Técnica secular e tradicional na agricultura, a adubação verde vem somando à produção de soja e milho, que além de mais sustentabilidade ganham um plus na lucratividade
Utilizada há séculos na agricultura, a adubação verde vem ganhando força nas principais lavouras brasileiras. O produtor que opta pela prática reduz consideravelmente os custos com fertilizantes químicos nitrogenados e com o controle de pragas e doenças, além de garantir a recuperação do solo por mais tempo.
Mas, os ganhos não param por aÃ. Segundo levantamento feito por pesquisadores da Embrapa Agrossilvipastoril e Imea (Instituo Mato-grossensse de Economia Agropecuária), o valor presente líquido (retorno econômico acumulado), pode ser até 567% maior por ano para produtores de grãos que investem em rotação com adubação verde.
Na prática
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 Para os cálculos, os pesquisadores consideraram uma fazenda padrão no município de Sorriso (MT) que planta 1.500 hectares de soja, com uma produtividade média de 56 sacas/ha e 900 hectares de milho, com rendimento de 100 sacas/ha, sem rotação de cultura entre as safras de soja e milho. Foi comparadaa uma propriedade de mesmas características, porém com rotação de cultura em um ciclo de quatro anos utilizando soja precoce, crotalária, feijão guandu anão, feijão caupi e braquiária, entre a safra principal e a segunda temporada.
 De acordo com os pesquisadores, o valor presente líquido (VPL) acumulado durante o período de 10 anos foi de R$ 556,82/ha, o que equivale a um valor de R$ 83/ha/ano para a fazenda padrão.
Já para a propriedade que faz a rotação com adubação verde, o VPL foi de R$ 3.716,60/ha, equivalente a R$ 554,03/ha/ano, ou seja, um aumento de 567%. As vantagens da adubação verde são inegáveis, e ela pode ser utilizada em praticamente todas as culturas semeadas em rotação, sucessão ou consorciação, dependendo do tipo de solo, plantação e benefícios buscados.
Em cada região do Brasil as sementes de adubação verde são indicadas para um tipo de cultura nesta época do ano. No Sul, para hortifrutÃcolas (HF), forragem de inverno e grãos; no Sudeste para citros, grãos, café e HF; no Centro-Oeste, para cana-de-açúcar, forragem e grãos e no Norte e Nordeste, para cana, HF e grãos.
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