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Adubação nitrogenada e potássica com fertilizantes de liberação controlada

Dalyse Toledo Castanheira

Doutoranda em Fitotecnia pela Universidade Federal de Lavras (UFLA); membro do Núcleo de Estudos em Cafeicultura (NECAF), e do Grupo de Estudos em Herbicidas, Plantas Daninhas e Alelopatia (GHPD)

dalysecastanheira@hotmail.com

Giovani Belutti Voltolini

giovanibelutti77@hotmail.com

Laís Sousa Resende

sialresende@gmail.com

Graduandos em Agronomia pela UFLA; membros do NECAF e do GHPD

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Os nutrientes, ao mesmo tempo em que são absorvidos e utilizados pelas plantas, podem também ser imobilizados no solo ou perdidos por lixiviação, volatilização e desnitrificação, especialmente o nitrogênio. O desenvolvimento de fertilizantes com eficiência aumentada e, consequentemente, que proporcionam a redução de perdas é de extrema importância para o cultivo agrícola.

Os fertilizantes de eficiência aumentada podem reduzir a toxicidade, especialmente na produção de mudas, diminuir a demanda por mão deobra no momento da aplicação, uma vez que estes permitem reduzir o parcelamento das adubações, além de reduzir as emissões de gases de efeito estufa. No entanto, esses tipos de fertilizantes, na maioria das vezes, apresentam custo maior do que os fertilizantes convencionais.

Como funciona

Os fertilizantes de liberação controlada, produtos encapsulados ou recobertos, é um dos tipos considerados de eficiência aumentada. Estes fertilizantes são formados por grânulos recobertos com enxofre elementar e com camadas de polímeros.

Para os fertilizantes de liberação controlada nitrogenados, a ureia recoberta com enxofre é o tipo de produto mais utilizado e fabricado atualmente. Além do fornecimento de nitrogênio, por meio de ureia altamente concentrada, o fertilizante também disponibiliza enxofre para as plantas.

Os fertilizantes recobertos não se restringem apenas aos nitrogenados, podendo ser utilizados em diversos tipos de formulações que contêm um ou mais nutrientes no interior dos grânulos.

A liberação do nutriente nesses fertilizantes depende diretamente da espessura das camadas de polímero, sendo possível alterar a taxa de liberação de acordo com a quantidade e a composição do material de revestimento. A temperatura e umidade também influenciam diretamente na liberação do nutriente.

Resultados de campo

Em estudos realizados com a cultura do café, pesquisadores compararam um fertilizante de liberação controlada de nitrogênio (ureia revestida por polímeros) com os convencionais, e concluíram que a utilização de fertilizantes de liberação controlada de nitrogênio pode proporcionar uma redução significativa na quantidade de fertilizantes a ser aplicada na lavoura.

Além disso, em pesquisas realizadas com fertilizantes de liberação controlada na produção de mudas de cafeeiro foi verificado que esse tipo de fertilizante proporciona o aumento da área foliar das plantas, quando comparadas às que receberam os fertilizantes convencionais.

Modo de aplicação

A aplicação dos fertilizantes de liberação controlada no plantio deve ser realizada em duas covetas laterais à muda, com metade da dose em cada coveta, em profundidade de 5 a 10 cm. É recomendado aplicar o fertilizante imediatamente após o transplantio ou até 10 dias após.

Em lavouras adultas, a aplicação é de forma única, no início das chuvas. É importante ressaltar que no fornecimento de N e K com fertilizantes de liberação controlada não é necessário o aumento de doses por causa de perdas no ambiente, sendo utilizada a dose correspondente à exigência da cultura.

Incrementos na produção

A utilização de fertilizantes de liberação controlada, principalmente de nitrogênio e potássio, vem se destacando no cultivo agrícola e proporcionado ganhos de produtividade e mínimas perdas de nutrientes.

Contudo, os fertilizantes de liberação controlada podem também se destacar como uma tecnologia inteligente frente às condições climáticas adversas de cultivo, tornando a nutrição das lavouras mais segura e eficiente.

Uma das alternativas para aumentar a eficiência de adubações nitrogenadas é a realização de maior parcelamento. Entretanto, esta prática apresenta um aumento relevante no custo operacional. Outra possibilidade é a utilização de fontes que apresentam uma liberação mais lenta ou controlada dos nutrientes.

A premissa básica para o uso desses adubos é a liberação contínua dos nutrientes, reduzindo a possibilidade de perdas por lixiviação e mantendo a planta nutrida constantemente durante todo o período de crescimento.

Esses adubos apresentam como vantagens a nutrição otimizada em uma única aplicação, redução da mãodeobra para adubações em cobertura, eliminação dos danos causados nas raízes pela alta concentração de sais e redução nos custos de produção.

Essa matéria você encontra na edição de junho 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

 

 

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