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sábado, setembro 21, 2024
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Alface americana – Liderança em fast foods

 

Jean de Oliveira Souza

Engenheiro agrônomo, pós-doutorando em Agronomia/Melhoramento Vegetal no Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba (CCA/UFPB)

jsoliveira1@hotmail.com

Crédito Renata Theodoro
Crédito Renata Theodoro

A alface (Lactuca sativa) ainda é considerada a hortaliça folhosa mais consumida no mundo, e tem papel importante na alimentação do brasileiro. No Brasil, existem numerosas cultivares de alface, grande parte oriunda de programas de melhoramento genético realizado no Brasil ou no exterior.

Até o início da década de 90 a maioria dos consumidores preferia alfaces de coloração verde, com folhas lisas ou crespas, sem formação de “cabeças“, sendo que hoje está havendo também uma grande demanda de alface do tipo americana, embora as primeiras ainda dominem esse segmento do mercado nas feiras livres e supermercados.

Diferente de todas

A alface do tipo americana foi introduzida no Brasil no início da década de 80, e se diferencia dos demais tipos por apresentar folhas externas de coloração verde-escura, crespas, consistentes e nervuras evidentes, folhas internas de coloração amarela ou branca, imbricadas, semelhantes ao repolho e crocantes, formando “cabeça“.

A alface americana tem se destacado graças ao seu sabor suave, folhas com capacidade de se manterem crocantes mesmo em contato com altas temperaturas, maior resistência ao transporte e potencial de armazenamento por maior tempo.

A alface americana, além de ser consumida in natura, é também amplamente utilizada pela indústria de processamento mínimo por suportar melhor o processamento.  Nas redes de “fast foods“, este tipo de alface tem grande aceitação, principalmente pela capacidade de manter-se crocante quando em contato com altas temperaturas no interior dos sanduíches, quando comparadas a outras cultivares.

Demanda

No Brasil, esse tipo de alface vem adquirindo crescente destaque, e para atender a demanda das indústrias no preparo de refeições e sanduíches seu cultivo está sendo realizado de modo contínuo, durante o ano todo, embora, por ser uma hortaliça de inverno, seu cultivo em determinadas épocas do ano seja dificultado pelo aumento na incidência de doenças e desequilíbrios nutricionais, principalmente no verão, quando as temperaturas são elevadas e as chuvas são frequentes durante o desenvolvimento da cultura.

Condições ideais para o cultivo

Para o desenvolvimento vegetativo, a alface prefere temperaturas amenas, sendo as noturnas inferiores a 15ºC e superiores a 7ºC as ideais. Dependendo da cultivar, temperaturas elevadas (acima de 25 ºC) e fotoperíodo longo induzem a planta a passar da fase vegetativa para a reprodutiva, sendo observado no campo a formação de plantas menores e com início de pendoamento.

No caso da alface americana, a temperatura ideal para o seu desenvolvimento está entre 15,5 e 18,3ºC. Temperaturas muito elevadas podem provocar queima de bordas das folhas externas, formação de cabeças pouco compactas e também contribuir para a ocorrência de deficiência de cálcio e desordem fisiológica conhecida como “tip-burn”.

Baixas temperaturas, próximas do congelamento em plantas jovens, não provocam danos, porém, o desenvolvimento é retardado, condições que prejudicam as plantas e, principalmente, as folhas externas.

No Brasil, esse tipo de alface vem adquirindo crescente destaque - Crédito Jacareí Agricultura
No Brasil, esse tipo de alface vem adquirindo crescente destaque – Crédito Jacareí Agricultura

Qualidade

 

Os principais atributos de qualidade da alface americana, além de ser uma planta bem formada, de cabeça compacta e boa aparência da folhagem, se dão principalmente pela ausência de danos físicos, insetos e lesões provocadas por doenças.

Como a cultura da alface está sujeita ao ataque de várias doenças e pragas, ela faz com que o produtor normalmente necessite lançar mão de alternativas de controle para garantir uma boa aparência do produto. Para a escolha do manejo fitossanitário adequado, deve ser levado em consideração o custo-benefício do controle e sua eficiência para o combate às pragas de doenças, mantendo sempre a qualidade do produto sem comprometer a saúde do consumidor.

Conservação

Esse tipo de alface apresenta maior vida pós-colheita e maior facilidade no manuseio, possibilitando transporte a longas distâncias, acarretando em maior valor agregado no mercado consumidor.

A alface, por ser um produto altamente perecível, exige cuidados em seu pós-colheita. O uso de embalagem e refrigeração se mostram essenciais para uma maior vida útil pós-colheita. Alface armazenada sob condições de temperatura e 0 a 3ºC e umidade relativa acima de 90% conserva-se por um período médio de duas a três semanas.

Essa matéria você encontra na edição de setembro da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

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