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Adubos líquidos – Mais eficientes e versáteis

Alefe Viana Souza Bastos

Engenheiro agrônomo, mestre em Agronomia e Agronomia no IF Goiano ““ Campus Rio Verde

Edson Cabral da Silva

Engenheiro agrônomo, doutor em Agronomia e pós-doutorando em Agronomia -IF Goiano ““ Campus Rio Verde

Leonardo Nazário Silva dos Santos

Marconi Batista Teixeira

marconi.teixeira@ifgoiano.edu.br

Engenheiros agrônomos e doutores em Agronomia e professores do IF Goiano ““ Campus Rio Verde

 

Fotos Shutterstock
Fotos Shutterstock

No meio agronômico, os adubos líquidos podem ser encontrados como adubos de natureza propriamente líquida, sólido diluído em água para utilização em fertirrigação, hidroponia (cultivo de plantas em meio aquoso contendo nutrientes minerais) ou até mesmo a vinhaça, que é um subproduto da geração de etanol e muito utilizado por usinas via fertirrigações.

Apesar de ainda não existir um consenso técnico sobre o conceito de adubo líquido, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) define, por meio da normativa 5/2007 os fertilizantes fluídos como um produto cuja natureza física é líquida quer seja solução ou suspensão. Neste contexto iremos, portanto, tratar os adubos líquidos como fertilizantes ou adubos fluídos, todos de origem líquida.

Com adubo líquido, a disponibilização dos nutrientes para a planta é mais rápida - Fotos Shutterstock
Com adubo líquido, a disponibilização dos nutrientes para a planta é mais rápida – Fotos Shutterstock

Como funciona

As plantas absorvem os nutrientes do solo independente da forma que o adubo foi aplicado, sólido ou líquido, o que implica para o produtor a tomada de decisão quanto à formulação a ser utilizada e o modo de aplicação, já que há uma série de formulações disponíveis no mercado.

O tradicional uso de adubos sólidos vem perdendo espaço para a aplicação na forma líquida, devido a sua versatilidade e incrementos na produtividade de culturas como a soja.Comparado com os sólidos, os adubos fluidos possuem diversas vantagens, como maior facilidade no manuseio, mistura com diversos nutrientes e defensivos agrícolas, redução no volume de aplicação e, principalmente, na uniformidade de distribuição, pois em sua composição os nutrientes são distribuídos igualmente em cada gota.

Isso não ocorre no caso dos sólidos, que é agravado em alguns formulados a partir da segregação de nutrientes no próprio transporte até a lavoura e distribuição sobre o solo, sendo essas características comprovadas por Bermúdez e Barth (2011), ao observar que 24% das doses de adubos sólidos variaram 10% a mais ou menos da dose recomendada, enquanto o fluido apenas 13%.

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Disponibilização dos nutrientes

Devido a sua natureza líquida, a disponibilização dos nutrientes para a planta é mais rápida, iniciando a absorção em média 45-60 minutos após a aplicação, o que diminui as perdas por volatilização no caso do nitrogênio, lixiviação para o potássio e imobilização pelas argilas, óxidos de ferro e alumínio, quando se trata de fósforo.

Sua versatilidade está na mistura homogênea de macro e micronutrientes e, principalmente, devido a sua forma de aplicação, que pode ser via solo ou foliar.

Uma grande vantagem da adubação fluida é que seu manejo em relação à dose de nutriente (diferente de volume de produto) e época de aplicação pode ser a mesma do método tradicional onde se utiliza adubos sólidos.

Da mesma forma, deve-se levar em consideração diversos fatores, como análise de solo, histórico de produtividade, nutrição da lavoura e expectativa de produção. Porém, como os adubos líquidos são mais concentrados, existem alguns exemplos de produtos em que o uso de 400 kg de adubo sólido é convertido, em média, a 25 litros de adubo líquido, o que demonstra uma grande redução no volume de aplicação e possibilidade de aplicação via sistema de irrigação por gotejamento que, somado a um manejo adequado da irrigação, otimiza a distribuição do adubo líquido em campo.

Via solo

Quando se opta pela utilização via solo, o produtor pode aplicar antes, durante ou após a semeadura (Melgar e Duggan, 2014). Entretanto, a principal recomendação de aplicação é justamente no momento da semeadura, para aproveitar as operações (entrada na lavoura) e aplicar o adubo próximo à semente, a fim de proporcionar um bom arranque inicial para as plântulas, já que os nutrientes estarão mais disponíveis, comparado ao adubo sólido, e otimizar o efeito competitivo com as plantas daninhas.

Nitrogênio

A aplicação de nitrogênio na soja não é comum devido à alta eficiência na fixação biológica alcançada pela simbiose de bactérias diazotróficas. Portanto, deve-se atentar principalmente ao fósforo e potássio.

Já na aplicação foliar, o adubo fluído é capaz de amenizar ou até impedir a deficiência nutricional das plantas quando a fertilidade do solo não é o suficiente para alcançar o potencial produtivo da cultura, pois ao absorver os nutrientes pela folha, o mesmo já estará prontamente disponível para ser assimilado ou transportado (nutrientes móveis) para outro órgão de interesse, como as vagens, no caso da soja.

Sua época de aplicação via foliar na soja irá depender da situação nutricional e, principalmente, do nutriente, tendo em vista que na soja o período de máxima absorção é entre os estádios V2 e R5, com recomendações pontuais principalmente para os micronutrientes. Exemplo é a aplicação de cobalto, molibdênio e manganês entre os estádios V3 e V5, proposta pela Embrapa.

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Essa matéria completa você encontra na edição de maio de 2018 da Revista Campo & Negócios Grãos. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

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