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Amauri Antonio de Mendonça
Engenheiro agrônomo e chefe da Casa da Agricultura de Alvares Florence (SP)
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A produção nacional de borracha no ano de 2010 foi de 132 mil toneladas, com consumo de 374 mil toneladas, gerando um déficit de 242 mil toneladas (IRSG, 2011). Estima-se que no Brasil há 50 milhões de árvores em produção, e que nos próximos anos haverá mais 20 milhões de árvores em produção.
A produção nacional atende apenas um terço da demanda industrial brasileira, com a produção concentrada em cinco Estados: São Paulo, Mato Grosso, Bahia, Espírito Santo e Minas Gerais.
Fonte: Apabor
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Finalidade
 A cultura da seringueira é apropriada para grandes, médias e, especialmente, pequenos agricultores. Mais de 50.000 pessoas trabalham direta e indiretamente com seringueira.
Mais de 60% dos sangradores se mostram satisfeitos, sendo que os pequenos agricultores familiares não têm custos fixos elevados e nem encargos sociais e, portanto, são mais competitivos no mercado globalizado atual, em que somos obrigados a competir com a borracha produzida em países pobres do sudeste asiático, onde a mão de obra é mais barata.
A seringueira e a sustentabilidade
A cultura serve como reflorestamento permanente da área, incluindo os benefícios inerentes à conservação do solo e da água e ao sequestro de CO2 da atmosfera para amenizar o efeito estufa.
Além disso, apresenta como características: baixo uso de agrotóxicos; movimentação do solo praticamente nula; protege o solo e os mananciais, reduzindo o impacto do sol, chuva e ventos.
Entre as vantagens de se plantar seringueira, destaca-se a extração do látex que se transforma no produto comercial denominado de borracha. Isso porque a matéria-prima borracha é largamente utilizada na produção de bens industrializados, sendo a indústria de pneumáticos a sua maior consumidora.
Tem, também, característica tÃpica de uma floresta tropical protegendo o meio ambiente. Além disso, de suas sementes pode-se extrair óleos vegetais, e suas floradas propiciam a apicultura.
O preço da borracha só tende a valorizar por diversos motivos:
ü Os plantios não acompanham o crescimento do consumo;
ü Os países exportadores de borracha não querem mais exportá-la in natura, preferindo vender industrializada;
ü A borracha sintética é feita do petróleo, que além de ser um produto com reservas restritas, está numa crescente valorização, que afeta diretamente o preço da borracha natural, empurrando-o para cima;
ü Sua madeira é nobre, utilizada para fabricação de móveis;
ü A seringueira sequestra carbono da atmosfera;
ü É uma espécie aceita para recompor áreas de reserva legal no Estado de São Paulo;
ü Fixa famílias no campo, já que a atividade é rentável para o trabalhador;
ü Melhora a qualidade do solo, pois as folhas e galhos que caem se transformam em matéria orgânica;
ü Previsão de déficit de borracha na ordem de 1.000.000 de toneladas para os próximos anos.
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Manejo e cuidados
Para ter sucesso na atividade heveÃcola, é importante a escolha e localização da área (atentar para ventos frios, ventos predominantes, profundidade do solo e topografia); investir na análise de solo e preparo da área com práticas conservacionistas; atentar para a densidade e locação do seringal (máximo de 500 plantas/ha); fazer o preparo das covas para plantio (obedecer técnicas agronômicas para preparo e adubação das covas); escolher clones apropriados (utilizar dois ou mais clones, de acordo com o tamanho da área) e realizar a seleção e transporte de mudas (classificar as mudas de acordo com o vigor e porte e fazer transporte adequado para evitar danos as mudas).
Quando ao plantio, é importante tomar as devidos cuidados de acordo com o tipo de muda ““ muda de raiz nua ou muda em saco plástico. Já o replantio deve ser feito o mais rápido possível, de preferência no primeiro ano.
O controle de plantas invasoras deve evitar a competição na linha de plantio nos primeiros anos de desenvolvimento, assim como a competição de brachiaria em todas as fases da cultura.
Nas desbrotas, recomenda-se eliminar brotação indesejável no porta-enxerto e no enxerto, mantendo a haste única livre de qualquer brotação até a altura de 2,5 metros. Quanto à nutrição e adubação das plantas em suas diversas fases, deve-se seguir as recomendações agronômicas para as diversas fases da cultura, assim como no controle de pragas e doenças, para preservar a casca, ramos e folhas.
A explotação ou sangria segue os critérios: preparo do seringal, abertura do painel, equipagem das árvores para sangria, consumo de casca, estimulação, balanceamento do painel e coleta e armazenamento do látex.