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Aferição de pulverizadores: está sendo aplicado o desejado?

Marcos Ludwig

plmarcog1@yahoo.com.br

Daniel Uhry

Professores do IFRS, Campus Ibirubá

Douglas Brignoni

Rafael Nath

Acadêmicos do Curso de Tecnologia em Produção de Grãos, IFRS, Campus Ibirubá

 

Créditos Shutterstock
Créditos Shutterstock

Com a crescente demanda mundial por alimentos, torna-se cada vez maior a necessidade de produção desses alimentos. Insumos que venham a incrementar a produtividade das culturas e que causem o mínimo de impacto ambiental e social são os mais indicados para alavancar esta produção.

Desta maneira, é imprescindível que os implementos agrícolas realizem a atividade adequadamente, destacando-se os pulverizadores, que são responsáveis pela aplicação da maioria dos agrotóxicos na área. Eles devem estar funcionando e aplicando a calda corretamente, diminuindo ou evitando a contaminação humana e o impacto ambiental.

Da forma certa

No atual cenário da agricultura, a correta aplicação dos produtos para o manejo de plantas daninhas, pragas e doenças torna-se fundamental para a manutenção do potencial produtivo da cultura. No modo de produção agrícola atual há preocupações pertinentes quanto ao massivo uso de agrotóxicos, ou a mesma molécula em monocultura, especialmente na cultura da soja, o que pode causar resistência de insetos, pragas, plantas daninhas e doenças a esses produtos químicos.

Destacam-se, assim, os cuidados com os pulverizadores, pois é o equipamento utilizado para distribuir os produtos de forma uniforme na superfície foliar ou sobre o solo, em forma de gotas. As gotas são formadas por processo físico-mecânico, que consiste em forçar a passagem da calda por um pequeno orifício (ponta de pulverização), formando um espectro de gotas, de acordo com a ponta e a pressão de pulverização.

A correta escolha da ponta de pulverização é essencial - Créditos Shutterstock
A correta escolha da ponta de pulverização é essencial – Créditos Shutterstock

De olhos abertos

A deficiência na aferição dos pulverizadores traz sérios problemas aos produtores, como aplicações com dose de calda maior ou menor que a desejada, tamanho e espectro de gotas diferentes do recomendado, o que pode prejudicar a qualidade das aplicações e a eficiência dos produtos.

Revisões nos pulverizadores e na quantidade de calda aplicada por ponta de pulverização são recomendadas, pois com o tempo de uso ocorrem mudanças na vazão ocasionadas por desgaste das pontas, mangueiras dobradas, vazamentos, manômetro com defeito, entre outros.

Esses fatores podem comprometer a qualidade da pulverização, resultando em problemas nas culturas de interesse econômico. Tais avaliações também podem servir como indicativo da necessidade de manutenção e troca de partes dos pulverizadores.

A deficiência na aferição dos pulverizadores traz sérios problemas aos produtores - Créditos Shutterstock
A deficiência na aferição dos pulverizadores traz sérios problemas aos produtores – Créditos Shutterstock

Experimentos

Para melhor avaliar as condições dos pulverizadores na região de Ibirubá (RS), foram realizadas avaliações em pulverizadores de barras da região, onde foram observadas questões relacionadas à regulagem e calibração e também levantaram-se informações relacionas ao tempo de uso dos pulverizadores.

Na figura 1 podemos observar que 80% dos pulverizadores avaliados neste trabalho não estavam aplicando a quantidade (dose) de calda desejada. Deste modo, considerando um pulverizador regulado para aplicar 100 litros ha-1, e que na realidade está aplicando 110 litros ha-1, tem-se uma perda de eficiência operacional, devido à aplicação de 10 litros de calda ha-1 a mais que o previsto (10%).

Assim, a cada 10 ha-1 aplicados, poderia ser aplicado mais 1 ha-1 com a mesma quantidade de calda. Destaca-se também a quantidade de produto aplicado, o que pode ocasionar aumento no custo de produção. Caso o produtor deseje aplicar 100 litros ha-1 e está realmente aplicando 90 litros ha-1, a redução do princípio ativo na área durante a aplicação pode gerar problemas de eficiência, resultando em perdas na produtividade.

Uma correta regulagem também é muito importante para o sucesso do planejamento da produção, pois nestes casos a aplicação errônea pode provocar o uso em excesso do produto químico, que poderia ocasionar falta no momento da aplicação ou em quantidade menor que a planejada, o que aumenta desnecessariamente o custo de produção na safra e pode, inclusive, resultar em perda de produto devido a prazos de validade.

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Figura 1: Variações encontradas na distribuição de calda dos pulverizadores com relação ao desejado pelos produtores.

Em campo

Com os valores dos produtos, pode-se estimar o custo extra devido à regulagem inadequada dos pulverizadores. Como exemplo, podemos usar um inseticida para controle de lagartas desfolhadoras, com custo aproximado de R$ 615,00 o litro e dose de 0,05 L ha-1 (Tabela 1).

O custo com o produto por hectare quando utilizada a dose recomendada é de R$ 30,75, porém, quando ocorre a aplicação em 10% a mais de calda, o custo de aplicação sobe para R$ 34,17/ha.

Essa matéria completa você encontra na edição de abril 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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