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Adubação e nutrição da macieira – O que você ainda não sabe

 

Clori Basso

Engenheiro agrônomo da Epagri

 

Créditos Aires Carmem Mariga
Créditos Aires Carmem Mariga

A cultura da macieira, frutífera perene de porte arbóreo, tem peculiaridades que a distinguem de outras espécies quanto a exigências e respostas à adubação. Objetivam-se pomares de alta produtividade, com frutos de boa qualidade no aspecto visual e em capacidade de frigoconservação, mas com foco também na segurança da saúde do trabalhador e do consumidor, bem como na preservação do meio ambiente.

Para atingir o objetivo é necessário tomar decisões e executar práticas diversas ao longo da vida do pomar. Estas incluem atividades que se iniciam no preparo do solo, passando por plantio, condução e manejo do pomar, tratamentos fitossanitários, colheita, conservação e comercialização.

O resultado será sempre o efeito da interação de todos esses fatores envolvidos na produção de maçãs. Este artigo sintetiza as práticas de calagem, adubação e nutrição que permitem obter plantas nutricionalmente equilibradas, fator imprescindível para a produção de maçãs de boa qualidade.

Correção inicial do solo

A calagem e a adequação da disponibilidade de nutrientes tem por base a análise do solo feita antes do plantio do pomar. Medidas corretivas após a implantação do pomar têm efeito limitado, quando possível.

Nessa etapa, deve-se fazer a calagem e a adubação corretiva com P, K e B, conforme recomendações específicas publicadas para a cultura. Isso visa assegurar condições nutricionais ideais para que as plantas cresçam e desenvolvam bem seu potencial produtivo futuro.

Foto 02 - Créditos Aires Carmem Mariga
Créditos Aires Carmem Mariga

Adubação de crescimento

Os três primeiros anos após o plantio são considerados o período de crescimento inicial das plantas. Se a correção do solo antes do plantio foi bem executada, necessitar-se-á aplicar somente N, o qual, juntamente com o manejo e a condução das plantas, formará a futura estrutura que define a capacidade de produção das plantas.

Com o avanço das tecnologias relativas a cultivares, porta-enxertos, densidade de plantio e manejo das plantas, já é possível obter colheita a partir do segundo ano do pomar. Embora as produções sejam pequenas nos primeiros anos, o produtor deve adubar com N e atentar para uma eventual necessidade de adubação potássica.

Genericamente, recomenda-se aplicar em torno de 20, 30 e 40 kg de N por hectare no 1º, 2º, e 3º anos, respectivamente, parcelando as doses no inchamento das gemas e, após, a intervalos de 45 a 60 dias. Havendo produção no 3º ano, aplicar a última dose em pós-colheita. As quantidades podem variar a critério técnico, focando sempre no bom desenvolvimento e formação das plantas.

Adubação de manutenção

Considera-se que o pomar está em plena idade produtiva a partir do 4º ano, quando se inicia a adubação de manutenção, objetivando disponibilizar os nutrientes necessários para obtenção de alta produtividade de frutos de boa qualidade, mantendo o nível de disponibilidade dos nutrientes no solo que fora estabelecido na implantação do pomar.

Omissão ou adubações desnecessárias podem afetar o equilíbrio nutricional das plantas e refletir na produção e na qualidade das maçãs. Os nutrientes exercem funções específicas no complexo metabolismo das plantas.

Podem-se destacar alguns efeitos de nutrientes relacionados com crescimento, sanidade das plantas, produção e qualidade dos frutos. Excesso de N induz exuberância vegetativa que predispõe as plantas ao ataque de doenças, dificulta as pulverizações, desequilibra os nutrientes na planta e nos frutos, diminui o potencial de frigoconservação das maçãs e reduz a coloração da película.

Por outro lado, a falta de N reduz o crescimento das plantas e dos frutos. Já a falta de K no solo resulta em frutos pequenos, de baixo valor comercial. O excesso de K é deletério por competir diretamente com a absorção do solo e a concentração de Ca e Mg nas maçãs. Concentrações de Ca menores que 40 mg kg-1 na polpa fresca predispõe as maçãs a vários distúrbios fisiológicos em pré e pós-colheita.

Fique de olho

É primordial que se obtenha plantas nutricionalmente equilibradas, checando o estado nutricional pela análise foliar e observando a disponibilidade de nutrientes pela análise do solo a intervalos de três a cinco anos.

Não há uma fórmula ou uma tabela de adubação de manutenção que se aplique a todos os pomares. O fruticultor, contando com adequada orientação técnica, deve definir as adubações a serem feitas numa safra, considerando o resultado de uma avaliação multifatorial, dentre os quais se incluem o conhecimento e o acompanhamento das peculiaridades de cada pomar ao longo do tempo.

Devem-se usar dados de análise de solo, de folhas e de frutos, vigor e crescimento anual das plantas, produtividade, ocorrência de sintomas em folhas e frutos, manejo da área do pomar e das plantas, condições climáticas, entre outros. Ao longo do tempo, consegue-se um pomar com boas condições de produção de maçãs de boa qualidade.

Essa matéria completa você encontra na edição de setembro da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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