até então inalcançáveis com o uso de variedades de polinização aberta. No entanto, para que possam corresponder em termos de produtividade, os híbridos são mais exigentes em termos de manejo e condições ambientais.

Opções em híbridos

A quantidade de cultivares disponíveis aos agricultores retrata a complexidade na escolha da melhor opção. Quatrocentos e setenta e sete cultivares de milho estiveram disponíveis no mercado de sementes no Brasil para a safra 2015/16. A predominância é de híbridos simples com biotecnologia, o que demonstra o alto nível tecnológico da cultura no Brasil.

A cada safra, novas cultivares são disponibilizadas aos agricultores, bem como muitas outras são extintas. Essa rotatividade demonstra a importância e eficiência do trabalho de pesquisa e desenvolvimento de milho no Brasil.

Raramente um híbrido permanece ativo no mercado por muito tempo, salvas exceções em que a cultivar apresenta um diferencial muito peculiar, especialmente no que diz respeito à adaptabilidade e estabilidade.

Outro fator que influencia diretamente na quantidade e diversidade de cultivares disponíveis é a variação ambiental existente no Brasil, bem como duas safras anuais de milho. Dessa forma, são necessários genótipos adaptados ao clima tropical do Centro-Oeste até as condições temperadas do Sul do País.

Além disso, temos presenciado uma variação de clima muito grande, especialmente no regime de chuvas, mesmo comparando apenas safras de verão ou de inverno.

 O produtor deve levar em consideração, além do híbrido, as condições exigidas por ele - Créditos Shutterstock
O produtor deve levar em consideração, além do híbrido, as condições exigidas por ele – Créditos Shutterstock

Critérios para uma escolha acertada

A imprevisibilidade do clima faz com que o produtor sempre corra riscos. Considerando os riscos de geada na região sul e o regime de chuvas historicamente estabelecido na região central, a época de semeadura é determinante na escolha da melhor cultivar.

Na semeadura em abertura de plantio devem ser priorizados os híbridos com maior potencial produtivo, mesmo que sejam exigentes no que diz respeito a clima e manejo. Por outro lado, as condições ambientais ficam menos favoráveis à medida que a janela de semeadura se aproxima do fim.

Assim, devem-se priorizar híbridos com ciclo mais precoce e mais defensivos em relação à sanidade. Considerando o milho semeado no inverno, o planejamento ocorre em conjunto com a safra de soja. Uma variedade superprecoce de soja permite uma maior janela de semeadura ideal para o milho.

Planejamento

Tanto variedades de soja quanto híbridos de milho superprecoces são, via de regra, menos produtivos que outros de ciclo mais longo. Nesse sentido, se faz necessário um planejamento de modo a priorizar a cultura de maior rentabilidade, ou ainda o conjunto soja-milho com melhores expectativas.

Mesmo considerando todo o histórico da propriedade, escolhendo os melhores híbridos e garantindo um alto nível de tecnificação, sempre existe o risco imprevisível do clima. Prova disso é a safrinha atual, em que a falta de chuvas vai ser determinante para uma quebra significativa de produtividade média da cultura do milho no Brasil.

No mês de abril, as chuvas ficaram mais escassas que o normal, assim como o calor foi excessivo em grandes regiões produtoras de milho de segunda safra do Centro-Oeste. Diversas instituições já anunciaram a quebra da safra, mas a avaliação destas perdas ainda mostra grande variação, indo de dois a 10 milhões de toneladas.

477 cultivares de milho estiveram disponíveis no mercado de sementes no Brasil para a safra 201516 - Créditos Shutterstock
477 cultivares de milho estiveram disponíveis no mercado de sementes no Brasil para a safra 201516 – Créditos Shutterstock

Diversidade

Em geral, existe uma diversidade muito grande em relação às condições das lavouras nesta safrinha. Alguns produtores tiveram as áreas afetadas pela estiagem, mesmo semeando na janela ideal, especialmente em regiões mais arenosas. Por outro lado, houve chuvas esparsas que favoreceram algumas lavouras.

Cerca de 30% da safrinha do Estado do Mato Grosso foram de semeaduras fora da janela ideal, e, consequentemente, receberam menores investimentos. As reduções de produtividade no Estado podem chegar a mais de 20%.

Assim, os produtores que priorizaram híbridos mais adaptados às adversidades climáticas ao invés de outros com maior potencial produtivo tiveram melhores resultados. No entanto, na safrinha de 2015 as chuvas foram muito favoráveis e as geadas não atrapalharam, levando muitos produtores a confiar em um ano novamente positivo.

Essa matéria completa você encontra na edição de julho 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

 

 

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