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Alerta para o nematoide das galhas da beterraba

Leandro Luiz Marcuzzo

Professor de Fitopatologia do Instituto Federal Catarinense ““ IFC/campus Rio do Sul

marcuzzo@ifc-riodosul.edu.br

 

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

O nematoide-das-galhas é um complexo causado pelo gênero Meloidogyne, e no Brasil as espécies que causam danos à cultura da beterraba são M. arenaria, M. incognita, M.javanica e M. hapla.

Estão presentes em qualquer tipo de solo, com predominância em regiões com solos arenosos e com temperaturas acima de 25°C. M. hapla ocorre em menor intensidade, com predominância em clima temperado ou em regiões com temperaturas entre 15 e 25°C.

Sintomas

Os nematoides atacam as raízes, induzindo a formação de galhas, que é o engrossamento em diversos pontos. As galhas nas raízes reduzem a absorção de água e de nutrientes, causando o aparecimento de sintomas na parte aérea das plantas, como folhas cloróticas ou atrofiadas, ou na semeadura pode afetar a emergência, quando altos níveis populacionais do patógeno estão presentes no solo.

Em temperaturas elevadas e solos arenosos ou em climas quentes e secos, plantas severamente infectadas podem murchar e ocorrer perda total do cultivo. Nessas infecções, pode haver podridão radicular devido à abertura para fungos e bactérias.

 

Sintomas do nematoide- das- galhas na beterraba - Crédito Leandro Marcuzzo
Sintomas do nematoide- das- galhas na beterraba – Crédito Leandro Marcuzzo

Manejo

O controle desse organismo é bastante difícil. Por serem habitantes do solo, multiplicam-se rapidamente devido a estarem protegidos dentro da raiz da planta e abaixo do solo, e ainda por não serem afetados pelo clima e agrotóxicos. Portanto, para o seu manejo deve haver integração de medidas como:

→Prevenção: evitar plantar em área com histórico da doença, já que ele ataca diversas culturas.

→ Rotação de culturas: apesar de ser difícil encontrar uma planta cultivada que não seja hospedeira do nematoide, plantas antagonistas, como as crotalárias (Crotalariaspectabilis e C. juncea), o cravo-de-defunto (Tagetes spp.) e gramíneas como o milheto (Pennisetumglaucum), as braquiárias (Brachiariadecumbens e B. ruziziensis) e algumas variedades de milho resistentes podem ser utilizadas para reduzir a infestação do solo e diminuir os danos.

→ Alqueive: o revolvimento do solo entre 30 dias por três meses faz com que os nematoides sejam expostos à radiação solar, levando à sua morte.

→ Utilização de matéria orgânica: o uso de esterco de aves ou bovino fornece nutrientes à planta e estimula a microbiota na competição com o nematoide, diminuindo sua população.

→ Eliminação de plantas daninhas: plantas daninhas hospedeiras, como beldroega (Portulacaoleracea), corda-de-viola (Ipomoeaspp.), cordão-de-frade (Leonotisnepetaefolia), maria-pretinha (Solanumamericanum), melão-de-são-caetano (Momordicacharantia), dentre outras,servem de hospedeiras para o nematoide.

““ Controle químico: não existe nematicida registrado no Ministério da Agricultura para o controle desse nematoide na cultura da beterraba, portanto, as medidas acima são essenciais para a redução da população e diminuição dos danos causados.

Essa matéria você encontra na edição de outubro 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

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