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A importância do coveamento em plantio florestais declivosos

 

Moacir José Sales Medrado

Diretor da MCA – Medrado e Consultores Agroflorestais Associados Ltda

moacir@mcagroflorestal.com.br

Crédito SXC
Crédito SXC

No Brasil, a silvicultura está se expandindo das áreas mais planas (declividade de 0-15%) para as áreas declivosas (16-45%), principalmente para aquelas ocupadas por pastagens degradadas, devido ao limitado valor agropecuário destas áreas, sua maior aptidão florestal e, também, em função da pressão da sociedade para que a silvicultura não venha a ocupar solos com aptidão para produção de grãos para a alimentação.

Áreas mais declivosas, por serem mais expostas à erosão hídrica, se não forem bem manejadas poderão ocasionar tanto a redução da produtividade florestal como danos aos cursos d´água. Por isso, o método de preparo do solo para o plantio das mudas em áreas com declive acentuado deve ser planejado caso a caso, visando tanto o adequado desenvolvimento da espécie a ser plantada quanto a conservação do solo.

O declive

A produção de madeira por meio de plantações florestais comerciais em terrenos de elevada declividade gera, obviamente, impedimentos ou dificuldades para o uso de equipamentos convencionalmente utilizados na atividade de preparo do solo por cultivo mínimo com base na prática da subsolagem.

Por consequência, na maioria das vezes as atividades de preparo do solo para o plantio, nessas condições, são efetuadas de forma manual ou semimecanizada.

Importância do coveamento em terrenos declivosos

 

A indicação do limite entre 17 e 22º de declividade para a operação de tratores agrícolas mostra a grande limitação deste equipamento nas áreas de alta declividade ocupadas pelas plantações florestais no Brasil.

Além disso, a variação de topografia, espécies, clima e as condições socioeconômicas dos empreendedores florestais tornam difícil o estabelecimento de um único sistema de mecanização para todas as situações, o que desestimula os empresários da área de mecanização a investirem na melhoria dos equipamentos. Por consequência, ainda não se dispõe de equipamentos que possam realizar atividades de cultivo mínimo com subsolagem em áreas de grande declividade.

A utilização de tratores de esteira, de elevada potência e capacidade de tração, têm permitido um avanço pequeno, mas importante na mecanização da atividade de subsolagem, permitindo a realização de tal atividade em terrenos com declividade de até 21°.

Todavia, são poucas as empresas que adaptaram equipamentos para preparo de solo em áreas com declive acentuado, e tais casos nem sempre são generalizáveis para outras condições. Em tais situações, mesmo o uso de tratores de esteira e Track skidders somente têm permitido a subsolagem até um limite entre 25 e 28° de declividade, e mesmo assim de forma limitada.

Áreas mais declivosas, se não forem bem manejadas, poderão ocasionar redução da produtividade florestal - Crédito Gustavo Pereira Castro
Áreas mais declivosas, se não forem bem manejadas, poderão ocasionar redução da produtividade florestal – Crédito Gustavo Pereira Castro

Época de abertura das covas e cuidados anteriores

O coveamento deve iniciar pelo menos 30 dias antes do plantio. Antes disso já devem ter sido definidos o espaçamento de plantio, a limpeza da áreas e uma adequada análise do solo.

A definição prévia do espaçamento e a limpeza da área são imprescindíveis para o processo de marcação das covas e análise de solo para que possam ser feitas a correção e a adubação.

A correção prévia do solo com calcário e o uso de gesso quando a análise indicar, dependendo do tamanho da área plantada, do tamanho da empresa e do grau de declividade do terreno, pode ser feita de forma mecanizada com o uso de Forwarder adaptado com uma caçamba de armazenamento de insumos e sistema de distribuição.

Em algumas empresas de grande porte, essa operação tem sido feita mesmo em declividade de até 30º. No entanto, para pequenos e médios produtores o uso de tais equipamentos se torna impraticável.

Formas de realização do coveamento

O coveamento em áreas de alta declividade é usualmente feito de modo manual ou semimecanizado. Apenas em casos específicos, em plantios de grandes empresas ele pode ser feito de forma mecanizada.

Coveamento manual

 

As covas são abertas, manualmente, com o uso de enxadões. Mesmo tendo havido uma limpeza prévia da área, é interessante o coroamento do local da abertura da cova em um raio de 0,5 m para facilitar a abertura da mesma no centro da circunferência, com dimensões de 40 x 40 x 40 cm. Dependendo da condição do solo, a profundidade poderá ser maior.

A terra retirada inicialmente da cova deve ser colocada para o lado de baixo da mesma. Após a abertura, deve-se providenciar o preenchimento com terra oriunda de raspagem da superfície do solo em volta.

Não é interessante encher toda a cova. É bom deixar cerca de meio palmo não preenchido, pois, deste modo, quando chover haverá espaço para segurar a água e alguma terra que escorrer. O enchimento da cova também evita que haja o secamento de suas paredes.

As covas não podem ser pequenas para evitar problema para o perfeito desenvolvimento do sistema radicular. Raízes com bom desenvolvimento inicial asseguram um bom desenvolvimento futuro.

Essa matéria completa você encontra na edição de fevereiro/março 2016  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua para leitura integral.

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