Diretor de Consultoria da Consufor
Mestre em Gestão Empresarial
e Especialista em Planejamento Estratégico
O Brasil tem adotado recentemente um conjunto de medidas para melhorar as condições logÃsticas da exportação. Como o agronegócio é um dos pilares da balança comercial brasileira, estas ações são muito bem vindas. Foram anunciados diversos programas, entre Parcerias Público-Privadas, licitações, modernização de espaços públicos e outros.
Um dos aspectos relevantes contido no programa logÃstico foi o plano de ampliar a capacidade de escoamento de cargas via “Arco Norte“ (região compreendida pelos Estados de Rondônia, Amazonas, Amapá, Pará e Maranhão). Uma vez que o agronegócio expande fronteiras a cada dia para a região centro-oeste do Brasil, nada mais natural do que desenvolver a exportação mercadorias via portos localizados acima no Arco Norte.
Na Figura 1 mostra os principais portos exportadores de Soja e Milho do Brasil, principais componentes da pauta exportadora nacional de grãos. É fácil perceber que atualmente a maior quantidade de portos que remetem estes produtos ao exterior está localizada na região Sul e Sudeste.
Olhando mais detalhadamente cada uma das commodities elencadas, se vê na Figura 2 que apenas 6 portos representaram 85% do volume total de soja exportado em 2015. Destes, apenas o porto de São Luis se localiza no Arco Norte, representando apenas 9% do volume enviado ao exterior. Todos os 6 portos destacados tiveram crescimento no volume movimentado de soja exportada nos últimos 5 anos. Porém São Luis foi um dos destaques nacionais para este produto em especial.
Analisando agora a questão pela ótica do milho, a Figura 3 mostra que os 6 portos mais importantes exportam 90% do montante de milho enviado ao exterior pelo Brasil. Destes, São Luis e Santarém respondem respectivamente por 7% e 6% do volume embarcado em 2015. Em termos de crescimento do volume embarcado ao exterior, São Luis e Santarém são meritórios de destaque, uma vez que as exportações de milho nestes portos aumentaram significativamente nos últimos 5 anos.
Considerando os dados apresentados, fica claro que, em se tratando de exportações de soja e milho, a participação dos portos localizados no Arco Norte ainda é pequena em comparação com os portos instalados na região Sul e Sudeste. Contudo, mantendo-se a velocidade de crescimento do volume de cargas movimentadas, é natural prever que o fluxo de grãos que saem do país via Arco Norte aumente substantivamente nos próximos anos. Entretanto, a velocidade desse incremento, mantendo-se os padrões atuais, será inferior às metas programadas atuais. A meta (ambiciosa) do Governo Federal é atingir um volume de exportação de grãos, no Arco Norte, da ordem de 60 milhões de toneladas/ano a partir de 2025.