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Adubação biológica é recurso para enfrentar a compactação do solo

Fabiano Pacentchuk

Doutorando da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro)

fabianopacentchuk@gmail.com

Criz Renê Zanovello

Mestrando ““ Unicentro

renecriz@hotmail.com

JhonatanSpliethoff

Mestrando ““ Unicentro

jhonatanspliethoff@hotmail.com

Leandro Rampim

Professor da Unicentro

rampimleandro@yahoo.com.br

Crédito Pixabay
Crédito Pixabay

Com o aumento da área cultivada e a elevação constante da demanda por alimentos, cresce também a demanda por novas tecnologias de produção. Dentre os novos desafios da agricultura moderna, tem-se o manejo dos atributos físicos do solo associado à manutenção do estoque de carbono orgânico no solo, principalmente em sistema de plantio direto (SPD).

A manutenção do estoque de carbono orgânico do solo, em SPD, está relacionada ao manejo adequado das culturas, devendo associar diferentes culturas no sistema de rotação e sucessão, repercutindo em adequada quantidade de resíduos vegetais na superfície do solo durante todo o ano (Steiner et al., 2011). Neste contexto, uma das formas de equacionar os mencionados atributos físicos do solo é por meio do uso de adubos verdes.

Compactação do solo

A função primordial do solo é dar sustentação para a planta, além de ser fonte de nutrientes e reserva de água. Essa interação com o solo é feita pelo sistema radicular, igualmente vivo ao restante da planta. Diferente da parte aérea, o sistema radicular não realiza fotossíntese, porém, precisa de energia para manter-se vivo (Taiz e Zeiger, 2013).

Quando um solo apresenta-se em estado de compactação, há redução dos poros, que prejudica circulação de gases no solo. A compactação também provoca aumento na resistência à penetração do sistema radicular, que acaba por reduzir o comprimento e massa do sistema radicular de culturas comerciais (Jimenez et al., 2008), o que reduz a produtividade de grãos.

Consequentemente, prejudica a captação dos nutrientes e da água, pois, com menos raízes, é reduzida a absorção destes recursos pela planta, o que a deixa mais suscetível à deficiência hídrica e ao ataque de pragas.

A infiltração de água no solo também é prejudicada, pois, uma vez que o solo está mais adensado, fica pré-disposto ao aumento do escoamento superficial da água e pode agravar o déficit hídrico (Lanzanova et al., 2007). Tudo isso resulta no lucro do produtor, que está diretamente relacionado à rentabilidade de cada área de cultivo.

A compactação é ocasionada pela forma de manejo da área agrícola, principalmente devido ao intenso tráfego de máquinas agrícolas, de variadas dimensões e pesos, o que interfere diretamente sobre o solo. Porém, é sabido e incontestável que as máquinas agrícolas são indispensáveis na agricultura moderna para realizar o manejo adequado das áreas de cultivo. Desta forma, devem-se buscar meios de se manejar a área para que os efeitos da compactação do solo sejam minimizados ou mesmo anulados.

Alternativas

Kunz et al. (2013) citam que uma das alternativas para a redução dos efeitos da compactação do solo pode ser a escarificação da área, especificamente das camadas superficiais compactadas. Porém, a escarificação altera intensamente a qualidade física do solo, podendo prejudicar produtividade das culturas (Araújo et al.,2004; Kunz et al., 2013). Isso ocorre devido à elevada desagregação do solo ao executar a escarificação, que intensifica a infiltração da água (adequada para reduzir a erosão hídrica), sobretudo, minimiza o armazenamento de água no solo, que intensifica o déficit hídrico.

Tanto que tem avançado o uso de escarificação e implantação de espécies de adubos verdes na mesma operação, para auxiliar/agilizar a estruturação/agregação do solo, a fim de que o cultivo sequencial à escarificação já tenha sido cultivado por um adubo verde (aproveitando os benefícios de seu uso).

A estruturação do solo desempenha papel de destaque no crescimento de plantas e no controle da erosão e, por conseguinte, na produção de alimentos e na conservação do solo e da água (Portela et al., 2010). Deste modo, outras alternativas também devem ser exploradas a fim de se reduzir os efeitos da compactação do solo.

Adubo verde

Para Calegari et al. (1993), adubo verde é a prática do cultivo de plantas até o estágio de floração ou até o desenvolvimento incompleto de sementes, com posterior corte e/ou incorporação de sua biomassa no solo. Os adubos verdes são plantas com características que possibilitam melhoria em médio e longo prazos das propriedades físico-químicas do solo, além do cultivo para fins comerciais.

As plantas que são consideradas adubos verdes podem ser usadas em cultivo mínimo (escarificação), sistema convencional ou plantio direto. O processo de escolha da espécie de adubo verde deve estar relacionado ao propósito do produtor rural para cada área de cultivo, assim como o aspecto fitossanitário (Valadares et al., 2016) relacionado às culturas antecessoras e culturas a serem implantadas pós adubo verde.

Em ambientes tropicais tem-se diversidade de espécies de adubos verdes, como da família Fabaceae, Brassicaceae, Asteraceae e Poaceae (Valadares et al., 2016). Espécies leguminosas têm sido utilizadas como adubos verdes, assumindo importante papel para aumentar a quantidade e qualidade da matéria orgânica do solo (Lima et al., 2012), devido à fixação de nitrogênio por bactérias diazotróficas.

O foco principal do uso de adubo verde é melhorar as características químicas, físicas e biológicas do solo para elevar ou estabilizar a produtividade das culturas comerciais (Ferreira et al., 2016; Valadares et al., 2016). Consequentemente, aumenta-se a sustentabilidade dos sistemas agrícolas, devido potencializar a capacidade de absorver nutrientes das camadas subsuperficiais do solo e liberando-os pela decomposição dos seus resíduos (Bernardes et al., 2010).

 

Essa matéria completa você encontra na edição de janeiro 2018 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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