Bruno Henrique Leite Gonçalves
Engenheiro agrônomo – Programa de Pós-Graduação em Horticultura – Unesp – Botucatu – SP
Gabriel V. Bitencourt de Almeida
CEAGESP/SEDES
Mariana Freire Alberti
Mestranda do PPG Fitotecnia ““ ESALQ ““ USP
Simone Rodrigues da Silva
Profa. Dra.do Departamento de Produção Vegetal – ESALQ/USP
Pouco considerado e até desconhecido pelo produtor rural brasileiro como opção de cultura, o abacate tem grande potencial no mercado internacional. De adaptação fácil e manejo simples, com poucas pragas e doenças, a fruta é passÃvel de exploração em diferentes nichos de mercado.
Temos, de um lado, um consumo mundial crescente e, de outro, o Brasil com condições naturais privilegiadas que, no entanto, não são exploradas como deveriam para a cultura.
Destaque mundial
O abacate vem se destacando mundialmente, sendo uma fruta completa pelos valores nutricionais que a fruta representa. Contém grande quantidade de vitaminas (B 6), minerais, proteínas e fibras, além do elevado teor de lipÃdios que confere destaque ao fruto, como auxiliar na prevenção de câncer (de próstata e de mama) e doenças cardiovasculares.
Além disso, contém níveis elevados de compostos fitoquímicosbioativos, incluindo a vitamina E, carotenoides, esteróis, compostos fenólicos, entre outros.
Consumo
Os mexicanos são os maiores consumidores de abacate do mundo, alcançando mais de 8 kg/ano, seguido dos países Chile, Israel e a cidade da Califórnia (EUA), com consumo de 3-6 kg/ano.
Por sua vez, o brasileiro consome apenas 0,3 kg/ano, considerado muito baixo quando comparado aos demais países. A maioria dos brasileiros desconhece os benefícios do abacate à saúde. Precisamos desmistificar que o abacate “engorda“, e para isso são necessárias ações de marketing e campanhas para aumentar o consumo no mercado interno.
Oferta x demanda
Há uma grande preocupação sobre a demanda do abacate no mundo, que está superando a oferta. Isso é preocupante, pois pode faltar a fruta nos próximos anos devido ao alto consumo.
Nos EUA o consumo do abacate está aumentando cerca de 12% ao ano, sendo que em 2003 o consumo era de 272 g. Há uma perspectiva de que em 2023 o consumo ultrapassará 2 kg por pessoa, devido às pesquisas nas áreas de saúde e novas formas de utilização do abacate (cosméticos, azeites), pois nos países da Europa o abacate é consumido em saladas.
Segundo dados da FAO (2014), 70% da produção mundial de abacate está concentrada nas Américas, 13,93% na África, 12,35% na Ásia, 2,76% na Europa e 1,39% na Oceania.
Produção
O Brasil, em 2012, ficou entre os 10 maiores produtores de abacate do mundo, com 159.903 t. O maior Estado produtor de abacate no Brasil é São Paulo, com uma área plantada de 5.642 hectares, obtendo uma produção de 91.999 toneladas.
Em seguida vem Minas Gerais, com 2.134 hectares plantadose produção de 60.975 toneladas. Posteriormente o Paraná, com 1.085 hectares plantados e produção de 17.304 toneladas. Juntos, esses três Estados somam 85% da produção nacional.
Nos entrepostos da CEAGESP, em São Paulo,são comercializadas as seguintes cultivares:Fucks, Geada, Breda, Margarida, Fortuna, Quintal, Hass e Fuerte.
Produtividade
Segundo dados do IBGE (2016), o rendimento médio dos pomares de abacate no ano de 2014 foi da ordem de 16.588 kg/ha, o qual se mostra semelhante ao observado nos anos anteriores.
Rendimento médio
2009 | 2010 | 2011 | 2012 | 2013 | 2014 | 2015 |
16.536 | 13.787 | 14.915 | 16.712 | 16.296 | 16.588 | n.d. |
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n.d.= nãodisponível
Fonte: AdaptaçãoIBGE(2016)